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Crônica dos Esquecimentos

 O esquecimento é o guardião da memória.

As musas são as filhas da memória.

Há passados que ainda não existem.

Se você muda a perspectiva, muda o fenômeno. E o resultado.

Falar é uma das coisas que nos deixa felizes.

Toda linguagem é política.

Alcançar a verdade histórica é impossível.

Dominar o passado é uma forma de dominar o presente.

Pensar é esquecer diferenças.

Dormir é distrair-se do mundo.

O esquecimento é filho da discórdia.

Recordação é o estado de latência das imagens do passado.

“ A luz da fama não brilha para os pobres e marginais``

Para ler, sugiro o conto ou narrativa de Jorge Luis Borges, Funes, o Memorioso.

Escrever é sacudir o sentido do mundo...quem escreveu isso?

E mais: moda: onde e não mais.

Recordar é o ato de lembrar deliberado.

A linguagem está carregada de esquecimento.

Não existe leitura neutra.

A verdade jamais nos escapará.

A letra do papel sempre representa um princípio de autoridade.

O esquecimento é oposto da repressão mas cúmplice da recordação.

E o cúmulo da memória é o rei Ciro, da Pérsia, saber o nome de todos os seus soldados. Pode?

Então, não esqueçam de mim....

Alguém notou se repeti alguma coisa? É o caso de observação de boa memória ou esquecimento...

 

 

 

 

 

                    

O destino da crônica

 Escrever é sacudir o sentido do  mundo, já dizia uma pensador. E escrever crônicas é sacudir o mundo Interior, particular. Da observação, da reflexão e,  porque não dizer, da emoção.

Desde que me conheço por gente, tenho essa facilidade. Ver, olhar, observar e registrar um pouco do mundo que me cerca. Esse o sentido da crônica, jogar o foco de luz da batida do coração e sentir as agruras das pessoas, seus problemas, porém igualmente exaltar suas alegrias, suas descobertas, seu mundo assentado no tempo.

Esta explicação dou não como registro simplório que define o provérbio de nenhum dia sem uma linha, mas é a justificação de crônica pela crônica, uma experiência que faço todo ano com esses textos quotidianos, que publico ou posto aqui.

É o captar as coisas externas, jogá-las no mundo das letras e transformá-las em texto simples, conotativo e de sensações múltiplas. É o mundo visto de cima, do observador da vida que se transmuta em relator de fatos, pedaços de vida, frases de aulas, motivos de viver e de sobreviver. Uma conversa ao pé do ouvido do leitor. Mas também fisgada da natureza espremida do interior do peito, remoendo proezas, remexendo sentimentos e expondo realidades íntimas do ser. É a alma do poeta, do cronista, do escritor, colocada pra fora, desbravando novos rumos e caminhos recônditos em busca de um texto literário, compreensível, imediato, da hora, de uma emoção cativa e de um pouco de diversão para os leitores. Bom proveito aos que se aventuram nessa floresta de palavras de Alice, no encontro de seu destino, de seu pedaço de vida, que corre nas veias e murmura suas preces ao mundo da fantasia e da realidade, pois a crônica é o dia a dia, a hora da hora, a intimidade do buscador de emoções.

Nesse sentimento que escorre da palavra na justaposição de fatos e emoções que só os que têm esse espírito criativo e observador podem ser capazes de externá-las em poucas linhas. Linhas do cotidianamente possível, onde está o sentido da vida. (Prefácio do livro Quotidianamente, 2020)

Falando de agrometereorologia

 

Quando eu fui nomeado para o serviço público, no século passado, com 22 anos, logo fui designado para trabalhar no Serviço de Ecologia da Secretaria da Agricultura, que funcionava na sede da Júlio de Castilhos e depois se transferiu para rua Gonçalves Dias, no Menino Deus. O que fazia lá era pegar os dados que vinham das várias estações agrometereológicas e registrá-los em boletins próprios, para depois compilar e fazer relatórios, tirar média, fazer mapas etc. Assim, se tomavam medidas de chuvas pelos pluviômetro; das temperaturas, pelos termômetros; dos ventos, pelos anemômetros; da radiação solar pelo termógrafo; do higrômetro, para saber a umidade do ar; do barômetro, para a pressão atmosférica,  entre outros aparelhos de medição.

Era chefe da secção, na oportunidade, o agrônomo Breno G. Reis, que depois se aposentou e deu lugar ao agrônomo Moacir Antônio Berlato, que hoje é meu amigo no Facebook. Nessa repartição, trabalhei por um ano e pouco e, tendo me formado em Jornalismo, me transferiram para o Serviço de Informação Agrícola (SIPA) e, em seguida, para o gabinete do secretário Luciano Machado, a quem servi durante os quatro anos de mandato e outros quatro ou cinco secretários, até me aposentar com 50 anos.

O que aprendi ali nesse início de tempo de serviço? Muita disciplina, pontualidade, interesse pelo serviço e, sobretudo, respeito aos chefes e colegas. O destaque nessa área foi a produção ao final de um espaço de uma obra com alguns volumes (não lembro quantos, deveriam ser 4, com dados estatísticos de dez anos, que foram  colhidos no serviço e que davam uma visão geral sobre o tempo e a agricultura no Rio Grande do Sul, tanto assim que parece que a coleção se chamava ”Observações Metereológicas do RS, 10 anos”, teve lançamento oficial e até tentei vender a coleção. O importante é que meu nome constou na listagem de colaboradores, o que foi o início ou “start”  do meu trabalho com livros.

Depois, foram publicados outros boletins com este título, pelo Instituto de Pesquisas Agronômicas da SAA, em forma de revista, devendo estar circulando até hoje. Mas não existia ainda o Inemet do Ministério da Agricultura, que faz as previsões, portanto, aquela primeira publicação deve ter sido pioneira no RS, que falem os entendidos. Naqueles dados, eram divulgados os registros em determinado   tempo, para se fazer uma análise dos dez anos de recolta de dados e não previsão de tempo, embora o órgão do MA divulgue igualmente dados registrados e comparativos nas suas estações.

Mais uma faceta inicial deste periodista ao longo de sua vida de servidor público.

  

 

Afinal, onde eu nasci?

Regressei à minha terra, anos atrás, para voltar ao local onde nasci. Mas sofri uma leve decepção ao constatar que nem identifiquei mais a exata localização onde ficava a minha casa natal.

Nem do alto pude ver o velho plátano que me abrigou muitas vezes de criança, nem existe mais ou está em outro lugar? Duas vezes repassei o local, e não visualizei o local de nascença.

Onde está a casa velha ou nova casa da minha infância? Agora, só vi lavouras e lavouras, algumas árvores, onde ficou a frondoso plátano, onde brinquei muitas vezes?

E os pés de bergamotas, onde colhia frutas para meu deleite, onde ficaram? E água que corria ao longo de umas pedras, onde meu pai construiu uma roda d’água que nos fornecia energia elétrica já não desce na ladeira?

E os pés de sete capotes, pitanga, butiás, araticum que colhia no mato? E o recôndito do lar onde meu pai me ensinava a ler no seu colo, me decifrando as primeiras letras do alfabeto?

E minha mãe, onde estava nesse tempo? Certamente, cuidando das coisas da cozinha e da casa. E minha irmã, mais velha que eu, o que fazia naquela longitude?

E agora quando dói volto ao local, não vejo mais a casa, ora nem sei onde se localizava, quem eram e onde estão meus afastados vizinhos, a mais de quilômetro de distância. E por que isso interessa?

Como conter a saudade  e as lembranças buscando meu passado numa terra arrasada, lavourada, sem vegetação, e muito menos rever a árvore  ( plátano) de minha infância. Só resta  achar que ali nasci e dizer que agora estou em outro lugar e é preciso não revolver o passado,  não  questionar o presente  e não discutir o futuro.

Simplesmente, aceitar que o lugar onde nasci não interessa mais, não ficaram marcas no terreno, nem no imóvel a fixar minha identidade. Apenas as recordações d’alma.

Somente cabe o que perguntar e o que faço ao revolver a terra do passado, e o que tenho a realizar ainda com a volta ao meu passado.

Apenas posso olhar para o que restou de minha terra e acreditar que estou vivo  e podendo olhar para o passado com gratidão e venturas. E isso é que importa.

O resto é realizar o que falta para não desmerecer aquela chão querido nem desonrar minha família, muito menos,  a minha terra.

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Este local onde nasci  está situado atrás do Posto de Gasolina, na rodovia RS-155, direção de Ijuí, na entrada de Santo Augusto.

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Estes livros ajudei a editar. São trabalhos desde 1980, até 2015. Alguém se lembra?

 

 

Comendo mandioca

 

Depois de saborear uma gostosa mandioca com atum, que  a Roseana preparou para o jantar, me veio à memória outro fato relacionado à planta leitosa da família das euforbiácias. Aipim para alguns, macaxeira para os nordestinos.

Tinha eu 5 ou seis anos, morando na roça, quando uma turma de índios acampou perto de casa, junto às lavouras, isso no interior de Santo Augusto. Com medo deles, nem aparecemos durante sua estada em nossas lavouras. Até porque corriam histórias sobre índios etecetera e tal.

No entanto, assim que eles se foram, eu e minha irmã mais velha, corremos para ver o que restou dessa empreitada. Curioso como sempre, ao ver uma lata com restos de comida, algo ainda meio morno, resolvi experimentar um pedaço de mandioca que estava no fogo recém-apagado.  Uma gororoba estranha, porém degustável.

Após chegar em casa, porém, uma forte dor de barriga se abateu sobre mim, não lembro o que aconteceu, mas certamente foi combatida com chá de ervas, visto que na época não existia remédio e muito menos médico à disposição no local. Imaginem querer provar a comida de índio.

Fica o registro dessa história que realmente aconteceu para inclusão em minha experiência de vida, não repetida, porém registrada. E estabelecer minha relação com as comunidades indígenas que depois com o tempo foi se tornando mais maleável e convivial/amigável. Afinal índio também é gente, gente!

Apenas não tente experimentar sua comida...abandonada...

 

A teoria da fofoca

Diante de tudo o que acontece no dia a dia com pessoas fofocando sobre tudo, me vem a ideia de inquirir de onde surgiu essa palavra. Qual a sua origem? Que significa? Os dicionários etimológicos apenas classificam a fofoca como mexerico, maledicência; pode ser também boato, soada, toada, falácia, conversa, falatório, rumor, voz pública, fuxico, trica, diz-me-diz, ouvi dizer, urdimaça, enredo, intriga, corrilho, porém não temos certo a origem da palavra, que nasceu no século XX, portanto, é recente. Uns dizem que é de origem banta, sei lá o que é isso, deve ser idioma africano, mas vamos em frente.

 A fofoca consiste não somente no ato de fazer afirmações não baseadas em fatos concretos, especulando em relação à vida alheia mas também em divulgar fatos verídicos da vida de outras pessoas sem o consentimento das mesmas, independente da intenção diz o historiador Bernard Capp, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, ao afirmar que “até a rainha inglesa Elizabeth I, por exemplo, teve intenso alvo de fofocas entre 1560 e 1570, tais como “Ela tem um caso ? Está grávida? Teve um filho ilegítimo? etc”, destacando que os boatos assim eram muito comuns entre os ingleses".            E mais: o historiador ou cientista israelense Yuval Noah Harari, em seu famoso Homo sapiens, afirma que a fofoca nasceu na comunicação entre as primeiras raças humanas, pelos séculos afora, com a teoria da informação e do conhecimento, quando em um bando de 50 indivíduos, por exemplo, se propagam 1.225 relações de um para outro, espalhando-se as informações entre eles e os grupos, o que pode ser denominado como fofocas em evolução.

Embora associado mais a um hábito feminino, estatisticamente os homens são mais fofoqueiros, confirmam pesquisas. Será? A Social Issues Research Centre, um centro de pesquisas de Londres, entrevistou 1.000 donos de telefones celulares com o intuito de saber qual era o teor das conversas. Destes, 33% dos homens eram fofoqueiros habituais, contra apenas 26% das mulheres.

Em termos de conteúdo, pesquisa recente revelou apenas uma diferença significativa entre a fofoca masculina e feminina: os homens gastam muito mais tempo falando de si mesmos. Do tempo total dedicado à conversa sobre as relações sociais, os homens gastam dois terços falando sobre suas próprias relações, enquanto as mulheres só falam de si mesmos de um terço do tempo.

Geralmente, os homens fofocam sobre o ambiente de trabalho, gafe de colegas e principalmente sobre mulheres. Também vale ressaltar as razões que levam à fofoca: entre as mulheres, em geral, é uma maneira de passar o tempo, enquanto para os homens pode servir, além de pura informação, como meio de autoafirmação perante o círculo de amigos e colegas.

Curiosamente, muitos dos participantes do sexo masculino da pesquisa inicialmente alegaram que não fofocavam, enquanto quase a totalidade das mulheres prontamente admitia fazer fofoca. Em novo interrogatório, no entanto, a diferença parece ser mais uma questão de semântica do que material: o que as mulheres estavam felizes de chamar de "fofocas", os homens definiam como "troca de informações". Um participante do sexo masculino, de forma mais honesta, confidenciou: "Nós não gostamos de chamar de fofoca, porque soa trivial - como se você não tivesse nada melhor para fazer."  

Então, não adianta quer dizer que “eu não faço fofocas, não sou fofoqueiro(a)”: é natural e existencial e característica do homo sapiens, ser humano, homem ou mulher ou outros de qualquer espécie e época ser fofoqueiro, divulgador de mexericos. E viva nós, como se diz por aí. (Fonte principal: Wikipedia)

 

 

 

Quando surgiu o “pila” como dinheiro

Nascido no Rio Grande do Sul, sempre ouvia falar, desde criança, em “pila pra cá pila pra lá” correspondendo a dinheiro. Sabia que era originário do nome de Raul Pilla, um médico e político rio-grandense, líder do antigo Partido Libertador, que foi secretário da Agricultura do RS, em 1936, quando de sua criação, porém nada mais conhecia sobre a motivação do uso dessa palavra.

Agora, verificando que em muitos outros estados brasileiros, especialmente onde os gaúchos emigraram, é usada essa expressão e, com ajuda do Doutor Google, vou contar a verdadeira história do “pila”.

É fato histórico que Raul Pilla, tendo sido adversário de Getúlio Vargas, na década de 1930, ao ser derrotado, foi exilado no Uruguai, tendo viajado sem recursos. Então, seus correligionários se cotizaram para ajudar o conterrâneo criando um bônus, tipo letra do tesouro, para a sobrevivência do político gaúcho no exterior.

Dizia assim a cédula: “O portador (que comprava o mesmo), contribuiu com o valor de  tanto para o Partido Libertador, em prol da Democracia”. E até era assinado pelo político num canto do documento. Assim, se recolheram alguns valores em cruzeiros, que foram encaminhados ao Sr. Raul Pilla, pelos seus partidários como auxílio financeiro, nascendo daí a denominação de “pila”, equivalente a dinheiro, bufunfa, mango, cobre prata e conto (mas essa é outra estória).

Consta, igualmente, outra lenda popular que essa apólice, documento ou seria moeda em nota de cruzeiro, era cortada ao meio e distribuída aos eleitores, por seus partidários. Quando da votação e se confirmando que o portador votara no dr. Pilla levava a outra parte da nota. Essa é apenas suposição, invenção popularesca do fato ou folclore político.

No entanto, ainda se ouve hoje “pila” pra cá, “pila” pra lá, isso custa tantos “pilas”. E até está fixada em registros em alguns dicionários a expressão consagrada pelo uso comum. E assim se conta a história do “pila” gaúcho, destacando-se que seu valor corresponde sempre a uma unidade de qualquer moeda nacional vigente.

É, enfim, um regionalismo sendo incorporado à língua nacional. Você conhece mais alguma curiosidade digna de registro?

 

 

A origem da expressão “nó górdio”

Nós conhecemos muitas expressões na língua portuguesa com a palavra nó, por exemplo, nó cego, de rede, de marinheiro, dar nó nas costas, não dar ponto sem nó, nó na garganta, nas tripas e muitos outros.  Vamos nos fixar no “nó górdio”, que hoje significa uma dificuldade que não se pode vencer, ou o fato de se resolver uma situação rapidamente. Mas qual a origem dessa expressão em nossa língua ou de onde veio essa ideia no universo?

Temos que voltar à história antiga, dizendo que Alexandre, o Grande, que viveu só 33 anos, nos anos 300 antes da era contemporânea,  filho de Felipe II da Macedônia, depois de assumir o lugar do pai, começou suas conquistas pelo mundo antigo. E quando chegou a Frígia (que dizem ser a atual Turquia) encontrou um monumento com uma carroça entrelaçada de nós, (ou era um só?) numa cidade denominada Gordium, que segundo a lenda era o reino de Mídias (ou do próprio Gordium). Atualmente, seria a Turquia. Esses nós foram atados pelos oráculos a pedido do antigo rei de lá e que somente se os mesmos fossem desatados alguém mandaria naquele local ou assumiria o reinado. Isso que o monarca morreu e não deixou herdeiros do trono.

Sem pestanejar, Alexandre que já começara a conquistar o mundo, formando um vasto império na época, como era moço de ação e não só de palavras, resolveu desatar com as mãos os nós e não o conseguindo, pegou a espada e os desfez, num pranchaço, como diz, no Rio Grande do Sul, resolvendo o problema, lisonjeando-se de ter resolvido o assunto do oráculo, surgindo daí então a origem dessa expressão que foi passando de língua a língua, de geração a geração, chegando até nós com essa estória. O nó górdio, ou de Gordium, que depois se tornou apenas górdio.

E lembrem-se que já escrevi sobre o cavalo “Bucéfalo”, de propriedade do mesmo Alexandre, em outra oportunidade, vide livro Cornucópia das Palavras, página 29.

E você conhece a origem de outras expressões, tais como  riso sardônico, síndrome do pânico, pé rapado, perder a tramontana, virar a casaca, lua de mel, ir à breca, vá plantar batatas, bicho de sete cabeças, diabo a quatro, andar na berlinda, fazer nas coxas, entre outras?

Aguardem novas descobertas e bom proveito. (Do livro Sincrônicas Crônicas, página 27)

 

 

O Direito à Literatura

É importante a Literatura em nossa vida? Sem trazer definições e teorias, só vou citar algumas palavras de Antônio Cândido para justificar a tese.

Diz o escritor, crítico literário e sociólogo brasileiro que a Literatura é como um direito básico do ser Humano, igual à alimentação, vestuário, moradia, instrução, saúde, liberdade individual, justiça pública, todos bens assegurados à suficiência física e espiritual da Humanidade.

Literatura e Arte, por outro lado, podem ser bens de primeira necessidade. Mas como? E mais justifica o escritor que a literatura sempre teve um papel humanizador. Tudo aquilo que é poético, ficcional, dramático ou mesmo descritivo é forma de produção de textos em todas as épocas. Ninguém fica sem um pouco de consolação ou ficção e a Humanidade se dedica então  ao que chama de  “Universo fabulado”.

E continua o escritor: “é uma necessidade universal o sonho acordado da civilização, que traz o aguardado fácil, sendo fator indispensável à educação particular, familiar e grupal, fortalecendo a existência da sociedade”.

“A Literatura tem sido um equipamento intelectual e afetivo,  confirma e nega, propicia e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas”.

A Literatura atua, enfim, como apelo formador da personalidade, trazendo à pessoa a “força indiscriminada e poderosa da própria realidade”. Humaniza, focaliza as situações de restrição dos direitos, ou negação deles, como a miséria, a servidão e a simulação espiritual.

A cultura pressupõe ”respeito pelos direitos humanos e a fruição da arte e das liberdades em todas as modalidades (novela, teatro, cinema, livro em todos os níveis), sendo um direito inalienável do ser humano”, concluiu.

Falou e disse, mestre Antônio Cândido!        

 

 

Num clique

Fique em casa,

 em casa fique

Não complique

E só que se ouve.

Só saia se verifique

Que necessite.

Se mora em mansão

Ou casa de pau  a pique

Não saia de casa,

Em  casa fique,

Não faça fora

Um piquenique,

Não justifique

Sair sem  aplique

Máscara na face,

Mão limpa e chique,

Não  ficar em casa

Tem sanção.

Não tenha chilique

Esta a lei em vigor

Confinamento social

Que dizem ser essencial

O resto se sacrifique

Mas fique em sua casa,

Em casa fique

Até quando o

O corpo se fortifique

Pelos outros se sacrifique,

Mas não concorra

Que o vírus se multiplique

E todo mundo

Te mortifique

E tudo acabe

Num terrível clique.

Fazer o quê:

Se eu for coroado

Viralizado

alguém me explique...

Me convença

 E me gratifique...

Very chic....

 

 

Minha experiência em publicidade

Quando eu estudava jornalismo de manhã, talvez já estava formado, e tive que procurar emprego para trabalhar à tarde, uma oportunidade que me surgiu foi numa agência de publicidade. Antes de assumir um cargo público.

Era a Atlantis Publicidade (possuo o registro da CP), que tinha como dirigente Artur Oscar Sheunemann, penso que se escrevia assim e era uma pequena empresa com alguns clientes importantes. Embora ele tenha me incentivado, não dei pra coisa.

Um desses clientes era a Mesbla S/A, uma grande empresa de eletrodomésticos, que ficava na rua Coronel Vicente e eu fui designado para fazer alguns anúncios para venda de produtos, imaginem, para a televisão. Isso que eu entrara como redator. Mas pensava que ia fazer, escrever ou revisar anúncios de jornal. Me lembro do perrengue que foi redigir o texto, acompanhando os eslaides das mercadorias.

Não lembro quanto fiquei metido em publicidade, mas creio que permaneci ali apenas alguns meses, isso poderia provar se encontrasse minha antiga Carteira de Trabalho, que registrou todos os meus primeiros empregos. E acho que saí por conta própria constatando que não tinha talento para grandes lances nessa categoria.

Em outra oportunidade posterior, quando trabalhava na revista A Granja, tive igualmente ocasião de me meter em publicidade, visto que funcionava no mesmo andar que a revista a Mercur Publicidade, que era do mesmo dono da revista. Mas esta é outra história.

Inclusive, mantive contato com desenhista da agência e ele me fez a capa de um dos primeiros livros, o Verso Vário, já referido no meu blog. E nunca mais fui atraído por anúncios, embora tivesse criado muitos slogans e título de livros e dependesse, uma vez, de anúncios em um jornal alternativo que editei.

E assim se conta a minha pequena e inexitosa experiência na área de publicidade.

 

 

Com um prego  na cabeça

Novamente surgem histórias infantis que não saem da cabeça. E essa é relativa a essa parte do corpo, que abriga a inteligência. "Pauca", como diriam os latinos.

Era na época do verão certamente, eu deveria ter uns cinco ou seis anos, e estávamos meu pai, minha mãe e minha irmã gozando as delícias da área de nossa casa nova, sentados à espera da noite chegar. Possivelmente, tomando chimarrão, ouvindo rádio, ou lendo o jornal que sempre meu pai gostava de ler para mim. E já tínhamos luz elétrica em casa, isso já referi em crônica anterior.

Porém, havia uma cadeira que teve retirado o seu assento e estava apenas nua, com vários pregos ao seu redor me esperando ou me tentando.

Não sei se por distração ou travessura, resolvi sentar na cadeira sem assento (e sem acento) e só deu azar. Caí de costas e bati contra a cadeira exatamente num prego à mostra em meu cocoruto, ou bestunto, como se diz. Talvez o cerebelo de raspão.

Creio que foi uma correria, gritaria ou choro, geral, mais por minha parte, quando o sangue começou a escorrer.

Vai pra cá, vai pra lá, rapidamente  o sangue foi estancado com uma toalha e lembro que depois fiquei alguns dias com um pano enrolado na cabeça, protegendo-a de outras ocorrências. Não houve, porém, maiores consequências, nem sobressaltos, tudo foi controlado. E  médico  nem socorro na roça, isso não existia.

Só sei que passei algum tempo enfaixado, porém nada mais aconteceu, senão o susto e uma  cicatriz que guardo na parte da tonsura da cabeça até hoje. E essa pode ser a prova do que se diz quando falta um “parafuso” na cabeça de alguém.

Para quem duvidar, é só pedir licença e auscultar minha cabeça...

 

 

 

 

Senhor Karkov e o crédito antecipado

Seu nome não veio em sonho como os demais, que me tem ocorrido. Quem não se lembra dele, o senhor Karkov, desculpem não sei seu primeiro nome, na Faculdade de Direito da UFRGS da década de 70/80 do século passado?

Sim, ele é real ou foi real, pois nessas alturas deve ter passado a outra dimensão. É de origem russa, talvez ou não.,

Falo de um senhor alto, bem apessoado, sempre de terno, que ficava na parte de baixo da Faculdade junto ao bar, com uma banquinha de livro, se não me engano da Sulina, à disposição dos estudantes oferecendo os livros de Direito a todos.

E detalhe, ela não preenchia cadastro, não pedia documentos, nem negativa do SPC, entregava os livros na confiança, no crédito antecipado, e a gente pagava como podia, quando queria. Creio que ele anotava num caderninho as vendas. Pelo mínimo, o nome do freguês.

Esse senhor conversava com  todo mundo, era simpático, como bom vendedor e envolvia os estudantes com sua lábia. Alguém lembra de algum detalhe a mais?

Eu próprio comprei muitos livros dele, na pendura, que era uma outra prática no Direito outrora, quando os alunos no dia 11 de agosto iam comer nos restaurantes de graça por  conta de sua condição de estudante de Direito e futuro advogado, porém essa é outra história.

Por ora, fico com a lembrança de seu Karkov e sua banquinha de livros, na velha Faculdade de Direito. Alguém mais se recorda dele? Fale, por favor...

 

 

Minha experiência com rádio

Por ter estudado jornalismo e letras, por ter brincado de rádio com os colegas na infância, até pensei em ser radialista um dia. Porém me faltaram certos atributos e apenas tive alguns fatos com esse tipo de jornalismo.

Já em tempo de estudante, resolvi fazer estágio na Rádio da Universidade, pioneira das emissoras universitárias do Brasil. Poderia ter levado adiante a ideia, até porque, imaginem com quem estagiei: o grande locutor esportivo Celestino Valenzuela, mas lá fiquei locutando apenas alguns dias ou meses.

Recém-formado, trabalhando já no Estado, estive em licença por alguns meses por causa de saúde e, ao final, já recuperado, me apresentei para estagiar na então Rádio Difusora porto-alegrense que funcionava na rua Uruguai. Fui aceito e ali fiquei um mês no departamento de notícias, e quando da mudança para o atual morro Santo Antônio, me contrataram,  e em consequência trabalhei durante um ano como noticiarista no início da Rádio, que hoje é a Bandeirantes em Porto Alegre.

Quase tive a ocasião se der locutor,  em duas oportunidades quando na hora de ler o noticiário, o titular se atrasou ou falhou, porém nas duas vezes fui salvo pelo gongo.

Apenas lamentei ter que deixar a rádio por compromissos acima de minhas forças, até porque, à época, trabalhava de manhã na Secretaria, de tarde na rádio e à noite frequentava o Curso de Direito na UFRGS. Não era para qualquer um aguentar três turnos.

Dedicando mais à escrita, ao jornal e à revista ou assessoria de imprensa, não me interessei mais por rádio e TV, por razões óbvias. Ah! Até fiz alguns testes em rádio, lembra Pedro Guizzo?, especialmente FM, porém não era meu ramo.

Essa atividade mais voltada ao cinema, só fui exercer tempo depois, já aposentado, quando participei de três curtas metragens, mas essa é  outra história que conto em outra oportunidade.

 

 

 

 

Independência, 568

O que pode designar um número, uma rua ou uma palavra numa lembrança?

Pois vou lhes contar  a história dessa história. Foi no ano da Revolução, aliás uns dias antes, que outros dizem ser do Golpe, que esses fatos aconteceram.

Recém-chegado do interior em Porto Alegre, trazido por um caminhão, quem me recebeu lá foi o Abílio Bernardi, de quem tenho uma outra história para contar.

Além dele ter me conseguido um lugar para estudar na recém-criada Escola Técnica de Comércio Irmão Pedro, ele me obteve igualmente  um lugar para morar.

Ele me levou até a rua Independência, número 568, onde funcionava uma pensão de duas irmãs (ih, mas esqueci seus nomes). Fui alojado num quarto com entrada independente no fundo do prédio, e lá passei alguns meses e conheci algumas pessoas interessantes que vou tentar descrever.

De lá desse endereço, eu ia todos os dias de manhã até à tarde na rua Júlio de Castilhos, onde trabalhava  a pé. Depois, à noite me dirigia à escola para concluir o curso comercial. Ia de bonde Floresta pois o mesmo  funcionava até a  Cristóvão Colombo até a Felix da Cunha onde ficava o estabelecimento estudantil.

Dos frequentadores/moradores  recordo Carlan Martins, de Cruz Alta, que estudava direito; o Mário Carbonera, que estudava medicina e, sabe, não lembro de mais ninguém agora neste momento. Morou lá o Bruno Toebe, já citado. Pode ser que mais tarde me venha algum nome na cabeça, fico devendo.

Só sei que fiquei pouco tempo nesse local, talvez um ano, e depois me mudo para a Alberto Bins, 391, na pensão  de Dona Lelia Castiglio (hoje é um prédio de loja), mas aí é outra história que contarei mais adiante. Porém, ficou na lembrança essa casa que abrigou meus primeiros momentos em Porto Alegre.

Se passar pela avenida Independência, 568, verá que ainda existe a casa antiga, intacta. Mas quem são seus donos ou se existem ainda moradores lá...

 

 

 

 

O dicionário tupi de Gonçalves Dias

“Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”.

Quem não conhece esses versos de Gonçalves Dias, não conhece literatura brasileira.

No entanto, você sabia que esse autor, além dos livros famosos, publicados,  ele teve o ofício de editar ou fazer um Dicionário Tupy, da língua dos indígenas do Brasil? Que eu tenho a ventura de conhecê-lo, manuseá-lo e consultá-lo em sua primeira edição de  1858, pouco antes de sua morte que ocorreu em 1864, num naufrágio quando voltava ao Brasil.

Ele, chamado de Antônio Gonçalves Dias, nasceu em  Caxias, no  Maranhão 1823, estudou Direito em Coimbra, como todos os brasileiros de posse e publicou o Primeiros Cantos, em 1846, portanto com 23 anos; depois veio Os Segundos Cantos, em 1847;  Últimos Cantos, em 1851 e Novos Cantos, em 1857. No entanto, sua principal e mais conhecida obra é, além dos Timbiras, 1848, é o poema  I-juca-pirama, onde publicou esses versos acima que   todos nós decoramos nas escolas.

Mas vou falar do dicionário Tupi, com prefácio dele mesmo de 1857. Ele explica que manuseou manuscritos na Europa e Brasil para conceber o dicionário, que foi um pedido pelo Instituto Geográfico e Histórico Brasileiro, e teve o patrocínio do Império, isto é, de Dom Pedro II, que era muito protetor das artes e da literatura. Com 192 páginas, o léxico, publicado em 1858, pela Lipasia, F.A. BrockerHaus, teve o beneplácito de SM o Imperador do Brasil, como o foram muitos outros livros  de brasileiros novatos.

Palavras como ita=pedra; paraná= mar, cururu = sapo negro, estão nesse dicionário que não tive o prazer de contar quantas vocábulos tem mas deve somar uns 5 mil.

Essa  é uma curiosidade desse poeta romântico brasileiro, que nos legou muitas obras, ao lado de o I-juca-pranma e de outros poemas indigenistas.

 

Explicando meu novo sobrenome

Desde criança eu achava engraçado e diferente por que meu sobrenome destoava dos meus pais e irmãos. Todos assinavam Derosso e  eu tinha dois erres, Derrosso.

Nunca contestei  o fato (até por ser conformado) ou por não saber como fazer para acertar a situação. Até me sentia bem usando nome diverso; todos me achavam mesmo diferente de toda a  família.

O  tempo foi passando, só mais tarde, quando adulto é que comecei a me preocupar com essa discrepância. Assinei sempre, literariamente como Eucárdio Derrosso  e agora vocês notaram que estou firmando apenas De Rosso, com separação de fato.

E vou explicar o porquê: é que ao verificar que muitos dos meus parentes assinavam inclusive o sobrenome separado, comecei a fazer pesquisa e percebi que até na Itália todos assinavam assim. E aí resolvi requerer a cidadania italiana, a que tenho direito.

E recentemente,  lá por 2005, quando resolvemos tentar essa  cidadania, a primeira coisa que surgiu foi a diferença de nome do meu avô Antônio de Rosso, com relação aos demais parentes do meu lado.

Então tive que fazer uma justificação judicial, no Foro de Ijuí e veio a solução:  escrever meu novo sobrenome separado, De Rosso.

E agora vem a pergunta ou a indecisão: com de minúsculo ou De maiúsculo?  Alguns até afirmaram que deveria ser minúsculo para concordar com o alemão, e dar o ar de importância à família, sabendo-se que o Von é nobreza.  Porém, resolvi adotar, em documentos não oficiais, o De maiúsculo, portanto de ora em diante terei que me assinar como Eucárdio De Rosso.

E fica faltando somente a mudança do sobrenome do avó materno, que era Santi e que todos os parentes de minha mãe assinam dos Santos ou Santos.

A mudança vai ter que ser adotada com a nova cidadania italiana, que estou adquirindo, queira ou não queira.

 

 

 

 

O melhor amigo do Homem e da Mulher

Com uma população mundial estimada em 500 milhões de  animais, os cães são considerados o melhor amigo do homem, (da mulher, e dos outros gêneros para não ser mal interpretado), além do gato e do cavalo para algumas regiões.

No Brasil são 130 milhões de exemplares distribuídos em 11 raças conhecidas.

E como começou essa preferência do cachorro para o homem? Segundo a história, há cem milhões de anos já se tem notícias da existência dos cães; porém, se tem dados de que há 9.500 anos é que o  animal foi domesticado quando foram encontrados restos mortais, nas regiões do Irã, Iraque e Israel, portanto no Oriente Médio.

Temos muitas manifestações de que os cães são inteligentes e fiéis, como o caso cão do senhor que foi hospitalizado e o cachorro ficou 24 horas esperando, na porta do nosocômio, a volta do seu dono. E outro que foi chorar no caixão do seu amigo.

Outras histórias, tal como a do filme em que o cão ia todos os dias na estação  esperar seu dono. Gestos de confiança e amizade são postados na internet todos os dias demonstrando a fidelidade e a pré-humanidade do cão para com a Humanidade.

Fato: foi descoberta, no interior do Brasil, uma “rinha de cães”, onde o cachorro perdedor (morto) era assado e consumido pelos humanoides insanos. E você se dá bem com os animais, especialmente o cão? Quantos exemplares e raças já teve?

Você se considera um defensor dos animais, de seu pet de estimação? Mas não é exagerado em suas manifestações? Tudo tem que ter seu equilíbrio e acomodação.

Portanto, vamos amar os animais, porém não em detrimento da pessoa humana: esta deveria ser a prioridade de todo o cidadão.

 

 

 

O Historiador local

Todo município tem um historiador “maluco”. Não falo de um doido, tonto, gira, porém pode ser esquisito, excêntrico, extravagante em seus conhecimentos sobre determinado assunto. É um estudioso, tem imensa biblioteca, analisa tudo, às vezes é reservado, porém é uma sumidade, uma enciclopédia, como se diz. Falo aqui do profundo conhecedor de uma localidade, de um rincão, de uma grota, de um município e até de um estado. Um “expert” em histórias de sua querência. Que é sempre convocado a contar e cantar  a sua terra.

Refiro-me a uma pessoa que sempre que se precisa de um dado sobre sua origem é a ele que se recorre, sabendo-se que vai saber decifrar o pedido, contar  a história ou desfazer o boato.

Exemplo: num município paranaense, Colombo, um cidadão Sebastião Ferrarini, escreveu um livro sobre a sua terra com 618 páginas, imaginem só  quantos dados e histórias relatadas.

Na minha terra, temos um representante dessa classe silenciosa de historiadores: Odilon Gomes de Oliveira. Natural de Santo Augusto, ali na localidade de Pedro Paiva,  foi professor por muito tempo, funcionário da Prefeitura Municipal, mas é sobretudo pesquisador, escritor e contador de histórias.

De sua lavra, já saíram as seguintes obras: O Grito do Quinzote (1992); Mulher do Sol, Inhacorá, Lendas do Pica-pau, Lendas do Monjolo, estórias municipais, mas sobretudo seu trabalho se  destaca pela história de nossa terra Santo Augusto 50 anos e Coronel Bicaco, uma biografia desse grande personagem de nossa região.

Só posso desejar ao homenageado mestre novas produções e sinceras congratulações pelo efetivo trabalho de historicidade de nossa terra nos seus quase 80 anos de profícua atividade cultural. Agitação cultural pura...

 

 

Você já andou de bonde?

Ao comentarmos eu e Roseanah, minha esposa, sobre bonde, cada um afirmou que já andou nesse meio de transporte: ela, no Rio, na sua infância, dizendo inclusive  que havia uma parada em frente à sua casa da Estação Uruguay  e (ainda circula o famoso bonde turístico de Santa Teresa); eu, em Porto Alegre, andei muito de bonde, indo de minha pensão até o Centro onde trabalhava, cheguei a ir a aula pela linha Floresta-Vila IAPI nos bondes da Carris, nos bons tempos do transporte nos trilhos até a Escola Técnica Irmão Pedro, no bairro Floresta.

Era uma viagem calma, tranquila, porém demorada, a nos munir de  paciência, sem estresse para enfrentar o pesado veículo tartarugueando pelas ruas da cidade.

E você sabe o que é o motorneiro? Era o motorista ou condutor do bonde, geralmente de pé ou sentado, movendo uma alavanca ou manivela para cá e para lá, comandava o bonde bem na frente dos passageiros, geralmente até movido por um papo com seus conduzidos. E havia o cobrador, que muitas ou muitos gostavam (especialmente  a gurizada) de enganar, não pagando a passagem.

Eu tenho mais um fato sobre bondes: quando estagiário na Folha da Tarde, fui encarregado de fazer uma reportagem sobre a desativação da última linha de bonde em Porto Alegre, linha Centro Teresópolis, parece no mandato de Telmo Thompson Flores. E conversando com pessoas, moradores do bairro, comerciantes, todos lamentavam o fim desse histórico e sentimental meio de transporte.

Depois do término dos bondes (ressalte-se que existem em algumas cidades ainda bondes em trânsito, mais por tradição), veio o trolleybus ou trolebus, que era já um veículo de rodas com seu abastecimento elétrico semelhante ao bonde, e que não durou muito, dando lugar ao que é hoje o denominado ônibus ou coletivo.

Sem sentimentalismo, você, que andou, como nós, de bonde e  mantém saudade desse transporte? Ou é movido a trem, metrô, subway, trem-bala etc e etc?

O que poderia falar mais sobre bonde para quem não desfrutou de seu uso e sentou nos seus bancos de madeira, balançando a estribeira (degrau) ou será agarrado na sua entrada, de pé, sorvendo o ar da manhã da cidade antiga?

Ah! Vou parar por aqui senão dói a saudade e sou capaz de chorar...

Ou então vá comprar ou vender um bonde (em miniatura) que fica melhor assim..

 

Famalicão, que é isso?

O que acha acordar com essa palavra na cabeça? Sem mais nem menos, dia desses me levanto com essa expressão no bestunto, gostou da dita? Pois é, ou pois, pois, vamos lá analisar e pesquisar o assunto. E nem precisa ir longe para se saber que Famalicão é palavra portuguesa, com certeza,  oriunda de uma cidade de Portugal, com 150 mil habitantes, distrito de Braga, portanto, norte do país. Nem precisa auxílio de mais outras fontes para se saber de mais atrações da cidade. E não significa mais nada além disso..

E lá tem um famoso time de futebol da primeira divisão com igual nome. Porém, não é só isso, além de ser uma cidade antiga, dizem de 1258, existem mais duas localidades com esse nome em Portugal.

Mais além, Famalicão, que tem como atração   um Parque da Devesa, deve ser algo deles, a Casa-Museu de Camilo (vide abaixo), o Museu Bernardino Machado, que deve ser um personagem da cidade e outras características de uma localidade longeva com seus encantos naturais.

E veja alguns nomes de restaurantes: Dona Maria Pregária, Zé das Fontes e Tábuas Tortas.

E é conhecida por outro detalhe interessante:  é a terra da família  Castelo Branco, sim, de Camilo o escritor, romancista, cronista, dramaturgo, poeta e tradutor português, autor  de Amor de Perdição, O Dia do Desespero, Mistérios de Lisboa,   e embora não sendo sua cidade natal (que é Mártires em Lisboa), nem de sua morte, em 1890. ocorrida no Porto, mantém lá a tradição da residência dos Castelo Branco como atração. Consta que ainda não está lá enterrado.

Então parabéns à Vila de Famalicão e não deixe de visitá-la quando for a Portugal...Ou vamos morar lá, com as facilidades portuguesas para nós brasileiros?

 

 

Água orpada

Acordo com essas palavras na boca e na mente: água orpada. Vou verificar do que se trata. Olho o dicionário: não existe tal palavra. Consulto internet e começam a aparecer as conclusões.

Primeiro, vem água parada, que seria uma água estagnada. Depois, aparece água aprada, ou arpada que não diz nada. Depois, vieram alguns nomes como Arpad Silva, Arpad Spalding, Marc Arpad, entre outros.

Somente depois de muita consulta, fico sabendo que O.P.R. é uma sigla em inglês, que significa, inicialmente, em informática, um programa que converte automaticamente arquivos de imagem ou desenhos computadorizados em arquivos ASCII de dados digitais onde cada ponto do desenho é representado por sua coordenada. eletrodo  é a espontaneidade, ou a tendência de uma espécie química.

Enfim, veio a solução e a resolução da dúvida: O.R.P. (Oxidation Reduction Potential)  é uma sigla inglesa ou uma técnica chamada de  Potencial eletroquímico, potencial de redução, potencial redox, potencial de oxidação/redução, potencial de adquirir elétrons e, desse modo, ser reduzida. Cada espécie tem seu potencial intrínseco de redução. Aplicada especialmente na água.

Em bioquímica, é, frequentemente, referido como potencial de meia onda por corresponder ao ponto em que metade das espécies se encontra reduzida.

Para se obter potenciais de eletrodos, se atribui um valor arbitrário a um deles, que se toma como referência. Os demais são medidos verificando-se a diferença de potencial que adquirem quando ligados ao eletrodo de referência. O sinal depende do sentido em que ocorre a reação do eletrodo. Por convenção, os potenciais de eletrodo se referem a semirreação de redução. O potencial é considerado positivo quando a reação que ocorre no eletrodo (em relação ao de referência) é a redução, e negativo quando é a oxidação. O eletrodo mais comum que se toma como referência para tabular os potenciais de eletrodo é o par H+(aqu., 1M)/H2 (1 atm), que se denomina eletrodo de referência ou normal de hidrogênio, o qual possui valor igual a 0 Volt.

Então ficamos assim: ORP para todos e viva a tecnologia. E vamos tomar água orpada, sim...

 

 

A minha primeira gramática latina

Encontrei, no  meio dos livros de minha família, uma preciosidade dos meus tempos de estudante ginasial: a minha primeira gramática latina. Só para competir com a  crônica de igual nome sobre a minha Primeira Gramática Portuguesa.

Trata-se de um grosso volume de 560 páginas, edição de 1956 da Escola Industrial Dom Bosco, de Niterói, de autoria do  P. João Ravizza, da Arcádia Romana.

Na primeira folha, gravado meu nome com caneta tinteiro, ainda consta um desenho de uma seta, e uma placa com algumas palavras que nem sei decifrar o que é e até ao final uns versos latinos e o símbolo SPQR (do senado romano) com a expressão final " fungetur officio", isto é  cumpra seu trabalho.

Além de todas as regras gramaticais, a exemplo  das desinências  declinações, casos e verbos, as concordâncias, etc tudo que uma gramática oficial exige, igualmente está inserida uma pequena história da literatura romana ou latina, com destaque  para Marco Túlio Cícero, assinalado em lápis vermelho, o mesmo acontecendo com Mácio Plauto, Vergílio, Cornélio Tácito, Tito Lívio e outros.

Algumas anotações a lápis ponteiam no texto, sinal de que realmente estudei na mesma e fiz alguns comentários, com algumas datas dos estudos e anotações variadas.

E por que volto ao latim? Até porque há alguns anos lecionei a língua para jovens numa Universidade local e estou editando um pequeno dicionário de Latim, com 401 frases principais, denominado VERBA LATINA além de acrescentar um estudo sobre cinco jurisprudentes romanos do segundo século para  tentar reavivar o interesse pelo estudo da língua.

Quem quiser receber o pequeno volume e seu anexo, o Verbinha Latina, apenas com as frases, me contate que daremos um jeito. E "multas gratias".

 

Sou panfletário ou literário?

O que quer dizer: os cuidosos nos  conservam bem distante?N.F.

O que é trocar as maças (não massas nem maçãs) do poder por ferros? N.F.

Você já participou de um etnocídio?

Você pertenceu aos tabajaras, caetés, guaranis, tapejaras, potiguaras, aimorés, timbiras ou mesmo caigangues?

Você já teve contato ou foi conquistado pelo  invasor?

Você mantém a duras penas a sua identidade?

Você distingue o Peri alencariano do indígena gonçalvino?

Você sabia que o sinal de exclamação num texto remete ao sentimento, à emoção ?

Você acredita que Machado de Assis era romântico ou realista. Porém,  combateu as duas escolas?

Você sabia que liberais e conservadores (no século XIX) não queriam o fim da escravidão?

Você sabia que a discussão sobre  política/crítica social começou a ser feita  a partir do Iluminismo?

Você sabia que Maria Firmina dos Reis escreveu contra a escravidão antes mesmo de Castro Alves?

Você sabe qual a diferença entre indigenista e indianista?

Estar ou querer estar à beira do rio significa imaginação social?

Você  sabe a diferença entre machista e paternalista?

Chega de perguntas: exijo as prontas respostas, afinal sou panfletário ou literário?

 

 

Encadernando e brochando

A história do livro e da escrita é superinteressante.

Para resumir, a escrita começou em pedra, com instrumentos de ferro, depois passou para o papiro, que é uma planta aquática, depois para o pergaminho que é uma pele de cabra, ovelha ou vaca, mais adiante com penas e depois o papel que hoje é de vários tipos e tamanhos. A caneta, que era uma época de cálamo, uma espécie de junco cortado na ponta, após foi de pena de ave, o linotipo, depois veio a tinta e hoje temos cores diversas de escrita.

Igualmente, o livro passou por várias fases: era inicialmente montando com brochura ou encadernação de madeira, feita nas oficinas (scriptorias) dos mosteiros, depois  passou para uma profissão leiga e hoje em dia é feito por máquinas automaticamente.

Mas eu copiei algumas palavras, advindas do trabalho de encadernação, que é a montagem de um livro, para deleite e conhecimento da história do livro e da encadernação.

Assim, chifrar é usar um formão muito largo para desbastar o couro, lembrando que inicialmente na encadernação era usado esse  material precioso.

Requife é um cordão na extremidade da lombada entre o couro e a espessura do composto de folhas. Serrotar é cortar o lombo, vulgo lombada, para alojar as cordas. Brunidor é um instrumento, com cabo de madeira e pedra de ágata na ponta, para polir e brunir a folha de ouro.

Afilar é formar a corda em ponta aguda depois de farpada. Farpar é desfiar as cordas antes de formar  para ficarem mais delgadas, finas nas pontas.

Brochar, não é o que estão pensando, mas cozer, isto é, costurar as folhas depois de dobradas e ordenadas, ligando com essa capa de papel. Sarapico, um  utensílio para retirar pequenos excessos de ouro (ainda o ouro).

Brocha é a peça de metal colocada nas encadernações. Serve para proteger o livro, donde vem a palavra brochura.

Então vamos brochar, serrotar, afilar e chifrar muitos e  muitos livros...

José de Alencar e o Acordo Ortográfico

Lá por 1876, segundo um biógrafo de José de Alencar, ele lançou uma profecia dizendo que no dia em que o Brasil contasse com um número maior de alfabetizados, os escritores portugueses é que teriam que se adaptar ao novo modelo de escrita e copiar o estilo dos autores nacionais. Isso ele que escrevera muitos romances que ficaram célebres, como o Guarani, Iracema, Ubirajara. As Minas de Prata e tantos outros, fora criticado por ter usado em sua linguagem muitos neologismos tirados das línguas indígenas e ter escrito mal, segundo uns, com erros de ortografia e contra as regras da língua-mãe portuguesa. Isso que não havia regras gramaticais na época, cada um escrevia como aprendeu, e Alencar alegava que os erros ortográficos ocorridos eram causados mais pela falta de bons revisores nas tipografias.

Um fato,  previsto há mais de cem anos, aconteceu no século XX, com a assinatura, em 1990, do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,  assinado entre Brasil e Portugal e todos os países de língua portuguesa que unificou as regras gramaticais dessa língua. Esse acordo, que só começou a valer para 2012, postergado para 2016, e finalmente vigora mesmo desde 2018, teve muitos itens da língua brasileira/portuguesa, adotados pelo país descobridor e suas colônias e vice-versa. Isso com o reclamo e intransigência de certos escritores portugueses que se arvoram em detentores das regras do nosso Idioma. Porém,  nós ganhamos pelo número da população.

Assim, por exemplo, alguns acentos caíram em Portugal, eles mudaram algumas palavras, bem como tiraram o c de facto, objecto etc, que é de nosso uso. 

Tudo dentro da previsão de José de Alencar, feita há 130 anos atrás.  V. acredita nisso?

Provérbios Portugueses - I

No meu livro Palavras de Urdidura (1997) escrevi várias crônicas sobre adágios portugueses e açorianos, que, afinal, são nossos também. Agora, compulsando um dicionário de provérbios portugueses, anotei alguns que não conhecia para informação a meus poucos e presados leitores. Provérbios são anexins, máximas, axiomas, apotegmas, parêmias, apodos, ditados, refrões, brocardos, gnomas, escólios, pensatas, enfim. Vamos lá, pois, pois aos prolóquis, com algumas explicações ou dúvidas entre parênteses...

Com a letra A, temos os seguintes: A chuva não quevra osso (quebra o que mesmo?). A culpa ficou solteira (entenderam?). Amanhã também é dia (certo, hoje, amanhã e sempre). A mulher e a sardinha mais pequenina (qual a relação?). Antes desejado do que aborrecido. A rico não devas, a pobre não prometas (isso é vero). As ações ficam com quem as pratica. As cadelas apressadas têm os cachorros tortos (ou cachorrinhos). Até o lavar dos cestos é vindima. A terceira é de voz. Atrás do tempo, tempo vem.

No B e adiante, temos: Barriga cheia, pé dormente (que relação tem um com o outro?). Boca calada faz boa sopa. Cá e lá más fadas há. Candeia (mesmo que vela) que vai adiante é que ilumina. Casamento e mortalha no céu se talha. Com papas e bolos se enganam os tolos. Depois de mim comer não faltam colheres. Depressa e bem não faz mal a ninguém. Dinheiro não deita cheiro. Dia de favor, véspera de ingratidão. Do pão de nosso compadre, grande faria ao afilhado.

Outros mais: Esta vida são dois dias (quer quer dizer mesmo?). Gaivota em terra, sinal de mau tempo. Gordura é formosura (só antigamente). Há casos que pode mais que as leis. Homem na praça, mulher em casa (o velho machismo). Migalha também é pão.Muita parra (igual a parreira) pouca uva. Mulher honrada não tem ouvidos (tem o que mesmo?). Não diga bota para perdigota (o que é isso, filhote de perdiz?). Não há bela sem senão nem feia sem sua graça. Não há duas sem três *que conta mal feita). Nem o pai morra nem a gente almoce é muito fatídico. 

E assim por diante.

A  diferença de um “s” e outras curiosidades

Depois de ter publicado uma crônica que falava da importância de uma vírgula na interpretação de um texto, recebo de uma colega material evidenciando a diferença que se dá às palavras quando se acrescenta um “s”, ou escritas no plural, às vezes até modificando o sentido e o entendimento das mesmas.

Vamos aos exemplos: o ar  que respiramos, no plural ares quer dizer aparência; bem quer dizer estado benévolo, porém  bens diz sobre propriedades, fortunas; copa é ramagem de árvore, se pluralizado vira naipe de baralho; costa é litoral, mas costas quer dizer parte traseira do corpo; feira é apenas remuneração diária, mas como férias representa descanso ou dias de não trabalhar; fogo é apenas chama, porém se dizemos fogos falamos nos de artifício; letra é um  símbolo gráfico, já letras   converge para literatura; ouro significa metal precioso, que se pluralizado é mais uma naipe de baralho (ouros) e assim por diante.

Na área jurídica e política, muitos se confundem com a palavra mandado e mandato. Mandado é o documento ou ordem judicial, ao passo que mandato é apenas o poder de mando, a representação dada pelo eleitor ao político ou a um cargo.

Outra diferenciação: iminente e eminente. Iminente é próximo, que está prestas a acontecer e eminente é importante grande, eminência. Assim imigrar (entrar) e emigrar (sair). Já ratificar é confirmar, enquanto retificar é corrigir, consertar, que é emendar ao passo que concertar é apresentar música.

Mais dados: infringir é quando se viola uma lei, enquanto infligir é aplicar pena, punir.  E, enfim, distratar se faz quando se rompe um contrato e destratar é praticar o xingamento, o tratar mal.

Enquanto isso, uso o assento do carro para ocupar e o acento da palavra para dar ênfase tônica. Tráfico é de drogas e tráfego vai no trânsito; xeque é lance de xadrez e cheque é assinado para pagar contas.

E por fim menciono algumas palavras compostas que mudam de sentido: árvore genealógica; asa de xícara e de avião; batata da perna; boca do túnel e da garrafa; cabeça de alho e de alfinete; céu da boca; dente de alho e pé de mesa.

Dados retirados do livro “Prática da Boa Escrita”, de Roseanah França. E muito obrigado, digo eu porque acho que sou masculino...kkkk

 

30 Anos de Escolaridade

Ou porque não sou doutor

Enquanto se fala em educação e deseducação, cultura e contracultura, vou me referir aqui aos anos que passei em bancos escolares, desde minha infância. Até para ser o que sou hoje.

No meu tempo de criança, aos sete anos, comecei o curso primário que compreendia cinco séries, antes existindo até exame de admissão para entrar no mesmo. Este curso assisti em colégio de freiras e o último, em grupo escolar oficial.

Depois, fiz quatro anos de Ginásio em seminário e mais dois anos de Colegial, clássico não concluído. Então, tive que recomeçar o segundo grau, no curso comercial, em Ijuí, de três anos, terminado em Porto Alegre.

Após, em sequência, fiz vestibular e cursei durante três anos o curso de Jornalismo, na antiga Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do RS, começando minha vida jornalística.

Depois de duas tentativas, entrei no  Curso de Direito na Universidade Federal, concluído em sete anos, pois tive que trocar de turno por causa do meu serviço.

Só mais tarde, em 2004, fiz mais dois anos de Faculdade em especialização, na Unirriter, seguindo-se algumas cadeiras isoladas como aluno especial na Ufgrs.

Agora, há dois anos,  frequentei mais dois semestres de Mestrado na Unila, para completar, segundo meus cálculos, mais de  30   anos de convivência com bancos escolares. Valeu a pena?

Sim, tudo vale a pena se a alma não é pequena, já disse Fernando Pessoa. E bons estudos para todos.

E por que não sou doutor? Simplesmente, porque até agora não consegui realizar um Doutorado...Ainda terei tempo para tal?

 

A empresa sem chefe

A Suécia, que já nos brindou com a ideia de que se pode viver sem dinheiro (vide crônica anterior), vem agora com mais uma possibilidade dentro da economia: uma empresa sem ter chefes.

Como será isso? Segundo a matéria, oriunda da Internet (dá para acreditar nessa ferramenta?), uma empresa que tem 40 empregados, situada na Suécia, e que já tinha testado várias estruturas administrativas, incluindo a de ter um líder comum, chegou a um sistema rotativo de comando, mudando seu chefe maior ou CEO, a cada ano, com base em votação dos trabalhadores. Mas chegou à conclusão que não seria necessário um chefe para que a organização continuasse progredindo.

Assim, se manifestou um empregado: “e se nós não tivéssemos ninguém de chefe, como seria?” A companhia, em consequência, se tornou uma família, garante um empregado. E se alguém tomar uma decisão ruim, comentou um colaborador. “Não há problema, pelo menos se tomou uma decisão achada certa, comenta outro. Agora, espera a empresa que outras organizações se inspirem nos seu exemplo, copiando seu modelo, adotando o chefia sem chefia.

Essa nova temática, também chamada de holocracia, busca eliminar a hierarquia, através de uma autogestão embora reconhecendo que não é para todo mundo. Não dá para fazer isso em empresas maiores.

E assim se pensa em nova estrutura administrativa em empresas, sem chefia. Tal como corre no Japão onde se costuma malhar o chefe (em boneco de plástico), aqui (quis dizer na Suécia|) a coisa é diferente, viver, ou melhor trabalhar, sem o chefe. Será que a empresa aguenta essa nova estrutura? E se não há chefe há obediência e respeito?

Sugestões e opiniões são bem aceitas. E a pergunta final que se impõe: você realmente precisa de alguém que diga o que fazer no trabalho? Se responder não, pode trabalhar sem chefinho incomodando...

 

 

A História de um Violino

Quando estive na Europa, anos atrás, levei a tiracolo um violino. Mas por que, se não sou músico?

Ocorre o seguinte: uma família de um amigo meu tinha em sua posse um violino, que achavam ser muito valioso. Era da marca Guarnerius, que se lia por dentro e esses instrumentos são bem conhecidos,  existem poucos no mundo. E são valiosíssimos. Joseph Guernerius (1698-1744) foi uma famoso instrumentista italiano, que produziu alguns violinos entre 1743 -44).

Sabe-se que os Stradivarius são mais preciosos ainda. E igualmente existem poucos exemplares no mundo.

Então, eles confiaram em mim, para tentar descobrir,  avaliar e até vender dito violino.

Dessa forma, carregando o violino junto às bagagens, lá me fui eu à Inglaterra, Londres, para tentar colocar na famosa Galeria Sothby’s o dito instrumento, certamente esperando receber alguma comissão pela missão.

 Fui acompanhando na tarefa por uma conhecida que estava estudando lá inglês e me levou ao escritório da empresa londrina, servindo de intérprete. Porém, para decepção geral, disseram que o violino era comum, não valia nada mais além do que algumas libras e que não era precioso. Decepção total, tive que carregar por toda  a viagem à Europa na bagagem do ônibus o violino.  E entregá-lo na volta aos seus possuidores.

Ainda bem que era uma excursão de ônibus e não precisei retirar em cada parada o instrumento do bagageiro. Mas ficou a experiência que comungo: se for levar um violino pelo mundo, certifique-se que ele valha a pena. Caso contrário, é só incomodação ou perda de tempo. Lembra, família Motta?

 

A incrível história da Ilha das Rosas

Já falei, em crônica anterior, inclusive num artigo, sobre a existência de Liberland, um novo país que foi criado em 2015, no território europeu da Croácia, Hungria e Sérvia,  que está tentando ser reconhecido como nação independente.

E a propósito, ao assistir um novo filme italiano, que fala de uma outra experiência, a Ilha das Rosas, vamos cotejar as duas manifestações libertárias.

Relata o filme que em 1968, o engenheiro italiano Giorgio Rosa projetou e financiou a construção de uma plataforma de 400 m² suspensa por pilares de aço junto a  uma estrutura próxima de Remini, na costa do mar Adriático,  no limite territorial de 5 milhas da costa, o que caracterizava independência de território e lá quis instalar uma nação independente. Na realidade, era uma plataforma de jogos e danças da época levantada um pouco além das águas territoriais italianas, o que significava que estava fora do controle das autoridades.

O engenheiro Rosa se autoproclamou presidente e o declarou estado independente – a República da Ilha Rosa.

As autoridades ficaram insatisfeitas com o fato de a Ilha Rosa ter sido construída sem permissão e estar se beneficiando do turismo enquanto evitava as leis fiscais. Além de alegar que a ilha estava sendo usada para bebida e jogos de azar, alguns políticos até sugeriram que a ilha representava uma ameaça à segurança nacional e poderia fornecer cobertura para submarinos nucleares soviéticos, em um esforço para prejudicar sua reputação.

Apenas 55 dias após a declaração de independência da ilha, em 24 de junho de 1968, os italianos enviaram forças militares para assumir o controle. Eles destruíram a Ilha das Rosa em 11 de fevereiro de 1969 numa explosão, antes de avisar e retirar os seus ocupantes, tal como mostra o filme feito dessa experiência real.

Dias depois, uma tempestade submergiu totalmente a estrutura.

Hoje, seus restos repousam no fundo do mar do Adriático, e foi provado que a Ilha das Rosas existiu. Na mesma época, mas na Inglaterra um cidadão igualmente construiu uma plataforma no mar inglês declarando-se um novo país, mas não durou muito também.

A mesma coisa não está acontecendo na Europa, com a criação da Liberland, uma nova nação no meio europeu? Vejam as diferenças... Consultem Internet e verão mais dados sobre esses assuntos... Será que vai acontecer o mesmo com essa nova tentativa?

E dizem que, depois desse acontecimento, os países passaram a adotar 12 milhas o limite do mar territorial de cada país para a abrangência da sua soberania. Laggiù come qui?...

E existe outra história de um outro país inventado na Inglaterra. Vamos pesquisar?

 

A menina que salvou os seus livros da enchente

Se você estivesse sofrendo uma enchente em sua casa, e sua avó pedisse para salvar o que de mais precioso você tem, o que salvaria?  Seus brinquedos, as roupas, o telefone, um computador, fotografias, um móvel, o que mais?

Pois em Pernambuco ou será outro local do país que isso ocorreu, uma menina de 7 anos, de nome Rivânia,  quando solicitada, salvou os seus livros da escola, colocou-os numa sacola e defendeu sem bem mais valioso em uma espécie de jangada ou barco  enquanto as águas tomavam conta de sua casa que era dos seus avós. Conseguiu salvar seu legado intelectual.

Esse gesto/ato foi visto por milhões de pessoas no mundo inteiro e se tornou um vídeo de milhares de acesso. E o que disse a pequena, ao ser perguntada por que salvou os seus livros, simplesmente afirfmou: é o “meu futuro, gosto de ler, gosto de aprender”.

A menina recebeu homenagem dum canal de televisão, em sua escola, foi entrevistada,  ganhou móveis, e até uma casa nova pelo exemplo que deu ao mundo. E ao falar, com a simplicidade de uma garota sem pais, ainda repetiu que faria tudo de novo, não se arrependeu, mas foi reconhecida pela sua inteligência e capacidade de raciocínio querendo até ajudar o seu avô e sua avó que a abrigaram, teve seu reconhecimento público.

Essas pequenas e simples atitudes são que ainda podem salvar o Brasil e o mundo da ignomínia e das mazelas que acometem principalmente os políticos brasileiros.  Outros tantos exemplos desse tipo – o estímulo à leitura - existem pelo Brasil trazendo um pouco de esperança de que a cultura ainda poderá ser salva da tecnologia adoidada que impera em nossos jovens estudantes.

Que posso dizer eu depois de tanta simplicidade e inteligência? Posso aconselhar que não deixe de ler ou visitar uma biblioteca, lá você sempre achará um motivo para começar a leitura crítica de livros, senão de jornais ou revistas...No mínimo...

Nota: a menina recebeu de uma televisão uma série de livros e instrumentos musicais para sua escola, em programa de nível nacional. E uma casa nova para seus avôs.

 

A história da minha bicicleta

Ao pegar, neste sábado, minha bicicleta para dar uma volta, me veio à lembrança a bicicleta da minha infância.

Assim ocorreu: eu devia ter uns dez anos quando meu pai chegou em casa com uma bicicleta nova, disse ele ter ganho num sorteio da Igreja.

Era uma flamante máquina, vinda da Suécia, marca Sport, não esqueço e que foi a alegria deste cidadão, pois nunca imaginara nem pedira um tal presente, até porque não haveria possibilidade de ter uma ou comprá-la.

Como o veículo era grande e eu, pequeno, tinha que andar em pé, com os pés no meio do varão parta conseguir mexer os pedais, assim ia eu pedalando pela vila.

Meu mundo era divertido. Eu me deslocava pelas ruas diariamente na minha bicicleta, era só eu, pois meu irmão ainda era mais novo e ninguém mais sabia andar. Então, por três anos, vivi enganchado na bicicleta, daqui para ali, de lá para cá, de cima para baixo, vivendo um universo próprio cheio de fantasia, descoberta: a fase melhor de minha infância.

Porém, chegou a hora de eu ir ao colégio, fazer o ginásio, aos 12 anos tive que deixar a bicicleta e minha rica vida para ir em outro lugar, aí meu irmão tomou conta dela, porém nas férias eu aproveitava, no entanto já era diferente.

Mais tarde meu irmão também se mudou, então meu pai passou a utilizar a mesma para o trabalho.

E assim foi até há alguns anos atrás quando tudo se acabou: a bicicleta não resistiu ao tempo e ficou abandonada, depois certamente foi jogada fora, por ter servido a uma família inteira. Mas durou trinta anos, pelo mínimo, bem cuidada.

Assim é a vida, o que hoje serve amanhã não serve mais e vivi a minha vida em cima de uma bicicleta. Só na lembrança. Teria muitas outras histórias para contar.

Então, é encher os pneus da minha nova bicicleta (pois estou morando no térreo,  e dar uma volta pela vida mais uma vez. Acompanhem-me nessa aventura...

 

A nossa parentela

No auge de nossa festa de família, na década passada,  nós reunimos mais de 200 pessoas num fim de semana, numa região do interior do RS, onde meus avôs se criaram e tiveram os seus 15 filhos, apenas do lado de meu avô paterno. Isso para comemorarmos a nossa parentela (ou seria parentesco, parentada?) num encontro super alegre e solidário, onde se apresentavam três ou quatro gerações.

Pois agora descobri (seria melhor nós descobrimos?) que tenho 4094 pessoas parentes apenas somando antepassados, até a geração dos eneavôs, portanto umas dez gerações atrás, quem serão, ou quem eram esses personagens?

Alguém apresentou uma estatística ou pesquisa no Facebook, que deu no seguinte: que nós temos dois pais, quatro avôs ou avós; 8 bisavós; 16 tataravôs; 32 tetravôs; 64 pentavôs; 128 hexavôs;  256 heptaavôs; 512 octoavôs,  1024 eneavôs, e portanto, ao final ou início, 2048 só progenitores, sem contar primos, segundo primos, terceiros, sobrinhos, o que aumentaria a nossa parentela. E assim sucessivamente, poderíamos voltar até à idade da pedra com uma multidão de parentes até hoje.

Contando, em conseqüência, ainda as gerações passadas, durante 300 anos, chegamos a 4094 pessoas, essa seria a nossa família desde 1700.

Estamos curiosos para saber quem eram essas pessoas familiares,  onde viveram, o que fizeram, se foram pessoas boas ou más, se ricas ou pobres, conhecidas, famosas ou não, se tiveram os mesmos problemas e vitórias que eu etc?

Considerando que meu bisavô veio da Itália trazendo meu avô com 7 anos de idade, em 1895, tenho ainda o nome dos tataravôs paternos, e não seis nada mais atrás,  podemos imaginar qual a origem mais antiga de meus antepassados, se foram italianos, foram bárbaros, mais remotamente romanos, gregos, egípcios, hititas, babilônicos, visigodos ou estrogodos ou mesmo indígenas?

Se alguém souber, por favor, me avise que ficarei eternamente grato. Em nome das gerações a gerações. E concluindo: quantas pessoas você imagina que tem em sua família nuclear, atual ou retrovidas?

 

A minha primeira crônica

Eu tinha 17 anos, recém-saído do Seminário, com dois anos do curso Clássico (lá aprendi Gramática da Língua Portuguesa e a escrever), quando  surgiu a primeira oportunidade de participar de um concurso. Tratava-se da comemoração de aniversário da Rádio Progresso, de Ijuí, que promoveu um concurso sobre crônicas em homenagem ao fato. E o fato é que resolvi participar e fui classificado viajando à Colmeia do Trabalho para receber um prêmio que corresponderia hoje a mil reais, uma boa grana na ocasião.

Daí em diante, me embrenhei na leitura e na escrita de crônicas, este texto breve, quotidiano, não sem antes de ter lido toda a obra de Humberto de Campos, os principais cronistas da época tais como João do Rio, Lima Barreto, Clarice Linspector, Cecília Meirelles, Drumond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Nelson Rodrigues, até Raquel de Queiroz, da última página da revista O Cruzeiro. E poderia citar inúmeros autores gaúchos, cronistas.

Depois disso, comecei a colaborar com jornais, especialmente o Atualidades, que circulou em Santo Augusto, depois foi transferido para Três Passos, onde permaneci por cerca de 20 anos com uma crônica semanal, somando mais de mil textos sobre os mais variados assuntos ali publicados.

Em 1975, reuni as principais crônicas num livro denominado Muito Antes Pelo Contrário, seguindo-se após publicação ou a edição de mais oito livros de crônicas, no espaço  mais ou menos de dois  a cinco aos. O mais recente é o Sincrônicas Crônicas, versão 2018, edição da Biblioteca 24 horas, onde constam 50 textos da produção de 2015 para cá, livro que está à disposição pela Internet e Amazon.

O que é a crônica, é a bagagem de mão da Literatura, pequena, mas cabe o essencial, um texto leve, de uma observação, um fato do dia a dia, uma pesquisa qualquer, identificado já como gênero literário próprio. E qual a orientação para quem deseja escrever?  Para qualquer texto, vale a sugestão de muita leitura, muita prática de escrita e agora muita consulta ao Google e aos sites educacionais. Até é passável ler livro online, tudo é válido para aumentar nosso dicionário cerebral ou léxico cosmovisiológico.

A criatividade e o estudo de gramática ou de textos em geral e a perseverança também ajudam a formar o estilo ou o jeito de a pessoa escrever melhor.  Boas crônicas para todos!

 

A origem das Notas Musicais

Você sabe qual a origem das notas musicais?

O nome das notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá si, dó) têm a  sua origem numa música coral da Idade Média. Trata-se do poema  de Paolo Diacono, de 729, que  Guido D’Arezzo, monge italiano (990-1050) adotou,  criando esse sistema de nomear as notas pelas primeiras seis silabas do poema abaixo, de onde foram tiradas as notas do hino a São João Batista, em um grau da escala em cada verso.

Eis o poema:

UT queant laxis

REsonare fibris

Mira gestorum

FAmuli tuorum

SOLve polluti

LAbii reatum.

Traduzindo: Para que teus servos possam contar as maravilhas dos teus atos admiráveis, absolve as faltas dos seus lábios impuros.

O  UT foi transformado em DÓ, no primeiro verso.

 

A origem das palavras cruzadas

Esse invento-passatempo, que muitos praticam, para conhecimento e lazer, amplamente conhecido, tem sua origem engraçada. Segundo a Enciclopédia Enigmática (aí vem outro passatempo, a carta enigmática), de Irineu Villas Boas, nasceu numa cela de prisão, na cidade de Cabo, África do Sul.

Consta que um casal que vivia na Inglaterra, no século passado, se propôs a comemorar uma data qualquer num jantar e depois de embriagado, o marido chamado de Victor Orville, resolveu dirigir, pois não havia ainda a regra do bafômetro e sofreu um acidente, que vitimou sua mulher. Dizem até que ele passou o volante para um empregado, mas de qualquer forma, foi o responsável e assumiu o acidente, sendo condenado pelo fato, a alguns anos de prisão.

Algum tempo prisioneiro, resolveu pedir transferência para a África do Sul, que à época ainda era colônia inglesa. Em lá chegando, ficou na cela número 132 e para passar o tempo começou a traçar linhas horizontais e verticais, preenchendo-as com palavras aleatórias, que chamaram a atenção, muitos o identificando como louco. Mas um médico, vendo a insistência na produção de linhas e linhas, resolveu investigar e viu que o homem não era debiloide coisa nenhuma e passou a praticar o exercício dessas palavras cruzadas também. E daí a coisa se propagou.

Saindo da prisão, pouco tempo depois, um jornal se interessou pelo assunto e começou a publicar as linhas traçadas pelo ex-prisioneiro, concedendo-lhe um bom valor em dinheiro.

E confirmam que o costume pegou e o criador da ideia ganhou muito dinheiro. No entanto, ao morrer, quem ficou com a “grana” foi sua criada de muito tempo, e, claro, no seu epitáfio, mandou gravar uma série de palavras cruzadas.

Esse relato também está registrado no Livro das Curiosidades, de Valmiro Rodrigues Vidal, (ed.Conquista, 1965), para conferir. No entanto, se souber uma história melhor sobre a origem das palavras cruzadas nos remeta para o registro histórico e para contar como realmente aconteceu.

Existem, no Brasil, inúmeras empresas que imprimem e vendem palavras cruzadas, a mais conhecida é Coquetel, do Rio de Janeiro.

Afinal, se você sabe o que é oberar, olecrânio,obnóxio, alamar,  palinuro, adoperar, mamba, inula, careforas e rostro, então sabe  decifrar palavras cruzadas.

               

 

          

Sobre línguas e dialetos I

                             A origem de nossos idiomas

Nós estudamos que algumas das línguas existentes e faladas no mundo provêem dos seguintes ramos chamados de indo-europeu: o grupo celta (que originou  o inglês, o bretão, o escocês, o concari, o galês, o  conari, o irlandês e outras);  ítalo ou romano (vide parágrafo inferior); helênico (que derivou o grego, o albanês); o báltico (deu o letão)  e eslavo (originou o bielo russo, o búlgaro, o letão, o russo, o tcheco, o ucraniano, o croata etc); o germânico, que criou o alemão, o fenoico, o holandês, o sueco, o polonês, o sérvio etc, excetuando-se os idiomas do oriente ou do outro lado do globo, a exemplo de China, Japão e vizinhanças, que têm outro ramo comum,  a exemplo do árabe que foi originado do camita-semita.

Há ainda o ramo indo-ásico, que derivou no assamês, no cingalês, no bengali, no darda e no  blindi; o ramo anatólico mais atrás  criou o assírio e o hitita e o indo-ariano originou o persa e o sânscrito. Da origem itálica ou romana, temos os seguintes idiomas derivados: espanhol, português/galego, italiano, francês, romeno, provençal, catalão, rético e sardo, entre outras.

Somente na península ibérica, que compreende Portugal e Espanha, temos os seguintes dialetos regionais falados: galego, barrosismo, mirandês, intranense, beirão, alentejano, ataliarniano, algaraviano, açoriano, madeireinse, estremenho, atalaiano, isso em Portugal. Já na Espanha, temos os seguintes dialetos: galego, asturiano, santanderiano, alavês, riozano, palentino, salmaticense, caccrenino, leonês, estremenho, sevilhano, cordovês, caditano, andaluz, malaguenho, segoviano, avilês, tarraconense, valenciano, murciano, canário, zomorano, conquense, alaretenho, almeriano, alicantinano, valenciano, tramanoniano, aragonês, novanino, catalão, belarico, granadino, bugalês e palentino.

Na Itália, nos temos, por exemplo, os seguintes dialetos: o tirolês, o lígure, o piemontês, o toscano, o abruzense,  o reatino, o apuleno, o milanês, o bolonhês, o bergamasco, o veneziano, o modenês, o corso, o paduano, o vernês, o truliano, o lombardo, o friuliano, o vêneto, o apulaio, o liguranico, o napolitano, o  calabrês, o siracuse  e assim por diante.

E você já ouviu falar desses outros idiomas, como proto-basco, ibérico, moçárabe, tartessiano, galaico, lusitano ou castelão?

Afinal, você, entendendo esse legado de babel, em quais desses dialetos se expressa ou entende algum deles?

 

 

A resolução de ser sábio

Um programa de televisão, recentemente, mostrou alguns itens que permitem ao idoso permanecer são e salvo, disposto e lúcido para enfrentar a vida com mais energia.

Entre esses itens estão o cuidado com a saúde, o exercício físico, despreocupação, e por último, mas mesmo assim indispensável, é a busca ou a continuidade da procura do conhecimento.

Estamos vendo pessoas com 80 e 90 anos frequentando escolas ou universidades, outras pessoas mantendo o prática da leitura ou escrita sem idade, especialmente os escritores famosos continuam a produzir até sua mais longa vivência da adultice ou antes da decrepitude.

A resolução de ser sábio é o mais alto objetivo de uma vida, isto é, manter a pena ou a cultura em dia, apesar da contagem de anos. Por isso não é estranhável que o governo manteve a idade de 65 para a aposentadoria, admitindo-se que estamos vivendo mais hoje em dia.

Até ultimamente, nos atendimentos e nas filas, já vigora a idade de 80 anos como primeira preferência, por que os 60 anos já não valem mais como limite de idade, sendo a segunda chamada.  Estou sentindo essa nova demarcação, pois tenho um precatório a receber, vibrei quando entrei na preferência, porém agora fui preterido pelos que tem 80.

A Organização Mundial da Saúde elenca cinco itens para isso, que são: exercício físico para melhorar a função musculoesquelética, a mobilidade e a vitalidade; manter a capacidade de enxergar e ouvir direito; cuidar da saúde; prevenir o déficit cognitivo (aí entra a capacidade do conhecimento) e preservar o bem-estar psicológico.

Portanto, caros colegas, mãos à obra e vamos viver plenamente, especialmente mantendo o foco na cultura e na cognição, isso nos manterá sábio pelo resto de nossas vidas.

 

Quando surgiu o “pila” como dinheiro

Nascido no Rio Grande do Sul, sempre ouvia falar, desde criança, em “pila pra cá pila pra lá” correspondendo a dinheiro. Sabia que era originário do nome de Raul Pilla, um médico e político rio-grandense, líder do antigo Partido Libertador, que foi secretário da Agricultura do RS, em 1936, quando de sua criação, porém nada mais conhecia sobre a motivação do uso dessa palavra.

Agora, verificando que em muitos outros estados brasileiros, especialmente onde os gaúchos emigraram, é usada essa expressão e, com ajuda do Doutor Google, vou contar  a verdadeira história do “pila”.

É fato histórico que Raul Pilla, tendo sido adversário de Getúlio Vargas, na década de  1930, ao ser derrotado, foi exilado no Uruguai, tendo viajado sem recursos. Então, seus correligionários se cotizaram para ajudar o conterrâneo criando um bônus, tipo letra do tesouro, para a sobrevivência do político gaúcho no exterior.

Dizia assim a cédula: “O portador (que comprava o mesmo), contribuiu com o valor de ..R$ para o Partido Libertador, em prol da Democracia”. E até era assinado pelo político num canto do documento. Assim, se recolheram alguns valores em cruzeiros, que foram encaminhados ao Sr. Raul Pilla, pelos seus partidários como auxílio financeiro, nascendo daí a denominação de “pila”, equivalente a dinheiro, bufunfa, mango, cobre prata e conto (mas essa é outra estória).

Consta, igualmente, outra lenda popular que essa apólice, documento ou seria moeda em nota de cruzeiro, era cortada ao meio e distribuída aos eleitores, por seus partidários. Quando da votação e se confirmando que o portador votara no dr. Pilla levava a outra parte da nota. Essa é apenas suposição, invenção popularesca do fato ou folclore político.

No entanto, ainda se ouve hoje “pila” pra cá, “pila” pra lá, isso custa tantos “pilas”. E até está fixada em registros em alguns dicionários a expressão consagrada pelo uso comum. E assim se conta a história do “pila” gaúcho, destacando-se que seu valor corresponde sempre a uma unidade de qualquer moeda nacional vigente.

É, enfim, um regionalismo sendo incorporado à língua nacional. Você conhece mais alguma curiosidade digna de registro?

 

 

A origem do Tribunal do Júri

 

Muito se discute no Brasil sobre a origem do Tribunal do Júri, essa instituição que julga, atualmente, nos juizados de primeiro grau,  com sete jurados, escolhidos de uma lista de 21, sobre os crimes de assassinato ou de morte. E ainda se discute sobre a soberania nos veredictos dessas suas decisões. Mas sem considerar que a origem desses tribunais vem de Roma ou da Grécia, é muito focado que o júri dito popular teve início tal como é na Inglaterra, pelo Concílio de Latrão, em 1215, quando foram abolidos os ordálios ou as ordálias,  os juízos de Deus, daí se espalhando pelo mundo.

Na Grécia antiga,  existia a helileia, que julgava os casos menores, e o areópago, a que já me referi, em crônica anterior, intitulada “Uma audiência centenária”, era formado pelos anciãos e sábios,  quando de um julgamento de um assassinato para os casos mais graves, considerado de segundo grau ou de apelação.  No Brasil, o TJ foi criado em 1822, para julgar os crimes de imprensa, inicialmente, e depois na constituição de 1824, foi estabelecido para todos os crimes, estando até hoje na carta magna e nos códigos de processos penais.

No entanto, me atrevo a definir que o júri teve origem entre os romanos, mais ou menos igual ao nosso sistema atual, onde eles, no fim dos tempos idos ou início desta nossa era, escolhiam um conjunto de pessoas, para julgar certos casos de morte, em que a sentença se conhecia pela votação por letras.

Assim, se constituía um tribunal, com não sei quantas pessoas e elas assistiam aos debates  (numa época 51) e depois votavam da seguinte maneira, em uma urna espacial: pela letra A (absolvo) era pela absolvição do réu; Inclusive, o grande Cícero chamou essa letra salutaris, da salvação, da vida; pela letra C (condemno) , então o réu era condenado e se estivesse em dúvida votava em NL (non liquet), em que a pessoa jurada ficava em cima do muro, isto é, não possuía decisão ou não se achava apto a julgar. Depois, o então encarregado de decidir e que detinha o poder de império, somava os votos e, de acordo com o resultado, o réu era absolvido ou condenado. E se desse empate? Aí entraria o certamente o tal voto de minerva, de quem julgava, o magistrado, mas como surgiu essa possibilidade é outra história, que contarei em breve.

Por enquanto, é analisar esse fato de que uma decisão sobre um crime poderia ser feita por votação por letra já é curioso e estou colocando o assunto em letras garrafais. Já imaginou se fosse aplicado hoje esse tipo de julgamento em nosso Tribunal do Júri? Respostas ou opiniões para esta redação.

 

A preceptoria em Roma e na Grécia

A história nos conta que desde a época antes de nossa era, e nos primórdios do Império Romano, a educação da criança era concedida à mãe, através do pater familias, o direito de  educar o filho até sua primeira infância, ou seja, até os sete anos. Depois cabia ao pai a educação moral e cívica do filho, no sentido de conhecimento  e conceitos, especialmente da Lei das Doze Tábuas, uma das primeiras legislações mundiais codificadas.

Depois, o adolescente, ao vestir a toga viril, perto dos dezesseis anos passava ao cumprimento da vida militar, ocasião em que a educação era acompanhada por um outro homem influente, amigo ou o próprio ensino militar.

Tanto na Grécia como em Roma se chamava pedagogo ao servo ou escravo que era o guardião da educação das crianças. Como tempo, esse pedagogo passou a ser considerado preceptor, mestre encarregado da educação da criança. Assim, quando Roma conquistou a Grécia entre os prisioneiros estavam muitos homens ilustrados, com habilidades e conhecimentos que surpreendiam os romanos e foram entregues os filhos romanos a esses ilustres gregos, muitos dos quais eram sábios, filósofos, sofistas e oradores.

 Os chamados pedagogos escravos, depois com a reconquista continuaram a ensinar tanto em Roma como na Grécia. Paralelamente a essa preceptoria particular nas grandes família esses escravos passaram a exercer o papel de mestres, qualificados dos alunos, muitos dos quais completavam seus estudos na Grécia, como é o caso específico de Aulo Gélio (125-180), romano que viveu em Ática, jovem,  lá frequentando as escolas gregas, tendo como professores Favorino (80-160), Frontão (100-170), Peregrino Proteu (95-165), Herodes Ático (101-176), no primeiro século de nossa era, vindo a se tornar um  escritor romano pouco divulgado.

Outros preceptores célebres foram Quintiliano (35-100), que foi professor de Plínio, o Moço (61-114) e dos imperadores Vespasiano (19-79) e  Adriano (76-138); Sêneca (4-65), que foi preceptor de Nero (37-68) e Aristóteles (384-322 aea), que exerceu a preceptoria de Alexandre, o Grande, da Macedônia (356-323 aea) e teve como discípulos Teofrasto (372-287 aea), Aristoxeno ( 360-300 aea) e Eudemo( 370-300 aea).

Indício marcante dessa influência é que no desenvolvimento da escola, Roma vai buscar no helenismo o termo pedagogo, para designar o escravo incumbido de acompanhar a criança na escola, assim surgindo a preceptoria greco-romana, que depois foi se desenvolvendo e continuando após a separação dos dois estados e chegando até os tempos modernos.

Fonte:files.matematica.ifp.20111.webdone.com.br e Google.

 

 

A Técnica da Constelação Familiar

Dias atrás a televisão mostrou uma reportagem sobre a aplicação da Técnica da Constelação Familiar em ações na Justiça Cível, que tratam especialmente de separações de casais e pensão alimentícia.

E mostra os resultados que essa nova técnica tem dado resolvendo os conflitos de seus participantes e de seus assistentes. É o princípio quase da Justiça Restaurativa, outra forma de resolver os conflitos jurídicos que está sendo aplicada como medida alternativa ao processo normal jurisdicional. Mas apresentando uma encenação sobre a problemática  a ser resolvida.

Aí resolvi ver de que se tratava essa técnica. E verifiquei  que essa terapia, que é muito usada pelo psicologia, começou na África do Sul, quando um padre e ou psicoterapeuta  alemão Bert Hellinger  (ainda vivo com 91 anos de idade) aprendeu lá sobre honra, respeito e ordem, entre os nativos, verificando que as ancestralidades  emocionais interferem em nosso comportamento. Especialmente se indagando quem somos. Então resolve ele aplicar essa prática, que consiste em reunir pessoas que tenham problemas para resolver, fazendo círculos, e se escolhe alguém para representar as personalidades interessadas em resolver um conflito familiar. Esses vínculos são reproduzidos no grupo tal constelação e quem participa repete as palavras do terapeuta, e usando o perdão, passa  adotar  a medida de resolução como o amor a si mesmo e ao outro. Admite-se que se pode trabalhar todo o conjunto do sistema familiar com um só representante presente.

 E assim a técnica está se espalhando pelo mundo,  e agora atingindo as vias judiciais que, além de outras práticas, adotam a constelação familiar, para resolver as questões de direito familiar. É uma espécie de psicodrama, utilizado para solver questões pessoais e de direitos.

Conclui a reportagem que o sistema já está sendo aplicado em vários foruns nacionais e até um juiz especialista tem dado palestras pelo Brasil adotando a ideia junto às Varas de Família para resolução dos conflitos familiares.

Quem quer participar da técnica terapêutica da constelação familiar, se apresente e vamos solucionar os problemas de uma forma prática, definitiva e sem medicamentos.  Sem sentença.  Quer tentar?

 

 

A vida na Idade Média

A gente, imaginado um castelo, pensa que se vivia muito confortavelmente naquele tempo, com exceção de reis e rainhas. Porém não é mesmo assim, até esses palacianos tinham as suas dificuldades e falta de conforto.

Passando para a higiene pessoal, não havia banheiro tal qual nos adotamos  hoje em dia: as necessidades eram feitas em vasos  ou penicos e jogados pelas janelas, imaginem então o fedor e a sujeira que isso proporcionava.

As mulheres usavam certos produtos químicos para colorir os cabelos, como enxofre e outros produtos.

Outro fato digno de nota é que não se tomava banho como hoje em dia, da época de casamento era junho, porque em maio é que tomava o banho anual ou inicial.

Dizem até que esse banho nos palácios começava com o rei, depois ia para a rainha, os filhos do mais velho para o mais novo< tudo na mesma tina,  e se desse veneta então tomavam banhos  e se lavavam os fiéis servidores do palácio, devendo se imaginar como chegava o último a tomar essa providência geralmente os menores.

Imagina como era as mesas da cozinha, sem higiene ou  cuidados como se tem hoje, pela fiscalização da saúde.

E  outra coisa, dita é que se colocam os cadáveres nas mesas para velório, até se levarem aos enterros, apenas mais  tarde é que começaram a surgir as casas fúnebres ou câmaras

mortuárias.

 

 

Acordo judicial pelo Whatsapp

Um juiz, de 29 anos, de São Paulo está usando  um usual  aplicativo na Justiça, através da plataforma do Whatsapp para resolver mais rapidamente ações trabalhistas. Assim, ele entra em contato com os advogados de uma causa, e solicita contato  via  Whatsapp para tentativa de acordo, antes da audiência de instrução e julgamento. Então, as partes se comunicam com o juizado, e depois realizam ou não o acordo antes da realização penosa e demorada de uma audiência com a ouvida de autor e requerido, testemunhas, perícias etc até o  julgamento final. Isso se for costurado o entendimento prévio. Parece que a ideia está frutificando e sendo aplicada em outros esferas do judiciário e em outros estados brasileiros.

Dessa forma, o processo, deixando de ser físico como hoje e como era, já está sendo feito, passou a ser virtual, pelo computador e internet  e agora surge essa nova possibilidade com essa  rede social.

Notável avanço da judicatura, que poderá concluir e arquivar as milhares de ações, especialmente cíveis e trabalhistas, que assoberbam as juntas e varas da justiça brasileira.

Um exemplo de demora na justiça brasileira: em 1988, patrocinei uma ação trabalhista em Porto Alegre contra o Estado do Rio Grande do Sul de uma funcionária em desvio de função e que foi demitida, atuando ainda pela CLT. De lá para cá, duas vezes o processo subiu ao Superior Tribunal do Trabalho e uma para até o Supremo Tribunal Federal, afora outras idas e vidas em recursos e agravos de ambas as partes nos vários tribunais. Afinal, no ano passado, a cliente recebeu seu precatório, restando ainda uma outra ação de reintegração de cargo, que está em fase de execução da conta.  Quase 30 anos, portanto de tramitação nas várias instâncias. Isso sem falar do atraso de precatórios.

Esperamos que essas e outras novidades tecnológicas desafoguem a justiça brasileira.

 

Ainda sobre passarinhos

Já escrevi várias crônicas sobre passarinhos. Desde “A caturrita de Dona Alice”, publicada em meu primeiro livro de crônicas “Muito Antes Pelo Contrário”, p.21, depois “A Primavera ainda existe”, em “Cornucópia da Palavra”, pagina 131, “Tal como o pica-pau”, in “E eu com isso!”, pag. 97, “0 Ninho do Passarinho”, do mesmo livro, p.98, eu venho observando pássaros e vibrando com eles. E, mais do que isso, cronicando sobre eles.

Há pouco, eu morava em duas casas, com grande pátio, até comecei a jogar comida a uns asados e começaram a surgir canarinhos, outros passarinhos que não conheço, e a maioria era de pombas, que se acercavam quando jogava o alimento, era especialmente alpiste.

Agora, residindo em um apto em condomínio largo, quando de minha caminhada matinal, eu passo por vários tipos de pássaros que rodeiam o nosso imóvel, em meio a grama e árvores. Regurgitando seu alimento do dia a dia.

É sabiá, colhendo seu acepipe (talvez minhoca), é joão-de-barro, levando galhinhos ou o próprio material para construir seu lar. É canarinho amarelo trinado vigorosamente, é bem-te-vi sentado no fio elétrico (e não se eletrocuta?), dando seu recado repetitivo.

E eu, embevecido por esses cantos maviosos, sem querer vou a espantá-los; eles fugindo de mim, eu tentando chegar perto deles e eles voando para encontrar outro local protegido e sem a ameaça humana. Num jogo de atração e fuga.

E de madrugada, então, já classifiquei vários tipos e horários de cantoria dos pássaros ao meu redor, lá distante nas árvores ou nos postes de iluminação: uns começam às cinco horas, outros batem ponto às seis e tem os das sete para o acorde final, antes de a gente levantar.

 Outros passarinhos não têm horários e basta vê-los voando que se põem a desfilar seus cantos. E tem até o canarinho “Paçoca” da Suria, que espalha um trinado longo e melodioso, inebriando a gente pelo seu insistente trinado.

E assim  se avistam passarinhos da natureza que brindam a nossa vida com seu suave ou especial gorjeio, sibilo, silvado, cantilena, trino, pio, chilreio ou melodia.

Salvem os nossos amigos da mata!

 

Apropriação Indébita

O termo indébito indica o que foi pago sem ser devido; de que não se tem obrigação, que não é merecido; injusto, imerecido. Apropriação que dizer ocupação, ato de tornar    -se dono de uma coisa abandonada.

No entanto, o que me preocupa e surpreende é a dita “ação de repetição de indébito” que pode ser traduzida como o  direito e o ajuizamento que tem como objetivo a devolução de valores cobrados indevidamente de uma pessoa, seja ela natural ou jurídica, de acordo com o artigo 940 do CPC, que diz o seguinte: “aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.” 

Por outra, repetição do indébito é tanto o direito quanto a medida processual na qual uma pessoa pleiteia a devolução de uma quantia paga desnecessariamente. Trata-se de uma modalidade de enriquecimento sem causa, fundamentada na inexistência da dívida e num pagamento indevido por um valor ou objeto.

O instituto “repetição de indébito” não é literalmente apontado em nenhuma legislação brasileira, foi criado pelos jurisconsultos dos códices, embora tenha regramentos próprios a respeito do seu direito e seu funcionamento dentro do direito civil, do direito do consumidor e do tributário.

Para exemplificar o que é a repetição de indébito e como ela funciona, considere o seguinte: alguém compra uma mercadoria numa loja pelo valor de R$ 500 e decide parcelar o bem em cinco vezes de R$ 100.  Entretanto, após seis meses, percebe na sua fatura do cartão de crédito que a loja cobrou seis parcelas de R$ 100,  ao invés das cinco que deveriam originalmente ser cobradas.

Portanto, foi indevidamente acrescentado um valor que não era devido, o que lhe dá o direito de pedir a repetição de indébito (êta palavreado jurídico) da loja (isto é, a devolução), podendo ser resolvido o problema de forma administrativa ou, no esgotamento dessa hipótese, através de uma demanda judicia com essa ação típica. Normalmente, ela ocorre na área trabalhista com pedido de  devolução de valor cobrado a mais no imposto de renda descontado de uma ação recebida. Convivi com inúmeros procedimentos desse tipo, especialmente na Justiça Federal.

A palavra indébito já é complicada e imaginem “repetição de indébito”, isso é de causar perplexidade no leigo, por isso essa ação é somente ajuizada por especialistas, com argumentações apropriadas. E tenho que falar sobre a “irrecorribilidade das decisões interlocutórias”...

 

As Armas do Amor

O Papa Francisco sugeriu que se use contra o terrorismo as armas do amor. Mas que armas são essas que poderão deter essa falange de lutadores suicidas, atentadores contra multidões sem saber quem estão vitimando, apenas por ser inimigo do Ocidente?

Será essa arma do amor uma flor doada a um elemento fortemente armado esperando por atacar; ou serão sorrisos em vez de palavras de ordem contra a violência  num mundo sem tempo de parar  e amar?

Essas armas amorosas serão foguetes experimentais, tipo festins, sem ferimentos e sem atingir as partes das cidades que ainda não estão em destruição total?

Será que o crucifixo será essa arma do amor, contra os demônios da hipocrisia e contra os inocentes membros do Estado Islâmico, que defendem sua religião e seu povo?

Ou será a hóstia consagrada transformada no corpo de um Cristo e enviada em um míssel superpotente contra a Humanidade pois ele não consegue mais controlar nem seu rebanho?

Será o incenso para afastar os maus elementos, os espíritos satânicos, os maus fluidos dos inspiradores da guerra silenciosa de ataques e contraataques em todas as frentes?

Serão os anátemas, os exorcismos, as excomunhões e as peregrinações turísticas sendo usados como instrumento para salvar os infiéis?

Por favor, me digam quais são essas armas do amor, para a gente começar a produzi-las em escala mundial, mas precisa de urgência se não os atentados se repetem e se multiplicam e não teremos tempo de converter ou convencer os não cristãos.

Não li o resto da notícia mas parece que ele falou uso de paz e amor contra a cruel e brutal violência dos que lutam pelo seu Deus em todo o mundo.

Como destruir o egoísmo e  a morte com as armas do amor? Serão as orações compridas, os sermões intermináveis, os mistérios e dogmas desvelados lançados contra a turba ímpia?

Talvez a mesma arma que a Igreja usou em suas conquistas de Jerusalém ou nas terras de América e África. Convenhamos, Francisco, que a pobreza não mais escuta a esse Deus surdo, que a humilha e a empobrece cada vez mais, e quem nem acredita mais no poder desse Deus.

Talvez a arma do amor seja um supersônico dotado de bombas potentes, escrito em suas ogivas as palavras “Deus é  Amor”, à semelhança do que foi o escrito no avião que jogou a bomba em Hiroshima na Segunda Guerra.

O resto é mesa de conversação inútil sem poderes, que não resolvem nada devido à luta interna e religiosa de quem tem o seu Deus maior que o Seu, e o único que reverencia o Senhor dos Universos. E que nenhum dos lados quer renunciar à sua religião?

As mais antigas universidades mundiais

Em crônica anterior, elenquei as melhores universidades do mundo (livro Sincrônicas Crônicas, 2018, p.39), afirmando que iria comentar quais eram as primeiras universidades do mundo mais adiante.

Pronto, agora, para cumprir a promessa e com auxilio da internet e de pesquisas, assinalo que a primeira universidade (tal como se conhece hoje) foi a de Bologna, na Itália, em 1088; seguindo a de Oxford, na Inglaterra, em 1096, vindo a seguir a de Paris-Sorbonne, em 1170, na França; a de Cambridge, na Inglaterra, em 1209; a de Salamanca, na Espanha, em 1218, depois segue a de Pádua, na Itália, em 1222, a de Nápoles, igualmente na Itália, em 1224, a de Toulouse, na França, em 1229, mais a de Montepellier, também na França, em 1283 e a de Coimbra, Portugal, em 1290.

E quanto à América? Tem-se notícia de que a primeira universidade na América espanhola, se localizou em Lima, no Peru, denominada Universidade Mais São Marcos, em 1551. E no Brasil?  É citada como primeira instituição  de estudos avançados a escola de Cirurgia da Bahia, em 1808, certamente em Salvador. Depois, houve várias tentativas de instalação de escolas no Brasil colonial, culminando com a criação, em 1827, das Faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda. Mais tarde outra escola famosa foi criada, o Colégio Dom Pedro II, em 1837, mas a primeira universidade brasileira instalou-se em 1912 oficialmente, como amplamente se conhece um conjunto de várias faculdades, isso no Paraná. Ao mesmo tempo, instalaram-se outras no Amazonas, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

E na sua cidade qual foi a primeira escola ou a primeira faculdade ou universidade que se instalou? É bom saber, senão perguntar ou pesquisar é a dica.

 

 

As melhores universidades do mundo

Um site da internet acaba de publicar o ranking das melhores universidades do mundo. São elas, pela ordem: Oxford, no Reino Unido; Cambridge, no Reino Unido; Califórnia Institute of Techology, dos Estados Unidos; Stanford University, dos Estados Unidos; Massachusetts University, Estados Unidos; Harvard University, dos Estados Unidos.

Seguindo a relação, vem a Princepton University, dos Estados Unidos; o Imperial College of London, do Reino Unido; a Universidade de Chicago, Estados Unidos e a ETH University, da Suiça.

E no Brasil? Segundo a mesma pesquisa, entre as  três melhores universidades do Brasil estão a USP, Universidade de São Paulo; a Universidade de Campinas, São Paulo e a Universidade Federal do ABC, de Itajubá, Minas Gerais.

No Rio Grande do Sul, três universidades se distinguem como as melhores do mundo pela colocação entre os números 201 a 800 e são: Universidade Federal do RS, UFRGS, onde estudei tempos atrás, em dois cursos; a PUC-RS, de Porto Alegre e a Universidade Federal de Pelotas, sul do estado.

Estamos bem ou estamos mal? A pergunta se justifica pela situação financeira do País, com cortes de verbas especialmente em certas áreas como a educação, quando se vê, por exemplo, a Universidade do Rio de Janeiro passando por muitas dificuldades, inclusive fechamento de setores.

 

Cachorro engolindo cobra...

Acordei com a imagem de um cachorro engolindo uma cobra, no literal, no entanto nem vou interpretar o sonho, nem pedir a alguém, mas acham que isso é possível? Meditem...

Enquanto isso, sem assunto e sem título, vou tentar analisar algumas sugestões que me ocorreram e as anotei para futuras escritas: “A época dos malucos”, esse título poderia ser usado para explicar as loucuras que estão acontecendo no mundo, em especial em nosso país, e são tantas. Deixei de lado...

“Equipe Zeus” seria uma apreciação filosófica e mitológica, porém não tenho elementos para desenvolver um texto ou um raciocínio nesse sentido, até porque precisaria entender os deuses e Zeus, em primeiro lugar. Fica de fora...

“Distração digital. Isso poderia ser visto como uma doença do presente na era digital, com todo mundo submerso e imerso no celular, sem tempo de ver as coisas boas, dar bom dia, por exemplo. Portanto, bom dia a todos...

“Amigos e invejosos”, esse tema caberia ser exposto visando entender alguns amigos, que nos invejam ou só ajudam por interesse. Alguém tem essa figura em sua relação?

“Fontes filosóficas esotéricas”, mais uma abstração teórica que precisaria estudos e leituras paralelas para se desenvolver um raciocínio lógico e formal. Abandonei a ideia...

“Intensidade da Informação” é um título que se coaduna com a minha área de comunicação. Teria que analisar o tempo e a intenção, tenção, tensão ou terção (rebento da vinha), sem ir  a fundo na questão da extensão ou da intensidade. Fica para outra ocasião...

“Variáveis gravitacionais”, este assunto é mais para físico aí teria que convocar o Paulo Henrique para ajudar a desenvolver ideias sobre o assunto. E ele não pode no momento se encontrar com a gente, vai para outra oportunidade.

“Energia vital”. Enfim, um tema abrangente e profunda, atual, no casos e no caos não daria tempo nem ocasião de expor uma assunto vital dessa maneira tão frugal e incontínua....Pirou, de vez...

Por fim, a “Origem de tudo” poderia ser um tema de crônica, porém o assunto é muito vasto e filosófico e levaria horas e linhas para ser descrito e mostrado.

Fica tudo, então, para outro azo ou vez, até porque restei pensando no assunto primeiro, lá de cima, se é possível um cachorro engolir uma cobra por inteiro. Alguém me responde e explica este meu sonho? Senão, repito, ficarei sem assunto ou título nessa postagem semanal.

 

Carlos Gardel é uruguaio, viveu na França

e na Argentina e morreu na Colâmbia

Através de um documentário sobre o coronel Carlos Escaloya, fiquei sabendo que o grande cantor de tangos Carlos Gardel é uruguaio de nascimento, embora controvérsias afirmem que ele nasceu na França. Mas a história de sua vida é a seguinte: vivia em Tacuarembó, Uruguai, no fim do século XIX, um coronel  do exército, Carlos Escaloya.

Esse militar, que casou com três irmãs Oliva, sendo a última Maria Lelia, com 13 anos, que deu à luz a um filho antes do casamento, porém como ela era menor e irmã de sua mulher, ela foi enviada a uma fazendo para ter a criança, escondida, e depois o filho foi doado a uma atriz francesa que o coronel conheceu, Berthe Gardès, levou o menino para a França, donde se concluiu por tempos que ele ali nasceu. Por isso seu nome original é Charles Romuald Gardès, adotado e registrado pela sua mãe postiça, como se vê em suas biografias iniciais.

Mas a história, contada através de parentes do coronel mais recentemente, é de que tudo era conservado em silencio e só na década de 60 é que as coisas vieram às claras, confirmando-se então que Carlos Gardel, que depois viveu na Argentina onde fez carreira de cantor como os tangos célebres, tais como “Volver” , “ Por uma cabeza” e outros tantos,  em  muitos filmes, morreu em acidente aéreo em 1935, em Medellin, Colômbia, com apenas 44 anos de idade é descendente desse coronel. Tudo comprovado por dados colhidos na Internet e em outros livros mais recentes. E em entrevistas com vários escritores e historiadores.

Imortalizado como o introdutor no tango, ele que nasceu em 1890 no Uruguai, teve toda essa existência marcada por mistérios e silêncio. Mas agora se provou que ele era realmente filho desse coronel, que foi uma espécie de ditador em Tacuarembó, onde criou um teatro, tinha fazenda e vasta descendência.

Seus sobrinhos, netos e bisnetos hoje até aceitam a ideia de que são parentes de Gardel, que teve o sobrenome de sua mãe postiça a atriz Gardés, que o criou na França e depois o colocou no mundo. Portanto, Carlos Gardel é mais uruguaio de nascimento  (filho de Carlos Escaloya e Maria Lelia Oliva), do que francês ou argentino, como dizem por aí. Você acredita nisso?

 

 

Colhendo trigo e arroz

Assistindo a uma exposição agropecuária que mostrava uma potente máquina colheitadeira, com sistema eletrônico, do tamanho de uma casa, lembrei-me do meu tempo de infância quando ajudava meu pai a colher trigo e arroz na colônia.

Era época de colheita, então vinha uma trilhadeira, geralmente puxada por junta de bois, assim que era armada com num motor a óleo, com uma longa correia ou polia e começava a fungar, aí os trabalhadores iniciavam a trilhar o produto. Isso que antes era feito o corte e o amontoamento em feixes ou fardos, que eram levados à trilhadeira e então uma pessoa colocava o cereal para começo de trilha, saindo a palha no fundo da engenhoca e o produto colhido numa esteira, que geralmente eu ajudava a cuidar para encher o saco.

Funcionava ali um sistema cooperativo, onde então a máquina do compadre de meu pai, M.M. vinha fazer a trilha de arroz ou trigo e depois seguia para outra lavoura da vizinhança. Como era raridade essa máquina, parece marca Tigre, era cobrado um percentual do trilhado (a meia, ou um quarto, como se dizia) que ia para o dono da trilhadeira.

E assim corria a vida da agricultura, no passado enquanto não aparecesse uma colhetadeira a motor e com pás que colhem e trilham o  produto ao mesmo tempo saindo já em grãos o  cereal, que é colocado em caminhões.

Isso que eu vi na China um agricultor carregando nas costas uma trilhadeira portátil, que é armada na estrada onde o produto está secando, enquanto a tecnologia não vem.

E assim me lembro uma época difícil da agricultura, que continua até hoje,  ainda possivelmente sendo usado em rincões distantes esse equipamento, até diferente da máquina super potente e grandiosa mostrada na televisão, com computador a bordo, largas ceifadeiras e um preço elevado certamente de custo.

Mas esse fato mostra a evolução da lavoura, imaginem como seria antigamente realizar uma colheita?

 

Conceitos  e indagações históricas

Toda a narrativa ocidental tem pormenores iniciais, ao lado da descrição real.

Toda tentativa de criar uma realidade é um discurso do discurso.

A suavidade da morte que bate à nossa porta é uma unidade indivisível.

São as regras genéricas que fazem a lei. Que lei?

Os realistas têm uma referência obsessiva ao concreto.

O determinismo sempre justifica o comportamento do personagem.

A palavra não pode se desviar da ideologia.

O romance não comporta heróis, porém pode valer-se eventualmente de procedimentos épicos.

A  narrativa não ficcional teve foros de cidadania estética, entre altos e baixos.

A metaficcção é autorreflexão, apropriando-se de acontecimentos e procedimentos históricos.

A literatura histórica não comporta a crônica pura e simples dos fatos?

O texto ficcional é mais degustável e mais completo que o texto histórico?

O personagem Santiago de Machado de Assis não foi identificado como o Otelo, de Shaksepeaere?

A literatura histórica não aparece como um irrisório e magnífico teatro de ilusão?

Os prêmios Nobel de Literatura que o Brasil não teve são o que afastam os brasileiros dos estudos de literatura latino-americana, em comparação como o resto da América de língua espanhola que já tem vários prêmios.?

 O bom romance resulta  da compreensão do relacionamento entre o passado histórico e o tempo presente? M.W.

O passatempo no tempo passado é uma teorização de metaficção historiográfica?

Enfim, qual é a relação entre Literatura e História?

 

Conceitos históricos e indagações II

A crônica pode ser definida como um gênero de grande importância e representação por requerer e tratar de matéria heterogênea?

 Você sabe quem são os orgânicos do poder? Ou as repúblicas das letras?

Índio mudo, negro aviltado e campesino marginalizado são os legítimos representantes da América Latina?

Vale o epíteto de que para bem governar precisa bem conhecer?

Você sabe qual é o poder adâmico da linguagem?

Não há escritos inocentes nem discursos neutros. Capisce?

A palavra é o sinal ideológico por excelência. Porém, pode ser o indicador mais sensível de transformações sociais. N.B.

A ideia do cânone é a ideia colonial.

Mitificação do mundo é o que não se pode mudar.

Você é partidário da teoria de que para conflitos específicos se usam soluções específicas?

Então, tá!

Ode à crônica

Escrever é sacudir o sentido do mundo. Com essa expressão de um pensador, o autor elenca neste livro cerca de cinquenta crônicas, escritas como se dizia antigamente ao correr da pena, isto é para designar o dito latino de nulla dies sine linea,, ou seja, nenhum dia sem um texto. Uma linha, aqui uma crônica.

Esta a finalidade do livro:  trazer ao leitor uma história do dia a dia, captada no quotidiano, no sentimento, na ação, na observação, colocando-os num texto, leve, ágil, de agradável leitura, como diria Carlos Drumond de Andrade ao autor.

Discutir, ensinar, divertir, aprender, refletir, essa a finalidade da Literatura.

Se isso for conseguido o cronista estará realizado. Aproveita estas crônicas como se deliba uma cadinho de emoções e conhecimentos, até a última gota.

 

 

 

 

Elucubrações familiares

Quando, na década de 1980, estive em Velo D’Ástico, norte da Itália, província de Vicenza, verifiquei numa praça um monólito, ou monumento de pedra, o sobrenome De Rosso registrado com vários nomes, junto com outros. Chegando mais perto, tomei conhecimento que se tratava de homenagem aos soldados mortos na Primeira Guerra Mundial (1914-18), oriundos daquela localidade, de onde meu bisavô saiu em 1895 para vir ao Brasil, com meu avô Antônio, então com dez anos de idade.

Em vista disso, depois ou mesmo agora, comecei a fazer conjeturas e suposições: e se meu bisavô tivesse ficado na península italiana, o que teria acontecido, pois meu avô na época da guerra estaria com vinte e poucos anos e certamente seria convocado para ir lutar, com os outros conterrâneos e contemporâneos na conflagração mundial que colocou em guerra vários países europeus. Teria ele sobrevivido ou seria mais um nome colocado no megálito homenageador dos heróis combatentes italianos? Pena que não achei a fotografia, aliás, tenho uma foto, que talvez publique, quando a encontrar.

Aprofundando mais a elucubração (palavra complicada): Se meus antepassados não tivessem vindo, afinal, meu pai teria nascido e eu viria a este mundo nesta família e situação em que compareci a este vale ou em outra?

 E daí? Fiquei matutando em outros pormenores que podem ser inferidos e concluídos com outras argumentações e desfechos.

Não, era para meu avô ter partido, a convite do imperador brasileiro Dom Pedro II, a vir à América, descer em São Paulo, depois seguir ao sul, até fixar-se em Ajuricaba, então município de Ijuí, recebendo uma terra pedregosa nos confins da linha 26, onde formaria sua família de 15 filhos e hoje ainda restando o local de origem?

Pergunta que faço e deixo sem resposta pois o destino e as conjeturas, na maioria das vezes, são o mundo que faz ou que decide.  E nós temos os destinos fixados pelas leis do universo. E tenho escrito!

 

 

 

Continuam as aulas de História - I

Ainda hoje, segundo estatísticas, 70 por cento dos livros escritos no Brasil são de homens.

E sabia que no início século XIX algumas mulheres, no Brasil, se atreveram a escrever livros com nomes masculinos ou apenas “uma mulher”? E que hoje estão sendo ressuscitadas como seus verdadeiros nomes?

Você qual a diferença entre Maria Firmina dos Reis e Castro Alves? A primeira penetra no porão do navio negreiro; Castro Alves apenas fala do convés ou tombadilho do mesmo navio.

África e América Latina estão ligadas pela diáspora da escravidão. Que dívida, hein?

Você sabe quem foi realmente Mohamad Baquaqua? Pois foi um escravo africano, vindo de Benin, chegado ao Brasil em 1845, depois foi para Rio de Janeiro, Nova Iorque, Haiti, Canadá, Ingalterra e finalmente foi liberto em 1847, escrevendo depois uma autobiografia nos Estados Unidos ou no Canadá em inglês? E seu nome foi trocado para José da Costa?

E qual a diferença entre Maria Firmina dos Reis e esse José da Costa?

E essa Maria Firmina pode ser considerada ou citada com a precursora da luta contra a escravidão no Brasil, por ter sido negra e escrito o romance “Úrsula”, isso em 1859? Antes do mesmo de Castro Alves que publicou seu “Navio Negreiro”, em 1868?

Deu alguma sorte ou diferença Maria Firmina dos Reis, autora de Úrsula, ter nascido no ano de 1822?

A Literatura brasileira do século XIX classifica o índio como ser ou bestial ou servil. Com Alencar, surgiu o bom selvagem. E hoje, o que é o índio?

Resignação ou revolta fazem parte de nosso dia a dia?

 

 

 

Continuam as aulas de História II

A liberdade e a alforria resolveram o problema dos escravos no Brasil?

Você sabia que a escravidão durou no Brasil de 1550 a 1888. Ou continua?

A África foi considerada por muito tempo como sendo um território único. Só se dizia: “veio da África”. E as diferenças entre sul e norte, árabes, nativos, colonizadores e as mais de 100 etnias não contam?

A Igreja foi cúmplice dos senhores das terras no tempo da escravidão?

Tartamudo é o mesmo que gago?

A ótica da literatura folhetinesca via o vilão como vilão. E agora esse fato mudou: o vilão virou herói?

-Apresento-lhe um cadáver e um escravo livre; esse foi o ato de libertação  de “A Escrava”, de Maria Firmino dos Reis.

Você sabia que essa Maria Firmina fundou a primeira escola primária mista no Brasil e que não durou muito?

A tríade de ação do romance  de hoje segue a trilha dos outros romancistas do século XIX?

Seu prefaciador  viu algum defeito de composição em um de seus livros?

 

 

De ouvidos para o mundo

  

Resolvi, dia desses, numa noite dessas, ativar um dispositivo que o amigo Youssef me passou: a RádiosNet. Um ícone no celular, fui verificar depois, que abrange e abre todas as rádios do mundo, quase todas, numa infinidade de emissoras, especialmente FMs de qualquer canto do universo.

Então, comecei a viajar pelo espaço e pelo tempo, inicialmente, fui ao Rio Grande onde revisitei as rádios de Porto Alegre, desde a Caiçara, Grenal, Sertanejo Total, à Liberdade, Pampa, Campeiro,entre outras até a da Universidade, com seus discos clássicos, incluindo, depois, minha terra ou redondezas e outras tais como a Rádio Tabaí, de igual município, ou de São Jose do Hortêncio, assim como do Vale Real.

Partindo para o Brasil, acompanhei algumas rádios do Nordeste, da Amazônia e do longínquo Acre, porque as do Rio e São Paulo são muito conhecidas ou escutadas.. Inundei-me de informações e de músicas de prefixos brasileiros.

Era hora de viajar pelo mundo, então comecei a acessar, por exemplo, uma rádio Harnest,  em Mersem, Lesoto, com músicas africanas; mudei para Rádio Carnaval, em La Serena , no Chile, com música folclórica; depois adentrei  a uma rádio de rock, em Busoraca, na Bósnia Herzegovina; fui em Barbados, onde tocava a rádio Y 103, de Hagart Hell, em seu rock diferente.

Mais umas voltas e estava assistindo a Dago Rádio, de Antananarico, no Madagascar; outra volta, estava na Rádio Aurora, de Vanagore, na Armênia. Na Rádio AR Intercontinental, de Jarevan, em Andorra, tocando músicas em inglês; ouvi, após, canções folclóricas da distante Ilhas  Cook, na rádio Matariki, de Rarotonga.  Mais um pouco e estava no interior da Alemanha, ouvindo música eclética da região de Regensburg.

Mais adiante, encontrei a rádio 194.1, de Antuérpia, na Bélgica., tal como a rádio Klan, de The Valley, em Anguilla, (onde fica isso?) podendo permanecer a noite inteira testando o som e as propagandas das milhares de emissoras que existem no mundo civilizado, inclusive árabes, asiáticas, de diversas ilhas afastadas., como as gregas Corfu, Chipre e Santorini, à longínqua índia e até do Afeganistão  e ir até do fim do mundo, como se poderia dizer. Com algumas falhas pela demora na internet, ou sinal fraco, mas cabendo todas no meu pequeno celular.

E assim se conta a história de uma pesquisa nas ondas hertzianas, numa noite de insônia radiofônica. Saudades explícitas de um tempo bom de jornalismo mundial. E vai o desafio de você igualmente praticar essa aventura diurna ou noturna pelo universo das rádiosNet. Apenas com o toque do dedo e o gasto de algumas cargas do aparelho telefônico usual.  E viva o universo interconectado total!

 

 

A origem de nossas línguas - II:

Quantas línguas se fala no mundo?

Registrei por uma pesquisa na Internet que existem, no mundo hoje, mais ou menos 3 mil línguas sendo faladas ou escritas. Vamos lá para sua divisão conforme as grandes famílias, em termos de línguas antigas ou modernas, a saber: na família nigero-congolesas da África, são falados 1514 idiomas ou dialetos; nas famílias austronésias  existem 1268 idiomas; nas transneoguineanas, contam-se 564 línguas.

Indo para as indo-europeias, temos 449 línguas; já pelas sino-tibetanas, contamos com 403 línguas; enquanto nas afro-asiáticas se somam 375 línguas, nas Nilo-saarianas, estão registradas 204 línguas no mundo; seguindo, nas famílias pama-nyungans estão em uso 178 idiomas, enquanto nas otomangueanas, estão registradas 124, embora se diga que são apenas 27.

Com relação às austro-asiáticas, temos 169 línguas; nas sepik-ramus  disputam 100 idiomas; nas tai-kadais, são 76 línguas; nos macrotupis, 76 línguas; nas dravídicas, 73 e nas famílias maias, 69 línguas.

E no Brasil, quantas línguas se falou ou se fala? Segundo um levantamento, são 185 línguas indígenas que existem no País, outros afirmam que são, segundo o IBGE, 160, a maioria estando em extinção.  Sabe-se que no século XVIII foram proibidas as línguas indígenas, ao tempo do Marquês de Pombal, no domínio português, por isso muito se perdeu dessa linguagem nacional.

Os principais ramos indígenas do Brasil são agrupados em  várias famílias, como os tupis, caribes, aruaque, macro-jês, araruana, ianaomamis, tucanas, tupis, pataxós, entre outras, conforme variações de grupos ou classificações. E o nosso caigangue onde fica? E ainda são citadas os gês, o goitacá, o pano-muranha, o catuquina, o mataco-guaicurus, o  nambicuara, o numa-pirahã, o pano–tucano, o caritana e eteceteras.

Quem é “oriundi” ou descendente de estrangeiros também tem falado dialetos que seus antepassados trouxeram de seus países, isso antigamente, pois agora a criança já nasce falando o nosso português, com raras exceções.

Você acredita nesses dados, ou acha que tudo é suposição? Se duvidar, pesquise...

 

O fino do Direito ou Juridiquês – II:

O princípio da irrecorribilidade imediata

 das decisões interlocutórias

Sempre me surpreendeu esta frase acima. Vou analisá-la, em consequência. Começando por dizer que o Direito Processual do Trabalho é norteado por diversos princípios. Dentre eles o Princípio da “irrecorribilidade de imediato das decisões interlocutórias”, dispondo-se no  art. 893 da CLT que nas decisões são admissíveis os seguintes recursos: § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias, somente em recursos da decisão definitiva.

“Decisões Interlocutórias” são atos do Juiz, conforme preceitua o artigo 162 do Código de Processo Civil, que interferem no mérito, mas que não põem fim ao processo, isto é, não dão sentença julgatória, apenas despachos singulares do juiz. Na Justiça do Trabalho, o Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias impede que as partes insatisfeitas recorram de imediato destas decisões. O art. 893, § 1º da CLT preceitua que a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente será realizada posteriormente, no recurso da sentença definitiva. Este princípio tem por objetivo a celeridade processual. No entanto, pode-se entender que confronta princípios constitucionais, como por exemplo, o devido processo legal, o duplo grau de jurisdição e o acesso à Justiça. Já na doutrina, há posicionamentos em ambos os sentidos.

Contudo, em decorrência da supremacia da Constituição Federal, que afirma que nenhuma norma no ordenamento jurídico vigente poderá confrontá-la, entende-se que a irrecorribilidade das decisões interlocutórias estaria violando e confrontando preceitos fundamentais da Carta Magna. Muitos advogados usam esse argumento. O objetivo dessa vedação é propiciar a maior celeridade possível ao processo do trabalho, até porque na maioria esmagadora das reclamações trabalhistas o que se busca é que o trabalhador receba as verbas alimentares a que tem direito. Ou seja, caso fosse possibilitado que a cada decisão incidental do Magistrado fosse interposto recurso o processo se prolongaria no tempo, podendo causar diversos riscos ao empregado e àqueles que pleiteiam um direito imediato e mais rápido.

Resumindo: não devem ser usados recursos em despachos judiciais, apenas agravos  e principalmente o de instrumento (outra palavrinha difícil) ...Já agravo é ofensa que se faz a alguém; injúria, afronta; dano sofrido; prejuízo. Entenda-se o direito!

 

 

 

 

Você conhece esses

dicionários curiosos?

Você, certamente, sabe definir o que é um dicionário? O mesmo que léxico que é obra de referência contendo, em ordem alfabética, palavras de uma língua ou de línguas acompanhada de seus significados léxicos.

Ainda mais: você sabe que existem inúmeros tipos de dicionários dos arrolados que apresentam temas e termos científicos, literários, artísticos, de profissões, de ciências e assuntos os mais variados? E que existe em Foz um local onde estão expostos 6800 dicionários, sendo 5500 diferentes em mais de cem línguas e 1670 assuntos os mais diversos e interessantes?

Assim, conheço e indico o seu paradeiro, se interessar, pois essa biblioteca é até uma nova atração turística de Foz do Iguaçu.

No acervo desse Holociclo, a que me refiro, temos, por exemplos, dicionários dos seguintes assuntos curiosos: da cachaça, com seu folclore; de aborrecimentos, em inglês aggravation; de anarquismo, de fobia e manias; de bebidas; de alfarrábios; de burrice, bêtise em francês; de domótica, o que será isso?; de cacófatos, com 55 páginas de riso; de provérbios ou citações, de criptografia, de epilepsia, dentro da medicina da psicologia  ou da filosofia.

Seguindo a nominata, podemos ver léxicos de escatologia, que palavra feia!; de irreverência; de ignorância; de insulto; de enologia; de gemologia; de gírias; de homônimos; de yoga; de tarô; de sonhos; de obtusidades; de saladas; de retórica; de pensatas; de numismática; de mistérios; de metáforas etc etc.

Só de significados de nomes próprios e gentílicos, temos mais de 20 dicionários, o que é uma atração à parte, especialmente aos jovens.

Entre as línguas diversas, cito apenas algumas diferentes, a exemplo do sânscrito, o hopês, o mapuche, o guarani, o esloveno, o finlandês e mais outros idiomas.

Estão, gostou da variedade? Se pensar saber mais por curiosidade sobre esse acervo  entre em contrato, que informo a sua localização.E indico igualmente onde existe no local ainda uma biblioteca com  300 tecas com mais de 90 mil livros para consulta.

E para quem quiser ver acesse o email: eucardiod@gmail.com, que eu lhe passarei maiores informações.

Disciplina Felicidade

Leio que uma universidade brasileira (UNB) criou a disciplina Felicidade para seus alunos. Não vou citar a escola, nem o que vai ser estudado nessa nova aula, porém a ideia foi de um psicólogo. O que mesmo é felicidade? O que vai ser ensinado sobre esse momentoso assunto numa sala universitária?

Podemos fazer várias conjeturas. Tal como num país onde o índice de desenvolvimento é a felicidade, essa matéria poderá ajudar muitas pessoas a se entender melhor. Senão vejamos: a felicidade é definida pelos dicionários como a qualidade do estado de ser feliz; estado de uma consciência satisfeita; boa fortuna; bem-estar; bom êxito; acerto; sucesso etc.

Muitos autores já escreveram sobre a felicidade. Já disseram que a virtude é a única felicidade na terra.  Ou a felicidade só cria recordações. É sensação agradável, surgida da contemplação da miséria alheia. Entender a hora, isso é que é felicidade, conjetura outro intelectual.

Já alguém definiu que a felicidade de todo homem é constituída pela felicidade do outro. A felicidade consiste em ser um ser desgraçado que se sinta feliz. Ou a felicidade é logo ou nunca.  Ou é a certeza de que a nossa vida não está passando inutilmente.

Outro escritor afirma que a felicidade de viver não basta, é preciso a de ter vivido. Mas se a felicidade tem olhos fechados?  E que as pessoas não conhecem a própria felicidade, mas a dos outros não lhes escapa nunca. Ou nada dura tanto quanto a felicidade alheia.

Por fim, a felicidade é salutar para o corpo mas só a dor enrijece o espírito, como a dizer que sem dor não há felicidade. Mas não nascemos para ser felizes, nos diz a psicologia?

Que venha essa matéria em nosso dia a dia para nos mostrar o que é, afinal, essa tal felicidade.  Precisamos muito saber disso. E só podemos nos tornar felizes, se nos tornamos bons? Serve essa conclusão?  

Nessa nova matéria, aluno não vai faltar e, ainda se for de graça, eu também quero frequentar...E já se informou que outra Universidade no RS  criou a dita matéria..

E para concluir:  se você quiser ser feliz por uma hora, tire uma soneca. Se quiser ser feliz por um dia, vá se divertir.Se quiser ser feliz por um mês, case-se.Se quiser ser feliz por um ano, herde uma fortuna ou ganhe na loteria. Mas, se quiser ser feliz pela vida inteira, ajude o próximo a livrar-se da ignorância. Ou vá estudar felicidade...

 

 

E viva o Negrinho do Pastoreio!

Todos conhecem, especialmente no Rio Grande do Sul, a lenda do Negrinho do Pastoreio. A história conta que um dia um patrão dono de fazenda viu que tinha desaparecido um boizinho da fazenda e culpou ao menino escravo que cuidava dele e  morava na fazenda. Deu-lhe uma surra e pediu ao garoto ir encontrar o animal. Porém passou o dia,  ele não conseguiu trazer o novilho, então foi colocado nu num formigueiro, com mais castigos e ali ficou  de noite tendo desaparecido na madrugada..

E aí se formou a lenda de que o Negrinho do Pastoreio procura e acha as coisas que gente perde. Caso se interceda a ele.

Vamos aos fatos: dia desses, deixamos o carro num supermercado e fomos ao Paraguai. Na volta, fui procurar a chave e não encontrei. Fiquei desesperado, aí atravessei a rua, íamos pegar o ônibus e a chave estava na calçada no chão em frente quase à parada. Tinha caído quando desci do ônibus do Paraguai.

Outro dia, fui ao trânsito agendar um serviço e quando me dei conta estava sem a carteira, isso que eu tinha separado a mesma e colocado no meio dos papéis que levaria numa pasta. Busca daqui, busca dali, resolvi então ir até à academia onde faço exercício para ver se lá não deixei a dita carteira.

Antes, resolvi dar mais uma olhada no carro e encontro debaixo do banco a minha habilitação, que tinha caído quando coloquei os documentos em cima do banco.

Sorte e intervenção do Negrinho do Pastoreio, não tenho dúvidas...alguém mais pode contar sua experiência com relação ao fato?

 

 

Era uma vez... o prazer da Leitura

Com este título uma escola de São Paulo está incentivando a leitura entre alunos de primeiro e segundo graus, com diversas atividades relacionadas ao estímulo à leitura a esses estudantes. De outra forma, um médico afirma que a mãe grávida, ao ler para ser futuro filho, está igualmente incentivando o cérebro do nascituro a se interessar por esse hábito de ler. Acredita nisso?

Iniciativas outras existem no País para estimular a leitura de livros, em escolas bibliotecas e programas similares, especialmente em crianças. Há o caso em que um aluno, cujo pai é médico, lá no Nordeste, escreveu um livrinho com destinação dos lucros a um grupo de crianças do sertão que não tem possibilidade de ler em bibliotecas. Outras iniciativas de alunos ou alunas que são levados a recolher livros e formar pequenas bibliotecas, que são colocadas ao público infantil ou juvenil de suas localidades. Eu inclusive mandei uns livros meus para uma dessas iniciativas no interior bahiano, há algum tempo

Até porque as estatísticas indicam que o Brasil lê muito pouco e conforme um Ministro da Educação apenas 1,7 livros ano por cabeça. Enquanto outra coleta afirma que 70 por cento da população brasileira não lê, tendo até diminuído este percentual de 35 para 30 por cento de leitores.

 No entanto, quase todos os municípios possuem sua biblioteca pública, ainda que pequena, quase sempre formada pelos mesmos livros de literatura conhecida, ou internacional, geralmente bestsellers, dando pouco destaque a aos autores locais, novos ou independentes.

Vejo com alegria e euforia esses novos leitores, tal como mostra a reportagem, em que aparecem, até porque fui desde a infância um leitor inveterado, como se diz, até rato de biblioteca, pois não podia adquirir todas as obras que desejava ler. Chegou uma época que estava a par de todos os escritores da década de 80, enquanto era sócio de todas as bibliotecas da cidade,  a pública, estadual, ou do município, do Sesi, do Sesc e outras tantas quantas existiam, e nas faculdades que frequentei. Só assim pude manter o diurno hábito da leitura e escrever até hoje 22 livros.

Em vista disso, ao me perguntarem como se aprender a escrever, só existe um recado: ler e ler e ler!

E para saber redigir, vale a mesma recomendação: escrever e escrever e escrever!

 

 

Errinhos de português – II

Entreouvidos e lidos por aí, diuturnamente, se observam erros de português ou de gramática, em todos os setores da vida nacional. Mas especialmente em rádio, televisão, jornal e até em anúncios, inclusive em canções populares, aparecem seguidamente pequenos deslizes de linguagem, entre os quais:

Antes de sentar na mesa ou no sol, já referido, prefere-se sentar à mesa e aos ol.

Tem gente aí? O certo seria há gente aí? Mas alguém se importa se há gente atrás da porta?

A metade dos municípios do Ceará sofrem com as secas; ou a maioria são psiquiatras; ou nossa expectativa são dezesseis meses para o fim da obra; ou nenhum dos nós foram desatados; ou 80 por cento dos alunos foram reprovados, tudo sem concordância, embora alguns admitam tais discordâncias entre sujeito e predicado. O efeito das mágoas bloquearam as emoções, mas é um efeito só.

No mesmo diapasão, um milhão de alunos estão sem aulas; a maioria dos brasileiros são consumidores etecetera e tal.

Meu amor, eu te amo, sem você não sei viver, diz canção popular trocando os tratamentos, mas isso é normalíssimo, basta ouvir canções de famosíssimos intérpretes ou autores.

Não desliga que nós já volta, diz outro locutor de FM com sua voz enlatada, esquecendo da conjugação dos verbos.

Os choques fizeram os carros tombar, mais uma irregularidade verbal, quando só um carro tomba.

Aí me perguntam por que mata-se nesse País, diz aquele apresentador de programa criminal famoso. Ou de outra forma, na medida que trata-se de assunto pendente, mais uma inversão da próclise. Ou será ênclise?

Esses elementos são considerados à partir do exame sucinto da matéria, sabendo-se que o infinitivo do verbo  nunca leva crase.

No estado de mágoa estão envolvidos várias emoções, nessa o machismo continua.

Mas a melhor de todas é essa: liquida-se toda loja. Então qualquer loja da redondeza deve liquidar e por que não se liquida toda a loja? E a operação lava a jato, que insistem em divulgar que ela lava aviões?  Ela não começou num lava-rápido num posto de gasolina, da Petrobrás?

E assim pela sucessão dos séculos que se sucederam sucessivamente, viva a gramática portuguesa, com certeza. Apesar dos pesares...

 

 

Escrevendo em Algarviano

Aproveitando a ripada d’água, vou encarcadar algumas palavras em algarviano (de Algarves, região litorânea ao sul de Portugal donde saíam as caravelas para navegação) para barimbar um pouco esta encolmia.

Sem me julgar cascabulho, nem ficar alcançado, porque sou sujeito de traveiras não uso de tramoleja para impor marafação.

Não gosto de aconhar com a  agastura do dia a dia, mas pretendo prozar de modo a não ser questioneiro. Nem quero quezila com alguém por causa dessas farramagens, passando na estrafega da alfarroba.

Até breve com outras xarolas para não me perder na arreata.

Traduzindo:

Aproveitando a chuvarada, vou introduzir algumas palavras em algarviano (de Algarves, Portugal) para por em questão duvidosa um pouco desta economia.

Sem me julgar grosso, nem ficar envergonhado, porque sou sujeito de juízo não sou para falar muito e não quero impor enfado ou desgaste.

Não gosto de simular que trabalho com mal-estar do dia a dia, mas pretendo me dar bem de modo a não ser conflituoso/questionador. Nem quero inimizade com alguém por causa desse palavreado, passando a concluir minha tarefa.

Até breve com outra perda de tempo para não me perder na verbosidade ou palavrório.

(Termos retirados do Dicionário do Falar Algarvino, de Eduardo Brazão Gonçalves, 1988).

 

 

Escritoras portuguesas

A gente sempre leu os escritores portugueses, homens, desde Camões a Fernando Pessoa, passando por Saramago e Mia Couto. Porém, existe uma série ou plêiade de escritoras mulheres que se destacaram ou ainda são presentes na literatura lusa.

Lembro algumas delas tais quais: Agustina Bessa Luiz, de 1922 que faleceu em 2019, com uma obra vasta como Mundo Fechado, A Muralha, o Susto,  Prazer e Glória e outros; Florbela Spanca, 1894-1930, uma das primeiras na poesia d’além mar, autora, por exemplo, do Livro de Soror Saudade,  Livro de Mágoas, a Máscara do Destinos etc;  mais Maria Archer, de 1899 a 1982, portanto longeva; cito igualmente Sofia de Mello Andersen, 1919, mais poetisa, falecida em 2004, de quem li algumas obras em Porto Alegre, tais como Contos Exemplares, Livro Sexto, A Fada Oriana, a Memória do Mar, entre outras; Ilse Losa, de 1912-2006. Maria Judite de Carvalho, de 1921 a 1998;

Outras mestres na escrita do velho Portugal são Maria Velho da Costa, nascida em 1938, ainda em atividade; Maria Teresa Aorta, nascida em 1937; Tiana Peós, além de Teolinda Gersão, de 1940 e Lidia Jorge, de 1940, da qual li algumas obras duas como A Costa dos Murmúrios, o Vale da Paixão, O Dia dos Prodígios, Os memoráveis e a Noite das Mulheres Cantoras, entre outros.

E no Brasil, você conhece algumas mulheres escritoras que não as famosas? Cite-as, por favor.

 

 

Eu nunca tive um porquinho

Vocês podem me chamar de perdulário, gastador, esbanjador. Podem me julgar por audácia, desfaçatez e até por orgulho, porém, confesso, que nunca tive porquinho de poupança ou conta bancária que guardasse dinheiro sobrado ou depositado em  função de poupar. A tal caderneta de poupança.

Se tive algumas experiências nesse sentido, foi apenas depositar e retirar para uma necessidade urgente ou uma compra especial, o certo é que não tenho espírito poupador, apesar de todas as campanhas da Caixa Econômica.

Antigamente, havia o interesse e a informação de que poupar é guardar para o futuro, que é preciso ter um depósito extra para garantir um porvir folgado. Ou usar em necessidade de emergência entre outros.

Está certo que consegui viajar algumas vezes, tanto para a Europa, América Latina, União Soviética, China, sempre realizando as reservas a prazo, sem poder guardar ou pagar à vista esses serviços.

Certo é, portanto, que nunca tive o famoso porquinho de lata, plástico ou mesmo de cerâmica para conservar as pequenas moedas e ter um regular valor mais adiante, nem tive o prazer de quebrá-lo, sentindo o prazer de poupador e o dever de contribuinte do famoso PIB nacional ou produto interno bruto. Ou, ainda, promotor das finanças públicas ou economias particulares. Nem para mostrar aos outros que seria economicamente poupador.

Admiro e respeito quem poupa ou quem estimula filhos e netos a reservarem suas moedas, guardar recursos às vezes úteis, mas destinados às carteirinhas ou mesmo aos porquinhos.

Portanto, meus caros leitores, não possuo poupança, e aviso aos delinquentes, não tenho depósitos extras, a não ser os vencimentos, que hoje ainda estão sendo depositados em parcelas pelo governo do meu estado.

Em consequência, se virem algum bibelô ou porquinho em minhas prateleiras ou móveis são apenas meras peças de enfeite e adorno, nunca encontrarão dinheiro guardado, muito menos,  debaixo do meu colchão...

 

 

Existem ainda passarinhos na cidade

Morei quase sempre, em minha vida, em apartamentos, longe das matas. Até residi perto de uma praça, em Porto Alegre, quando escrevi numa crônica (vide Amanhecer na minha terra, in Cornucópia da Palavra, 2015, p.123) onde eu canto a chegada de um representante penado no local.

Pois agora, morando numa casa com amplo pátio e altas árvores, comecei a conviver novamente com passarinhos. Cercado de grandes galhos, o imóvel permite a passagem e paragem dia e noite de vários tipos de passarinhos. Ali passam diversos tipos de aves para ver e ouvir.

Então, resolvi ajudar e alimentar os pássaros.  Coloquei um ladrilho no chão e passei a dispor de alpiste no local para chamar os ditos passarinhos.  Com o tempo, eles foram chegando e consumindo o produto, meio ariscos, desconfiados, voando a qualquer aproximação. No Início, até para mostrar a minha netinha, fizemos a chamada em dois. E foi chegando um, depois vieram outros e daí por diante vários tipos começaram a  buscar o alimento. São pombinhas, canários, só não vi bem-te-vi e outras espécies que desconheço.

Tentei fotografá-los, porém, eles fogem ao me achegar perto deles. No princípio, foi uma vez por dia e agora várias vezes tenho que colocar o alpiste, no local , parece que se comunicam, ficam rondando, aguardando a marmita do dia.

Belo espetáculo da natureza que me faz contatar com esses seres meio raros de elementos que nos alimentam a alma, ao passo que os alimento.

Até dá para desmentir o fato de que na cidade não existem pássaros, existem sim, estão tão próximos de nós que cada vez mais se tornam admiráveis, amigos e dignos de serem preservados. E que se deixem fotografar para provar o que afirmo.

 

Falando de filósofos antigos

Nós conhecemos e estudamos os filósofos gregos antigos tais como Platão, Sócrates e Aristóteles, que são os mais conhecidos e citados. Mas você já ouviu falar de Anicérides, ou de Aristipo, que era amigo de Sócrates e fundou a escola cireneica da qual Epicuro tirou inspiração?

E conhece Egésia, filha de um filósofo, ou Aretes, que pregava ser o prazer relativo e não objetivo, duas mulheres metidas a filosofar no tempo de antigamente?

Ouviu dizer de Eubúlide, ouvinte de Demóstenes? Por acaso tem conhecimento de Estílpon expoente do megarismo ou Diodoro Crono que, dizem, foi excelente dialético?

Já Eudoxo de Cnido diz alguma coisa a você? E Heraclides Pôntico indica alguma coisa? Espêusipo é um nome reconhecido, que praticou teorias platônicas em seu ascetismo, você o reconhece?

Xenócrates está entre os filósofos conhecidos? E Cátes tem ligação com alguma teoria; Diógenes Laércio, não o antigo Diógenes da lanterna, lhe diz algo?

Cântor está citado em algum estudo filosófico? Teofrasto deve conhecer pois foi o substituto de Aristóteles, já fiz até crônica  a respeito e Estraton, que foi o segundo sucessor dele foi reconhecido pela história?

Eudemo, físico e Dicearco, ou Aristoxeno de Tarento, Crísipo, Panécio Canéades, Antíoco de Ascalônia, Filsino, Arcesilau e Filo de Lárissa estão entre seus estudos de filosofia ?

Pois todos esses foram célebres em suas épocas e deixaram suas teorias filosóficas pelo mundo.Mas quem os conhece? Muito menos eu...Por isso os estou citando mais por curiosidade do que por contemplação.

 

 

Fatos jornalísticos

Nas décadas de 70/80, eu era assessor de imprensa do Secretário da Agricultura do RS. Entre as atividades da função, estava a organização de entrevistas coletivas. Recebimento e credenciamento de jornalistas setoristas para falar com a autoridade. Para serem encaminhados ao gabinete ou sala onde estava sendo dada a entrevista.

Naquela época, muitos assuntos agropecuários eram polêmicos, ou tinham e traziam novidades, tais como a produção da soja (essa leguminosa daria uma crônica), a febre aftosa, a perda agrícola, lançamentos de novos projetos ou produtos.

No meio dos repórteres setoriais de rádio e jornais, compareciam duas ou três figuras novas: uma moça, pelo Jornal do Comércio, outro pela sucursal do Jornal do Brasil, e mais tarde outro pelo JC.

Como o tempo, esses jornalistas foram se destacando na área econômica, participando de outros jornais e entrando na Televisão. E são hoje personalidades destacadas em suas áreas de atuação.

Eu me orgulho de ter convivido e trabalhado e ajudado a desenvolver seu ofício, com a atual senadora do RS, Ana Amélia Lemos, atualmente em Brasília, e com o ex-assessor presidencial Alexandre Garcia, fixado hoje na Capital Federal. Falo também do  jornalista Afonso Ritter, que ainda hoje exerce suas atividades na Rede Bandeirantes, em Porto Alegre.  Isso além de me referir a Silmar Muller, Cláudio Medina, Artur Monteiro, Otálio Camargo, Tania Barreiro, Ema Reginato Belmonte, entre outros, que me acompanharam ou a quem acompanhei.

Se agi mal ou bem com eles, somente os mesmos podem dizer. Mas procurei ser profissional e isento, porém nessa área tenho algumas histórias que podem ser contadas e que talvez sejam motivo de outras crônicas, se me for dada credulidade. Por enquanto, relembro esses fatos e alguns colegas jornalistas dignos de lembrança e admiração, como forma de destacar o passado, respeitar o presente e acertar o futuro.

 

 

Frases curiosas em latim

Ou como seriam traduzidas pelo povo

Eis 15 frases latinas que podem ser usadas de outra forma se forem lidas ao pé da letra, com suas significações entre parênteses e como ficam como pilhéria:

 

1.         Anna, nas? (Ana, por acaso tu fias) Ananás.

2.         Ave, ave, esse aves? (Salve, avô, quere comer galinha?)

3.         Cor contritum et humiliatum Deus non despisciet. (Coração contrito e humilhado Deus não despreza). Couro curtido e molhado nem Deus espicha.

4.         Deus est magnum, peccator! (Deus é grande pecador!).Pilhéria: Deus é grande pecador.

5.         Luce, luce, luce, Lucae. (Bosque, resplandesce a luz de Lucas).

6.         Maria an tu nes? (Maria, por acaso tu fias? Maria Antunes.

7.         Mater tua mala burra est. (Tua mãe come maças maduras). Tua mãe é uma mala burra.

8.         Necandus necavit nacatorum (Quem devia morrer matou quem devia matar) O condenado matou o carcereiro.

9.         Nix, nox, nux me fuerunt ou fecerunt nex. (A neve, a noite e a noz me trouxeram a morte).

10.       Novi oras (Nadas com força na praia) nove horas..

11.       Ore mus manducat farinam (O rato come farinha pela boca). Oremus manducat farinam é gozação com a oração..

12.       Quando circunveniunt Maria, Caia et Camilla, sermonem faciunt et ab hic et ab hoc et ab illa. (Quando se encontram Maria, Caia e Camila, conversam sobre isso, aquilo e aqueloutro). As três mulheres fazendo fofocas.

13.       Santi ago dum corno (Quando trago um coração de santo) Santiago dum corno.

14.       Si vis pacem, para bellum. (Se queres a paz, prepara a guerra). Se queres paz, compra uma parabela.

15.       Tua neta, Maria, rosa (Maria, tuas vestes estão rasgadas) Tua neta, Maria Rosa.

 

 

 

Algumas frases erradas lidas e ouvidas

A maioria não são psiquiatras. ( CBN, 29.4.13). Certo: a maioria não é psiquiatra. Sujeito no singular, embora designe várias pessoas, vai o verbo no singular.

Policial em entrevista: Será tomada medidas (15.4.13). Medidas serão tomadas, sujeito no plural, predicado, verbo, no plural.

Jornal (capa) Intorpecente. É entorpecente.

Vereador: convite inrecusável. É convite irrecusável.

Na medida que trata-se de assunto pendente. Na medida em que se trata, que exige a próclise, isso o pronome (reflexivo) antes do verbo.

Elevador em Porto Alegre: Certifique-se que o elevador encontre-se no andar. Idem

Parece que trata-se de nossa expectativa. Idem, per ibidem, pelas mesmas razões.

Nossa expectativa são dezesseis meses (19.5.13, rádio). Certo: nossa expectativa é dezesseis meses, sujeito no singular, verbo (predicado) idem.

Um milhão de alunos estão sem aula. A maioria dos brasileiros são consumidores. Embora o sujeito esteja no singular (mas representam várias pessoas), deveria, ser está sem aula, a maioria é, no entanto, alguns gramáticos aceitam a pluralização.

Greve impede que 80 por cento dos trens circulem. O certo seria circule, pois a percentagem é um sujeito no singular, embora reconheçam alguns gramáticos que pode ir ao plural. Agora um por cento será sempre no singular.

Nenhum dos nós foram desatados. Nenhum é singular, deveria ser foi desatado. No entanto....nós é plural, daí que...

Liquida-se toda loja. Certo: toda a loja, pois toda é qualquer loja.

No estado da mágoa estão envolvidos várias outras emoções.. O certo é envolvidas, concordância no feminino, por causa do sujeito..

A cultura de dedicar-se a autoevolução, é à autoevolução, com crase.

Esses elementos são considerados à partir de, deve ser a partir, pois verbo

no infinitivo não leva crase.

O efeito das mágoas bloquearem as emoções, deve ser de as mágoas, pois quando dos ou das seguir de verbo no infinitivo se usa de as ou de os.

A relação quanto a situação, no masculino fica quanto aos fatos, logo crase quanto à situação.

  

                   

 

                   

GRAMÁTICAS DE PORTUGUÊS (Recomendações)

Pediram-me para fazer uma relação das principais ou importantes gramáticas da Língua Portuguesa, para estudo e pesquisa. Abaixo indico algumas, SEO:

 l. GRAMÁTICA DE USO DO PORTUGUÊS, de Maria Helena de Moura Neves

2. GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de Napoleão Mendes de Almeida

3.  GRAMÁTICA ILUSTRADA, de Hildebrando A. de André

4. MODERNA GRAMÁTICA PORTUGUESA, de Evanildo Bechara

5. NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de  Domingos Cegalla

6. NOVA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO, de Celso Cunha

7. GRAMÁTICA NOVA, de Carlos Faraco e Francisco Moura

8. NOVO MANUAL DE PORTUGUÊS/ DICIONÁRIO GRAMATICAL, de Celso Luft e outros

9. NOVÍSSIMA GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de  Antenor Nascentes

10. MODERNA GRAMÁTICA EXPOSITIVA DA L.P., deArtur de Almeida Torres

11. GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de Rocha Lima

12. GRÁMÁTICA NORMATIVA DA L.P., de Francisco da Silveira Bueno

13. PORTUGUÊS PRÁTICO, de José Marques da Cruz

14. SUMA GRAMATICAL DA L.P., de Carlos Nougé

15. GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, de Pasquale e Ulisses

 

 

Você acredita nessas estórias? VI

Hitler não acabou na Alemanha, viveu e morreu na América

Na década de oitenta, escrevi várias crônicas com o título, ou subtítulo acima, contando estórias que poderiam ser verdadeiras ou não e incentivando o leitor a duvidar delas ou simplesmente acreditar nelas. A maioria publicada no meu livro E eu com isso! Não recebi nenhuma contestação...

Agora, retorno como o tema, tendo já escrito sobre  a procedência e origem de Carlos Gardel e um pouco de história do Coliseu. Hoje, analiso mais um assunto falando sobre um dos personagens mais contraditórios da história moderna. E que tem no seu currículo essa dúvida, se morreu na Alemanha no final da grande guerra ou se teve mais anos de vida fugindo de sua sorte em outras terras.

A história confirma que Adolf Hitler, embora nascido na Áustria,  mudou-se em 1013 para Munique,  participou da I Guerra Mundial, mas assumindo o cargo de Fuhrer ou chanceler, em 1933, foi o responsável pela eclosão da II Guerra Mundial e toda as suas consequências, tendo , morrido na Alemanha, no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, suicidando-se em 30 de agosto em seu bunker explodido, quando as forças aliadas atingiram Berlim. Não encontraram nem enterraram seu corpo, donde concluíram, através de um documentário, que ele fugiu por um túnel, indo até Espanha depois pegou um submarino e chegou até a Argentina. Antes passou um tempo por Cassino, praia do Rio Grande do Sul, em 1945, onde ficou até 1947, vivendo em uma fortaleza que era usada durante a guerra para transmissão de rádio no local. Isso foi confirmado que a propriedade era de um alemão favorável ao nazismo.

Após ir até a Colômbia, onde ou dizem depois dizem antes que seu avião caiu num lago ou foi jogado, ele permaneceu algum tempo lá e depois veio para a Argentina onde morreu aos 90 anos, na década de 70. Ele que nascera em 1899. A intenção dele era invadir os Estados Unidos principal articulador de sua derrota na guerra europeia. Para uma vingança, como fez com  Paris, logo no início da II Guerra Mundial, quando ele comandou a invasão à capital francesa.

Isso foi pesquisado, verificado in loco através de viagens e entrevistas num documentário e está na Internet. Com todos esses indícios, quando o mundo está próximo da Terceira Guerra Mundial, você acredita nessas histórias ou, melhor, estórias? Se não, conte outra melhor.

Adendo: uma rede social publicou duas fotos, recentemente: uma dizendo que é de Hitler, antiga, e outra um senhor de 101 anos, dizendo ser Hitler atual, e pasmem, vivendo na Argentina. Dá para acreditar?

 

 

O Fino do Direito ou Juridiquês – I:

A Importância de uma vírgula

Consultando a Internet, no site JORNAL JURID, que tem centenas ou milhares de autores, verifiquei, com satisfação, que ali está registrada uma das minhas crônicas com o título acima, em que falo da utilidade de saber utilizar uma vírgula e o entendimento que teve um servidor do Fórum regional de Porto Alegre, sobre um despacho que falava assim: “Vista ao autor, após o MP”.

Com o despacho, quis retirar o processo e o zeloso servidor disse que somente, após ouvir o Ministério Público, o mesmo poderia ser levado em carga. Era eu tentando dizer que poderia levar o processo e depois seria ouvido o promotor, por causa da vírgula, mas não houve jeito, ele cismou que tinha razão e não me deixou retirar o referido processo.

O uso da vírgula, então, pode determinar entendimento diverso do pretendido, por exemplo, no caso, se não houvesse o sinal, a carga iria ao autor e depois ao Ministério público, assim se entenderia que poderia ser levado o processo para, depois, ouvir o MP.

 Vejo, igualmente, que o texto foi visitado 1009 vezes, o que me orgulha e isso que eu somente acessei e descobri hoje (10.02.2021) a sua existência e seu registro nesse amplo publicador de textos jurídicos, que nem sei de onde é e a quem pertence.

A crônica inicia assim: “É decantada, em todo o território português, a importância da gramática para os escritores e leitores, mas, sobretudo, alguns aspectos da pontuação chamam a atenção e exigem cuidados especiais para não se elaborar em equívocos e negativas, especialmente na área jurídica. Um advogado da capital teve indeferido (negado) o pedido de carga de um processo, baseado no ilustre bacharel captar o significado e tentar explicar ao zeloso servidor qual a interpretação que poderia ...”

Constato mais uma realidade: queria indicar ao leitor página de livro meu em que ela foi publicada, para você, leitor, lê-la na íntegra, porém não a encontrei em nenhum dos meus publicados, nesse caso não posso lembrar como terminou e que foi escrito ao final, porque o site só registrou o início da crônica, anexa acima; e tenho outra intitulada “Tudo por causa de um e”, esta sim posso indicar em breve.

Em todo caso, repito a história, mas em meus outros livros já publiquei umas 50 crônicas, com assuntos legais com subtítulo “preciosidades jurídicas”, onde examino e apresento algumas considerações de direito. E que podem ser tema de um livro próximo...

 

 

 

Indagações finais sobre Literatura e História

Você sabe onde fica o centro hegemônico pós-modernista?

O “cavalo” está cansado ou você quer participar da corrida?  

Qual a diferença entre subdesenvolvimento, desenvolvimento desigual e atraso econômico?

Cochabamba tem a ver alguma coisa com Walt Street?

 Que significa nossa experiência comum?

O que é a Feira de la Cancha?

Que noção do mundo informa o adjetivo mundial?

Como é a distribuição geocultural do saber?

Qual e diferença entre o re-lido e o re-escrito?

Você sabe quem foi Jameson, Lyotard e Baudrilhard?

Pós-moderno não é o que vem depois doa modernidade?

Você já leu o livro “ La Carroza de Bolívar”?

Há diferença entre falar do outro  e falar em nome próprio?

O conceito de heterogeneidade é o que organiza as reflexões pós-modernistas?

Você viveu o Milagre econômico brasileiro ou sofreu as suas consequências depois?

Há diferença entre cultura popular, cultura das massas e cultura das elites?

 

 

Lembranças de Ijuí

Assistindo ao São Luiz, de Ijuí, chegar a disputar as quartas de final do campeonato gaúcho como o Grêmio, me vieram lembranças dessa cidade gaúcha, chamada de “Colmeia do Trabalho”.  Coisas boas e nem tanto, como escreve o amigo Busatto, no  seu Jornal Espaço Aberto.

A primeira, já referido em crônica, é o fato de eu ter ganho prêmio com uma Crônica lá por 1960 e poucos na Rádio Progresso, o que me valeu um dinheirinho e uma viagem àquela cidade.

Outro fato interessante é que estudei por dois anos, nessa cidade com bolsa de estudos, onde fiz o início do Curso de Técnico em Contabilidade, profissão que nunca exerci, no antigo colégio Duque de Caxias ou Escola  Técnica de Comércio Ijuí, comanda pelo rígido prof. Guilherme Clemente Koehler. Por que escrevo o nome completo do diretor e dono dos estabelecimentos? Porque trabalhei na secretaria desse colégio, por um tempo, participando da mesa da família, o que me valeu decorar o nome completo de muitos ou de todos os alunos que frequentavam as duas instituições, até hoje.  É só me perguntarem...

Ali nesse tempo de escolas, tive bons e maus momentos, namoros frustrados, conquistas, como a escolha do Hino da Escola; a assistência ao show de Elis Regina, recém iniciando a carreira, no cine local; uma conquista de futebol em Cruz Alta; a morte de John Kennedy; a participação no grêmio estudantil, até a eleição para a UGEI, que não assumi; o emprego no diretório estadual, que elegeu o prefeito, depois a promessa de emprego e minha ida a Porto Alegre; é uma soma de recordações de uma juventude difícil, porém gloriosa.

E o que tem a ver com isso o São Luiz? É que a gente conviveu com um jogador do time,  o Gilceu, ou coisa assim, proveniente do Floriano de Novo Hamburgo, e que era amigo e inspirador de muitos dos colegas trazendo sua experiência e esperança em muitos de que se tornariam jogadores de futebol. Ah! As velhas histórias...

E a  pergunta que se impõe: se eu tivesse ficando lá assumindo o cargo de secretário da UGEI com o presidente Izilindo Sfredo Stival, minha vida seria outra? Claro, muita coisa aconteceria, mas o destino me levou para Porto Alegre. O que vale outra história em breve.

 

 

 

 

Literatura comparada

Depois de ter-me formado em Jornalismo e Direito, no século passado, lá por 2004 resolvi voltar aos bancos escolares, realizando matrícula como aluno especial em algumas matérias, da área de humanas, na UFRGS. Então, surgiu a oportunidade de efetivar uma especialização em Leitura e Produção de Textos, o que fiz, em 2005, na Unirriter, aí em Porto Alegre, concluindo naquele ano essa especialização.

Mais recentemente, neste ano, entendi que podia voltar a estudar em Universidade e, estimulado pela minha esposa Roseana, nos inscrevemos na cadeira de Memória e Esquecimento em Literatura Comparada  na Unila, Universidade Latino Americana, em Foz do Iguaçu. Matéria que concluímos há poucos dias e apresentei um artigo sobre dois poetas portugueses: Fernando Pessoa e António Soares.

Presentemente, neste semestre estamos matriculados em mais uma matéria do Mestrado, em Literatura Comparada na área de História e Literatura, cujas aulas começaram hoje concidentemente. Como se vê, estamos ligados nesta tal de literatura Comparada, mas o que é isso?

Literatura comparada é o ramo da ciência literária que contempla o estudo  comparativo entre duas ou mais obras literária, ou entre dois autores.

Fiquei sabendo que Literatura comparada foi estruturada para comparar as semelhanças entre autor ou literatura, no entanto onde são exploradas as diferenças?

E agora estou pensando em continuar o Mestrado ano que vem. E o Doutorado, para quando fica?

 

 

Literatura e História – III

Toda narrativa é História além de Literatura.

Quem estuda História precisa da linguagem.

O caráter da não-invalidação  é que atesta a natureza essencialmente literária dos clássicos históricos (H.W.)

Documentarismo, o que é?

A narrativa, igual à História, parece repetir-se.

Descrição densa é o mesmo que narrativa histórica?

O que é a transformação da História em uma nova história?

O que tem a ver a História com o cavalo velho e a carreira, segundo Petrowska?

O que é reconfiguração da Literatura com ma historiografia (meta-história)?

Onde está a mobilidade semântica dos textos culturais?

“A verdade é um efeito de sentido que se constrói no interior do texto”.

O que é a ciência da verdade?

Os fatos da imaginação pertencem ao mundo real, como “paus e pedras”?

A ficção constitui material documental para o historiador?

“A Literatura é que melhor sintetiza, quando não configura, a História de um povo”.

 

 

 

 

Literatura e História – IV

São os livros que fazem os povos e não o inverso?

A maioria da Literatura universal é histórica em certos aspectos.

Você sabe a diferença entre discurso unissêmico e inequívoco?

A tendência da ficção é a de subjetivar o fato histórico.

O que são “fontes secas” da História?

O fato é um olhar construído.

Qual é a estrutura de uma consciência peculiarmente histórica?

As histórias são efeito explicativo graças ao êxito em criar estórias de simples crônicas e as estórias, são, por sua vez, criadas das crônicas graças a uma operação de urdidura de enredo.

Uma narrativa histórica não só é uma reprodução dos acontecimentos nela relatados, mas também um complexo de símbolos que nos fornece direções para encontrar um ícone de estrutura desses acontecimentos em nossa tradição literária (H.W.)

A distinção mais antiga entre ficção e história deve dar lugar ao reconhecimento de que só podemos conhecer o real comparando-o ou equiparando- o ao imaginável (idem).

E, por fim, a História, enquanto disciplina, está mal interpretada atualmente porque perdeu de vista as suas origens na imaginação literária.

Acredita nisso? Tenha suas próprias experiências...

 

 

Insidiosa moléstia

Um secretário da Agricultura convidou um ministro da Agricultura e alguns assessores para uma inauguração de uma obra ou realização numa cidade do Rio Grande do Sul na área agropecuária. Não vou citar o local nem o fato, para não criar celeuma sobre o enganador, traiçoeiro e pérfido assunto.

Na hora da cerimônia, o mestre começou a ler vários telegramas tanto do ministro Ivo Arzua, então da Agricultura e outros convidados, seus assessores,  que assinavam o nome, com os seguintes dizeres: devido à insidiosa moléstia que me prende ao leito, não pude comparecer ao ato etc....

Depois, foi lido mais um outro telegrama que dizia assim: não pude comparecer à cerimônia, devido à moléstia insidiosa que me prende ao leito, e assim foram lidos vários textos com o mesmo sentido somente trocando a ordem das palavras, mas com assinaturas e nomes diferentes.

E porque me chamou a atenção esse acontecimento, primeiro por que estava presente ao fato, pelo que estou relatando com um pouco de ironia e pelo inusitado da questão, que me fez não esquecer esse acontecido passado há alguns anos, com pedidos de  desculpas, se alguém da relação presenciou também o insidioso (e não acidioso) relato para comprovar que realmente ele ocorreu.

Como no teatro de comédia, cai o pano rápido.

 

 

Literatura e História - II

Colhi estas preciosidades na aula de Literatura e História (da América Latina) e repasso para vocês:

A história é uma construção, uma criação ou uma narrativa?

O historiador trabalha com o que aconteceu; o poeta, com o que pode acontecer.

O sentimento nacional não é o mesmo na história de Brasil, México e Argentina, pois eles tiveram movimentos de independência diferentes.

Terra, paisagem, clima e raça foram determinantes  para a independência dos países latino-americanos.

Sertão era considerado território de quem não morava nas cidades, até o século XIX. E hoje,  onde fica o sertão?

A história é a mesma da vida. Ou não é?

A retórica da nacionalidade é vista, em muitas civilizações, pelos museus, monumentos, patrocínios literários e oficiais. E o resto, do fundo da alma?

Não é só o hino,  a bandeira, o brasão, o escudo, o laço que criam uma unidade nacional.

A primeira parte do século XIX (1800-1850) foi tempo de ruptura na América Latina. Poderias descrever algo que rebentou?

Você saberia dizer qual é o segredo da Jurema que Iracema sabia? Me informe, por favor...

 

 

Literatura e História - 1

Filosofando sobre assuntos historiográficos:

Iniciando mais uma período de aulas como aluno especial, colhi estas frases na cadeira de Literatura e  História:

A Literatura  e a História deveriam ser a base de uma narrativa (discurso), para a formação de uma identidade cultural.

A Política e a Religião começaram no Brasil com a chegada dos portugueses em Porto Seguro e a Primeira Missa no Brasil.

A História é representação e esquecimento. E onde estão os indígenas nisso?

Para uma certa época da História, a oralidade não vale; só o que está escrito.

Os indígenas foram tomados – uma vez- como entrave pelo governante - ou pelos etnólogos -na formação da população latino-americana.

A independência do Brasil é uma construção, feita de acordo com os vencedores.

A vitória do branco na América Latina se deve mais à violência e à imposição do que a aculturação.

Você sabia que  são faladas no Brasil mais de 274 línguas indígenas?

 A Literatura comparada foi estruturada para destacar as semelhanças. E as diferenças?

A  partir da Literatura se pode discutir a  História, a Filosofia e a Antropologia.

O  discurso sobre a nacionalidade se tornou a própria história dos países latino-americanos.

Dívida e imitação são os indicadores de um texto “escrevível”:  o clássico do escritor  retorna ao autor.

Enfim, a História da América Latina é a história dos vencedores.

 

 

Luxemburguês, o que é

Ao assistirmos um filme pela Netflix, notamos uma linguagem diferente e desconhecida que estava sendo traduzida. Ao comentar com minha esposa Roseana, que é especialista em Letras, começamos a investigar que língua era aquela falada pelos atores. Conversa vai, conversa vem, pesquisa daqui e dali, concluímos que aquela linguagem era o luxemburguês.

Luxemburgo é um pequeno país europeu, situado entre Bélgica, França e Alemanha. Trata-se de uma nação predominantemente rural, com a densa floresta de Ardenas e parques naturais ao norte, desfiladeiros rochosos da região de Mullerthal, ao leste e o vale do rio Mosela, no sudeste daquele país. A capital, Cidade de Luxemburgo, é famosa por sua antiga cidade medieval fortificada sobre penhascos. Conta com 600 mil habitantes e, curiosidade, o salário mínimo de lá é cerca de dois mil dólares mensais. Capisce?

Três línguas são reconhecidas como oficiais em Luxemburgo: luxemburguês, alemão e francês. O luxemburguês é uma língua falada na região do rio Mosela, muito semelhante ao dialeto alemão praticado na parte vizinha da Alemanha, que não inclui mais empréstimos do francês. Então, em princípio luxemburguês é um dialeto alemão com o conceito de uma língua nacional, formada por essas três nações e linguagens. Exemplo clássico falado é “merci”, que é obrigado em francês e utilizada pelo luxemburguês no mesmo sentido. Além de ser uma das três línguas oficiais, o luxemburguês é também considerado a língua oficial do grão-ducado, é a língua materna ou "linguagem do coração" para quase todos os luxemburgueses.

Por outro lado, sabemos que existem vários tipos dessa linguagem híbrida, no mundo: formada com elementos tirados de outras línguas, culturas, sociedades para criar algo novo, como o galego, o valenciano, o catalão, o basco na Espanha, assim como o algaraviano, em Portugal. O “portunhol” é conhecido nas fronteiras do Brasil com países latino-americanos, e assim por diante, podem ser citados outros exemplos no universo da linguagem, tudo devido à miscigenação dos povos e absorção da cultura e da língua desses países. Esses idiomas são de origem ou do grupo indo-europeu ou austro-asiático, das mais de 3 mil faladas no mundo.

Por ora, ficamos com o luxemburguês e bom proveito. Podemos citar outras particularidades em breve. “Addi e bis erno”, (até breve), como diriam os luxemburguenses...

Mais anotações sobre Memória

Gosto de anotar pequenas frases, chamadas também de pensatas,  durante a aula, e trago pra você alguns excertos dessas últimas observações curriculares:

A justiça é o si da literatura.

A escravidão é pior do que a morte.

Profanar é mover de lugar, porém não é blasfêmia.

Rezar é o apagamento do pecado.

Devemos esquecer, às vezes, para sobreviver.

Cada ausência reivindica o seu lugar.

O esquecimento é uma espécie de digestão.

O animal não sofre de esquecimento.

Não houve escravidão passiva no mundo.

Sempre que se fala em revolta existe um líder.

Os egípcios construíram as pirâmides, mas quem carregou as pedras?

Devemos transformar o insulto em resistência...

Entre o significante o significado, há um espaço em que a alegoria trabalha.

E afinal quem conta uma história não conta a História.

Avaliamos uma biografia pela felicidade do narrador.

Perdão não é só esquecimento, é remissão.

As memórias são construídas mais pela dor.

A espera pela tortura é pior que  a própria tortura.

Em todas as guerras, há tortura.

Alguém pode escapar de uma tortura dignamente?

O pior do elemento humano é aquele que se acha justo e pratica tortura.

Na guerra, é que a gente avalia o que o ser humano é capaz de fazer.

Pode existir uma prisão com o nome de Liberdade?

No comportamento grego, o depoimento de um escravo só era válido se obtido através de tortura.

Na tortura, o ódio é que te mantém vivo.

A força da vida é instintiva.

A literatura é um conjunto de memórias emprestadas.

Deixa que o rio te leve, se não sabes nadar.

E assim segue o rio da vida: ora seco, ora inundado..

Mascarado, quem sou?

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Em plena pandemia, depois de mais de ano de isolamento, faço este desabafo:

No baile de máscaras de Veneza, os nobres escondiam seus rostos para se misturar ao povo, no Carnaval os mascarados se mesclam com os foliões, tentando ocultar-se. E eu, depois de um ano saindo mascarado pelo mundo, o que sou, quem sou, o que me tornei, o que resta de mim, de nós?

Escondido, ou tentando disfarçar o rosto, apenas os olhos superexpostos, ainda protegidos, tentam auscultar o que restou neste mundo infectado.

E quem sou ou, o que me tornei? O que resta de mim, me indago novamente?

Daquele que gostava de ar, flanar, tomar um café com amigos, jogar futebol, na Redenção, ir ao cinema, caminhar na praça. Viajar pelo mundo, quando mais? O que resta afinal, no encontro ou desencontro dos dias,  isolar-se para não pegar o vírus e não passar a moléstia, que afeta meio mundo, onze milhões de brasileiros já passaram, pelo crivo do mal, 280 mil se foram, inclusive gente conhecida,  até meu irmão.

E nós o que podemos fazer, além de estupefatos, escondidos, evitados, olhar o sem futuro, não podemos nem nos movimentar na academia, passear no shopping, abraçar quem amamos, sorrir para outros mundos. Nem na praça podemos sentar, observar pássaros e flores, caminhar, estão fechados os bosques. Visitas, nem se fala, fica pra depois...

Os bares não recebem mais os clientes de fim de tarde, apenas os teimosos, ilegais tentando burlar as regras prefeiturais. Cadê as festas de aniversário, de condomínio, de família?

Para muitos, só resta o consolo dos  livros, a escrita, da tv, das séries, da carícia repetida,

olhar pela janela, ir ao mercado, à frutaria, que não é fruteira; caminhar pelos prédios, pela grama, pela casa, pelo apartamento, ao redor de mim mesmo, de si mesmo  e de quem mora comigo, no caso minha esposa.

Não aguento mais essa clausura imposta, esse devanear pela incerteza. Essa dúvida mundial, quero minha liberdade de ir e vir, mas sem censura, sem medo, ou desavença.

 Quando será a nova libertação dessa escravidão virulenta, desse incômodo pertinaz, dessa praga invisível? Quero a minha paz restaurada, a minha alegria recomposta, meu despertar aliviado, minha vida devolvida. Antes tarde do que nunca...Afinal, por que preciso me esconder, mascarado que nunca fui, do mundo?

 

 

Memória e esquecimento

O esquecimento é o guardião da memória.

As musas são as filhas da memória.

Há passados que ainda não existem.

Se você muda a perspectiva, muda o fenômeno.

Falar é uma das coisas que nos deixa felizes.

Toda linguagem é política.

Alcançar a verdade histórica é impossível.

Dominar o passado é uma forma de dominar o presente.

Pensar é esquecer diferenças.

Dormir é distrair-se do mundo.

O esquecimento é filho da discórdia.

Recordação é o estado de latência das imagens do passado.

“ A luz da fama não brilha para os pobres e marginais``

Para ler sugiro o conto ou narrativa de Jorges Luis Borges, Funes, o Memorioso.

E escrever é sacudir o sentido do mundo.

 

 

 

Meu amigo Ori

Não sei se já falei dele, mas recordo que citei sua família, alhures. Ori, amigo de infância e, porque não dizer até hoje, em minha terra.

Não lembro como o conheci, talvez quando morou no lado de minha casa e ele alguma vez se encontrou comigo. Sei que ele sofreu um acidente e passou alguns maus bocados. Mas nada mudou seu desejo de ser e de viver.

O fato é que nos ligamos e passamos a conviver e andar juntos por muito tempo, principalmente quando sua família morou ao lado de casa e seu pai cuidava de um clube de que tinha jogo de bolão, o popular boliche, jogo de cartas e um pequeno bar. Numa época nós andávamos jogando as bolas e derrubando os paus, depois íamos a uma canastra ou pife e assim passava o dia, fora da escola. Era um dos meus melhores amigos, de verdade.

Eu fui estudar fora, porém nas férias era aquele encontro de amigos. Depois, nos topamos estudando em Ijuí, até facilitei a ele algumas faltas para poder fazer os exames, porém não lembro se ele concluiu o curso. Até fomos ver um dia a Elis Regina bem no início de sua carreira no Cine Serrano e parece que escrevi algo a respeito. O fato é que ele ficou gamado pela cantora.

 Mais um tempo, ele se tornou professor em São Valério e até me levou em alguns bailes continuando nossa amizade. Eu me mudei para Porto Alegre e sempre que vinha ou vou à minha terra a gente se encontra e conversa um pouco.

Esse é o tipo de amizade que perdura e vale a pena, dura para sempre. Sempre será lembrada e é o refrigério às nossas angústias e decepções. Como se diz popularmente, amizade raríssima. Salve, Ori  Rosa Lima! 

    

Meu amigo Wilmar

Quando trabalhei na firma Germano Dockhorn S/A, logo que cheguei a Porto Alegre, conheci, por vir a trabalhar comigo, o tresmaiense Bruto Toebe, que me apresentou a um seu conterrâneo: Wilmar Willy Trimpler, também oriundo de Três de Maio, RS.

 Não sei por que ficamos amigos e tivemos alguns fatos em comum na época, que relatarei. Por exemplo, ele trabalhava numa ferragem (parece que depois ficou dono de uma) e eu, recém-nomeado funcionário público, resolvemos morar juntos, num imóvel na av. Alberto Bins, 365, de um português, que possuía algumas salas e nos cedeu a peça para moradia. Aí então ficamos amigos e saíamos junto para as diversões da época. Nesse local, funcionavam alguns comércios, por exemplo, do ourives Dews, sogro da Tania Barreiro, com quem tive longos papos, de um consertador de aparelhos de barbear e de uma costureira. E mais outra moradia.

Ele começou a namorar uma moça que trabalhava na loja Wolens Magazine, ali na Alberto Bins, e sei que, depois, veio a casar com ela. Após um certo tempo, nos afastamos e ele foi morar na av. Praia de Belas onde o visitei na década de 90, já com filhos e aposentado. Onde andará o Wilmar com seu jeito de torcedor fanático colorado e brincalhão?

Outro detalhe que conto desse amigo é que ele, colorado doente, e metido até com as diretorias, me apresentou, certa feita, ao treinador de atletismo do Esporte Clube Internacional (que tinha ao tempo um departamento só de Atletismo e competia com outros clubes), estou tentando lembrar o nome,  se não me engano era Dario,  e eu consegui treinar algumas atividades esportivas no antigo estádio dos Eucaliptos, onde me exercitei em salto com vara, com barreiras e à distância, devendo estrar no campeonato na Sogipa, naquele ano. No entanto, dias antes, no treino, torci o pé, não podendo estrear nem ser atleta do Inter. Isso está contado numa crônica, “O Quase atleta”, no livro “Saudações Sintagmáticas” (2002), pág. 103.

Bruno Toebe, pelo que pesquisei, estudou administração, saiu da firma e fiquei sabendo que trabalhou na Frangosul, ou noutra empresa, teve sua firma particular, devendo estar aposentado nessas alturas. Quanto ao Wilmar, não sei mais dele, se ainda persiste nesse vale de lágrimas ou está em outra dimensão. Amigos, amigos, negócios à parte.

Apareça, companheiro Wilmar, para relembrar fatos históricos de nossas vidas...

 

 

 

Lembranças que me ficaram – XI

Meu padrinho Luiz (Ieio)

Voltando a falar de famílias da minha terra, me veio à lembrança, por isso vou falar deles, de meu padrinho Luiz Sperotto e da minha madrinha Rosa Hilda e filhos. Compadre do minha família, pois me batizaram, conheci o seu Luiz desde tenra idade, porque meu pai ia muito no Mangueirão (um vasto chiqueiro, de criação de suínos, cujo grunhir perpetuava  a noite) que ficava num vale da cidade, onde hoje existe uma povoação não sei como se chama a vila hoje em dia.

Ali trocavam conversas e  faziam negócios, depois, quando foi proibida a criação de porcos na cidade,  acabando com a criação, eles passaram a cuidar de um posto de gasolina na rua do Comércio onde visitava seus filhos. Eles moravam numa casa de esquina, na saída para Ijuí, já no fim da cidade. Dessa família, conheço o Aldineu (Néu), o mais velho, com várias histórias passadas com ele; outro filho é Carlos (Carlinhos), Clovis (Toco), com que tivemos mais contato, tendo ainda Paulo e Miriam, que devem estar adultos e casados. Conheci-os crianças.

Seu Ieio, como era mais conhecido pelos contemporâneos/italianos, era muito ligado à Paróquia e estava sempre em função dessa atividade da casa religiosa, especialmente cuidando do churrasco das festas, entre outras atividades. Mas lembro que, quando criança, ia em sua casa pedir o ano novo e sempre ganhava umas moedas a mais.

Assim era e é a família Sperotto, do meu padrinho Luiz (a quem visitei quando estava já acamado, e padecendo de problemas nas pernas em seu leito derradeiro) e a dona Zita, aos quais homenageio nesta oportunidade com gratidão e afeto.

 

 

RETALHOS DOS PAGOS, meu primeiro livro

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Desde muito cedo eu me interesso pela escrita e pela leitura. Porém, foi no tempo de Ginásio( eram quatro anos) que mais me envolvi com a cultura e a leitura. Especialmente por ter um bom professor de português. Tanto assim que, ao concluir os quatro anos do Ginásio, com 15 anos, eu já tinha um pequeno livro de poesias pronto. Isso que eu tinha feito um dicionário de termos gauchescos à época. O que vai ser contado no livro Dialeto Macanudo, com 820 palavras encontradas no Dicionário Aurélio.

 O livreto para o qual eu dei o nome de Retalhos dos Pagos é uma coleção de poemas gauchescos, coisa simples e direta. O mesmo foi revisado pelo aludido professor de português, que me deu algumas dicas. Retalhos dos Pagos, enfim, seria meu primeiro livro.

Saindo do colégio, eu voltei para minha terra com o livro pronto na mão. E agora, como publicar? Pensa daqui, pensa dali, resolvi consultar meu tio Carlos Humberto, que também era meu padrinho, para me patrocinar. Ele aceitou e pagou a impressão, que foi feita pela Editora Pallotti, de Santa Maria, isso em 1962, portanto essa é a data do início de minhas publicações. Não lembro qual o valor pago, nem quantos exemplares foram feitos. Mas ele tem 55 páginas, com alguns poemas rio-grandenses, bem simples e singulares. Próprio de uma linguagem adolescente e quase simplória. Porém, é a manifestação de um jovem que se entusiasmava pela tradição gaúcha.

Portanto, faz 57 anos que lancei ou publiquei o meu primeiro livro. Querem uma provinha? Aí vai um pequeno Poema:

Sesteada

 Campo aberto só no meio,

grande umbu a copa alteia:

palanqueado num esteio,

o cavalo masca o freio

e o gaúcho, em paz, sesteia.

Outros títulos: Charla, Pealo Malvado, A Boiada, Velha estância, Saudade, Cordeona, O Galpão, Bolicho, Apartes, Mateando, Pingo, etc. Não possuo nem um exemplar original, apenas cópia, portanto, nem capa preparada tinha, como se vê pela foto. Está, portanto,  totalmente esgotado.

Deste livro está sendo preparada uma edição nova, que inclui o Dialeto Macanudo, para deleite da gauchada. Aguardem.

“Nossos” livros dos outros- I

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Concluída a relação dos meus livros publicados, que chamei de Bibliogênese, toca agora escrever sobre a minha participação e ajuda para a publicação de outros livros, de outras pessoas, conhecidos ou amigos. E que representam uma parcela de construção, a edição dos mesmos podendo serem considerados como um pedaço de mim essas publicações.

Isso sem falar na minha participação em coletâneas, antologias ou publicações coletivas ao longo da vida, o que daria igualmente uma crônica extensa.

Vale ressaltar que o primeiro auxílio à escrita realizei ainda quando em Ijuí estudava e ajudei a alguns colegas de aula a fazer redações, em troca de refrigerante, lanche ou cinema. No entanto, isso é outro assunto.

A primeira colaboração que prestei efetiva foi a de um livro de poesias gauchescas de um membro da Brigada Militar da região, quando trabalhei em Santo Augusto na prefeitura, lá pela década de 1980. Tanto tempo faz que não lembro o nome do livro, do autor e nem possuo dele um exemplar. Se alguém tiver, me passe.

O segundo livro, ainda quando Alecrides Sant’Anna de Moraes era deputado estadual, foi um exemplar de poemas gauchescos apoiado por ele, de Clóvis Sampaio Brasil, de Coronel Bicaco, em 1985, com título de “Clarim Farroupilha”, que revisei e encaminhei à publicação.

Passando um tempo, em 2002, colaborei com um conterrâneo Luiz Rotttili Teixeira para lançar seu livro “A Importância Social do Chimarrão” e ele pode falar sobre como foi o préstimo ou serventia...

Estes foram alguns dos livros que ajudei a produzir a edição em cinco décadas de escrita, sem receber ajuda financeira. E tem mais, continua a saga em outra oportunidade.

 

 

 

“Nossos” livros dos outros II

Continuando na citação de livros que ajudei a editar, segue, mais adiante, em 2010, quando jogava futebol no Parque da Redenção em Porto Alegre, conheci Nestor Reinaldo Hidalgo Rodriguez, um boliviano, que jogava junto e me falou que tinha um livreto para publicar. Embora em espanhol, o encaminhei à diagramação e impressão do livro “REALIDARES, HECHOS Y VERDADES DEL IMIGRANTE”, onde ele me brinda com a escrita das orelhas do livro, ao fazer a apresentação do autor (traduzida em espanhol).

Em 2014, quando conheci em Foz do Iguaçu um rapaz que fazia crochê na rua, falou que tinha coisas a publicar e me propus a ajudá-lo, tanto assim que ele imprimiu já 13 edições do livro “A Vida por um Fio”, sua primeira obra, em que conta sua história como polícia militar, ex-prisioneiro e hoje estudante da UNILA, já com formação em Geografia. Trata-se de Marcos Afonso Lopes Ziemann, hoje já consagrado. Ele publicou mais dois livros: “A Insanidade por um fio e Barbáries por um fio”, sendo que apenas o ajudei na revisão e no encaminhamento à impressão, o resto fez por conta e já tem mais um livro a ser editado.

E mais recentemente, em 2016, quando conheci Odete Menin Adur, ela tinha Há muito tempo na gaveta um livro de genealogia pronto e a ajudei a diagramar e imprimir o seu livro “História de Quatro Famílias Italianas no Brasil”, que foi distribuído a seus familiares.

E um detalhe especial: em nenhum caso recebei qualquer ajuda financeira, é tudo feito pela cultura e pela amizade. E podemos ajudar ainda mais outras pessoas...se formos solicitados...

Falei em nossos, porque é como se fossem meus também...

 

 

 

Minhas experiências como letrista

Quando começou a “febre” dos festivais de canções regionais e nacionais, resolvi fazer letras e participar de alguns deles.

Começo em  1985, onde junto com João dos Santos e Cláudio Moura (que fizeram a música e a defenderam) classificamos a canção ”Cavalgada de Brinquedo“,  no 2º Canto Nativo De Santo Augusto, ocorrido de 12 a 14 de abril.

No mesmo ano, participei do concurso para a escolha do Hino da Secretaria da Agricultura, que fazia 50 anos, com a letra musicada pelo Maestro Valter, do quartel do Partenon, na Bento Gonçalves. Tenho a letra na ponta da língua.

Depois, com música de Luiz Alberto Barcelos, de Cruz Alta criamos a canção ”Mulher Haragana”, não sei se participou de algum festival. O mesmo ocorreu com a letra “Pau-Ferro”, que meu colega veterinário Antônio Olesiak, à época trabalhando em Coronel Bicaco,  musicou, foi gravada e também não sei dizer se participou de algum festival.

Participei igualmente de um concurso em Porto Alegre sobre o Rio Guaíba, porém não recordo o título da poesia, mas começava assim: Bem-vindo a Porto Alegre...

Por outro lado, enviei letras para vários cantores e compositores, tanto regionalistas como populares, a nível nacional inclusive nomes famosos que não vou lembrar ou relatar, porém até hoje não sei se alguém musicou ou gravou algumas delas. Até publiquei, em 1992 o livreto “Reverso”, contendo poesias regionalistas e populares, com cerca de 40 canções para serem musicadas, onde constam algumas dessas letras mencionadas.

No entanto, o maior feito que registro em minha vida foi ainda em Ijuí, em 1963, quando acompanhei numa formatura a execução do Hino do Colégio Duque de Caxias, cuja letra foi feita por mim e a música pelo maestro Olívio Hermes. Imagina a alegria sentida na época. E cujo estribilho sei de cor até hoje.

Isso não tem preço, todavia a História nos mostra outra verdade. E assim se conta uma faceta de um letrista que passou por aqui e por ali e quem sabe tenha alguma música  de minha marca  rodando por aí anônima...até a Pomba da Paz...

Para quem quiser ouvir, tenho as fitas cassetes gravadas: rsrsrsrs.

 

 

 

                  

Minha experiência em publicidade

 

Quando eu estudava jornalismo de manhã, talvez já estava formado, e tive que procurar emprego para trabalhar à tarde, uma oportunidade que me surgiu foi numa agência de publicidade. Antes de assumir um cargo público.

Era a Atlantis, que tinha como dirigente Artur Oscar Sheunemann, penso que se escrevia assim e era uma pequena empresa com alguns clientes importantes. Embora ele tenha me incentivado, não dei pra coisa.

Um desses clientes era a Mesbla S/A, uma grande empresa de eletrodomésticos, que ficava na rua Coronel Vicente e eu fui designado para fazer alguns anúncios para venda de produtos, imaginem, para a televisão. Isso que eu entrara como redator. Mas pensava que ia fazer, escrever ou revisar anúncios de jornal. Me lembro do perrengue que foi redigir o texto, acompanhando os eslaides da mercadoria.

Não lembro quanto fiquei metido em publicidade, mas creio que permaneci ali apenas alguns meses, isso poderia provar se encontrasse minha antiga Carteira de Trabalho, que registrou todos os meus primeiros empregos. E acho que saí por conta própria constatando que não tinha talento para grandes lances nessa categoria.

Em outra oportunidade posterior, quando trabalhava na revista A Granja, tive igualmente ocasião de me meter em publicidade, visto que funcionava no mesmo andar que a revista a Mercur Publicidade, que era do mesmo dono da revista. Mas esta é outra história.

Inclusive mantive contato com desenhista da agência e ele me fez a capa de um dos primeiros livros, o Verso Vário, já referido no meu blog.

E assim se conta a minha pequena e inexitosa experiência na área de publicidade.

 

           

 

Minha experiência com rádio

Por ter estudado jornalismo e letras, por ter brincado de rádio com os colegas na infância, até pensei em ser radialista um  dia. Porém me faltaram alguns atributos e apenas tive alguns fatos com esse tipo de jornalismo.

Já em tempo de estudante, resolvi fazer estágio na Rádio da Universidade, pioneira das emissoras universitárias do Brasil. Poderia ter levado adiante a ideia, até porque, imaginem com quem estagiei: o grande locutor esportivo Celestino Valenzuela, mas lá fiquei locutando apenas alguns dias ou meses.

Recém-formado, trabalhando já no Estado, estive em licença por alguns meses por causa de saúde e, ao final, já recuperado, me apresentei para estagiar na então Rádio Difusora porto-alegrense que funcionava na rua Uruguai. Fui aceito e ali fiquei um mês no departamento de notícias, e quando da mudança para o atual morro Santo Antônio, me contrataram,  e em consequência trabalhei durante um ano como noticiarista no início da Rádio, que hoje é a Bandeirantes em Porto Alegre.

Quase tive a ocasião se der locutor,  em duas oportunidades quando na hora de ler o noticiário, o titular se atrasou ou falhou, porém nas duas vezes fui salvo pelo gongo.

Apenas lamentei ter que deixar a rádio por compromissos acima de minhas forças, até porque, à época,  trabalhava de manhã na Secretaria, de tarde na rádio e à noite frequentava o Curso de Direito na UFRGS. Não era para qualquer um aguentar três turnos.

Dedicando mais à escrita, ao jornal e à revista ou assessoria de imprensa, não me interessei mais por rádio e TV, por razões óbvias. Ah! Até fiz alguns testes em rádio, especialmente FM, porém não era meu ramo. E fiz algumas locuções como apresentador oficial no Museu de Artes do RS, onde atuei por alguns anos.

Essa atividade mais voltada ao cinema, só fui exercer tempo depois, já aposentado, quando participei de três curtas metragens,  mas é outra história que conto em outra oportunidade.   

 

Minha ligação com o Paraná

Nascido no RS, vivi em Porto Alegre durante muitos anos, e, em 1965, tive a primeira ligação com o Paraná, quando, aprovado em concurso, fui trabalhar no então Bamerindus (Banco Mercantil e Industrial do Paraná). Ele tinha uma única agência no RS na rua Dr. Flores, 106 e lá fiquei um ano me preparando para assumir, segundo o gerente (Antônio Ferreira Neto), a contabilidade das filiais que começariam a ser instaladas, incialmente em Caxias do Sul, depois em Pelotas, Santa Maria e outras cidades gaúchas.

Favorecido pelo trabalho só de tarde, conseguia estudar pela manhã Jornalismo na UFRGS, mas chegou o momento em que tinha muito compromisso em fechar os dados do dia e tive que deixar o banco, para continuar os estudos, até o gerente me perguntou se eu queria ser bancário ou jornalista. Aí optei. Trabalhei mais uns meses na GE, depois entrei no Estado, pois tinha feito concurso lá por 1966, só então engrenei no curso da Faculdade de Filosofia, concluído em 1969 e segui meu trabalho no serviço público estadual.

Nesse tempo, em que trabalhei no Bamerindus, fiquei conhecendo de nome inúmeras cidades paranaenses, desde Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Cascavel, Maringá, União da Vitória, Paranaguá, Guarapuava, Campo Largo, e tantas outras, entre cem em que o banco tinha agência, pois se lidava diariamente com ordens de pagamento oriundas ou para algumas delas. Somente em 2013, passei a morar em Foz do Iguaçu, onde fiquei até 2020, tendo então me mudado (em plena pandemia) para a Região Metropolitana, no limite de Curitiba (Pinhais), onde resido hoje.

Passei a ter uma ligação especial com o estado sulino, naquela época já. Possuo vários documentos, portanto, paranaenses, e estou conhecendo a Capital. Dessa forma, me sinto um pouco pertencente a essa região sul, especialmente à terra dos pinheirais.

A essência é gaúcha (santo-augustense), mas o resto é brasileiro em geral, embora hoje está difícil ser integrante de um país como o Brasil. Nessas alturas, se a gente pudesse mudar de pátria... iria pra onde mesmo?

 

 

Minhas atividades advocatícias – I

Embora eu tenha me formado nos 75 anos da Faculdade de Direito da Federal em Porto Alegre, em 1975,  e fiz o curso em sete anos, naquele tempo, como já era funcionário público estável, não me dediquei ao direito. Registrei-me na Ordem dos Advogados, em seguida, onde fui jubilado quando me aposentei na década de 90.

No entanto, logo com a inscrição, já comecei alguma atuação jurídica mínima, fazendo algumas petições e ajuizando pequenas ações  mais para ajudar pessoas amigas e conhecidas, onde não atuasse contra o Estado. Como uma troca de nome, defesa em briga de família, retirada de prisão de pessoa drogada. entre outras pequenas intervenções.

Iniciei  ajudando meu cunhado Amâncio Ivan de Camargo Melo, lá por 1988 quando comecei a atuar assinando por ele que ainda não tinha o registro profissional. Tivemos algumas ações em conjunto. Por essa mesma época, lá por 1989 a 90 participei do escritório do amigo Irani Mariani que funcionava na rua Uruguai,  quando ele me colocou em alguns processos e audiências, onde tive realmente que aprender a advogar.  Inclusive, a primeira audiência em que estive presente foi presidida por um colega de aula, Juiz Marcio de Oliveira Puggina, algo inesquecível.

Como, porém, eu trabalhava na Secretaria meio turno e as exigências do escritório me levavam  a ter que dedicar ao direito mais tempo, tive que deixar  o trabalho  pouco depois, porém ficou essa rica experiência advocatícia inicial.

Daí então, premido pelo trabalho e exercendo atividades na área jornalística, não tive mais opção de advogar, fazendo apenas alguns trabalhos e ações para ajudar os amigos, em pequenas causas ou ações.

Após minha aposentadoria, então, ou melhor nos ano de 90, atuei meio dia no escritório de Edson Marins Tevah, na rua dos Andradas, onde aprendi a “perseguir o processo” atuando em ações já em andamento tentando cobranças em ações infindáveis, porém ele me ensinou a correr atrás do processo em vez de esperar sair ou depender de nota de expediente ou boa vontade do pessoal dos cartórios. Foi uma experiência profissional muito boa, porém sem muito ganho.  Inclusive, fiz até uma crônica sobre fato ali acontecido, 

Quando ele se mudou para a Praia de Belas, com um vasto escritório de um andar, inteiro permaneci alguns dias lá mas vi que o negócio não ia dar certo e me retirei, depois o escritório foi fechando aos poucos, lamentavelmente.

                                                                                                                                                                                                                                                              

 

Minhas atividades advocatícias – II

Embora também tenha iniciado uma ação em 1988 na Justiça do Trabalho em nome uma colega por desvio de função, essa pretensão, depois e idas e vindas aos tribunais, encerrou-se há poucos anos, com o recebimento do alvará do sua ação, atuei mais em família e cível.

Mas, voltando ao assunto jurídico, depois de minha aposentadoria, não atuei tanto em direito, porém  em jornalismo, onde trabalhei em vários jornais de bairro, cultural, tive periódico  próprio exercendo alguma atividade jurídica ocasional, como ajudar o colega  Jaime Perini e meus cunhados Carlos Abelardo  e Airton Silveira, atuando na Capital em seus sub-estabelecimentos.

Passado algum tempo, em 2005 , convidado pelo colega Dirceu José Sebben, aceitei trabalhar em seus escritório que funciona na Andradas, juntamente com mais um boa turma de advogados. Ali permaneci praticamente até 2012, ajudando na parte externa do escritório levando e trazendo processos, recebendo alvarás, e atuando    às vezes em audiência, quando necessário, na área trabalhista como mais na de família. Porém, como fazia tempo que não exercia a advocacia e já estávamos no tempo do processo virtual, tive que permanecer nessa parte mais leve sem fazer ou assinar petições ou iniciais. Ali conquistei amigos que conservo até hoje e sempre sou bem recebido aí. E se não tivesse mudado de residência, talvez estivesse laborando ainda nesse escritório central.

Sobre a minha participação em advocacia, lia muito os processos enquanto os trazia de ônibus inteirando-me de todos os fatos e até escrevi algumas crônicas sobre algum processo ou acontecimento ocorrido, tais como Tudo por causa de um e, A Importância de uma vírgula, Procura-se o Réu, fiz uns versos para reclamar atraso de um processo, contei a história do réu que se tornou nosso autor, entre outras, publicadas em meus livros. Fiz até um texto sobre os integrantes dessa banca.

Essa é a pequena ou longa história de minha participação da vida de advocacia, destacando ainda que em anos recentes atuei em audiências iniciais ou finais, para ajudar minha nora Carolina Elwanger ou em algum outro processo necessário.

E nos tribunais superiores? Fiz apenas uma sustentação oral do Tribunal Regional do Trabalho no RS  e intervenções do Tribunal de Justiça RS e no Supremo Tribunal Federal.

Considero-me, por tudo isso, mais um bacharel do que  Doutor.

 

 

 

Minha vida de viajante:  cidadão do mundo?

Eu sempre gostei de viajar. Entre 10 e 15 anos, eu ia de Santo Augusto a Ajuricaba, sozinho,  baldeando no Chorão, para visitar meus avôs, de ônibus até linha 26,  depois caminhava mais alguns quilômetros e chegava na casa do avô paterno e retornava alguns dias depois. Dos 12 aos 15 anos, também comecei a viajar de minha terra até Vale Vêneto, durante quatro anos, passando por Santa Maria, de trem, geralmente e depois de ônibus e sua volta. E mais tarde até São João do Polêsine, em ida e volta.

Viajei, enfim, a Ijuí, Santa Maria e Porto Alegre, onde me estabeleci e, quando trabalhei na Secretaria da Agricultura, por mais de 30 anos, conheci mais ou menos cem dos 144 municípios existentes à época, fazendo reportagens, isso seria mais de 70 por cento dos mesmos, tenho anotado num mapa do RS. Depois, ainda conheci outros locais do Estado gaúcho dos mais de 490 municípios de hoje.

Com relação ao Brasil, já visitei as cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Petrópolis, Uberaba, Uberlândia, Belo Horizonte, Belém, São Luís, Manaus, Fortaleza, Goiânia, Florianópolis, Curitiba, Realeza, Foz do Iguaçu, Medianeira, Criciúma, Itapema, Camboriú, entre outras.

No exterior, comecei com Europa, Portugal (Lisboa, Coimbra, Fátima, Leiria, Porto, Cascais, Sintra), Espanha (Madri, Barcelona, Merida, La Corunha, e vivi um mês em Santiago de Compostela), França (Paris, Marselha, Montepellier e Rivera Francesa, Calais, Carcassone), Inglaterra (Londres, onde estudei inglês por uma semana e Dover), Áustria (Viena, Innsbruck), Alemanha (das duas Berlim, Frankfurt, Hamburgo), Holanda ou Países Baixos (Haia, ilha de Volendam); Suíça (Genebra), Itália (Roma, Florença, Pisa, Velo D’Ástico, Schio, Vicenza, Veneza), Bélgica (Bruxelas). 

Nas Américas, já visitei Argentina (Buenos Aires, Puerto Iguazu), Uruguai (Montevidéu, Piriápolis, Colônia do Sacramento), Paraguai (Assunção, Cidade del Este), Peru (Lima), Colômbia (Bogotá), Panamá (Capital e Canal), México (Capital e Theotihuacan), Estados Unidos (Miami, Washington e Nova Iorque). 

Em nova etapa, fui até as capitais da Escandinávia (Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca), além de Tchecoslováquia (Praga), Polônia (Varsóvia), Rússia (Moscou, Leningrado, Minsk, Smolensk, da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. 

Mais recentemente, conheci a China (Beijing ou Pequim, Shandong, Xangai, Wuhan). E, por fim, visitei Grécia (Atenas, Pireus).

O que falta conhecer ainda? África (Egito, Sul), Israel, Índia, Singapura, Havaí, Austrália, Escócia e o resto do mundo.

Até a próxima viagem ou existência...afinal, posso me considerar um cidadão do mundo?

 

 

 

 

Modernização agropecuária

Ao tempo em que trabalhei na Secretaria da Agricultura, e foram mais de 30 anos, acompanhei a evolução da tecnologia tanto na lavoura como na pecuária, ao lado do tradicional trato da terra. Fiquei conhecendo alguns avanços nessa área, que, aplicados, deram maior produtividade e lucratividade à agropecuária, aumentando a produção de soja, por exemplo de 1 milhão (participei da campanha de aumento) para mais de 130 milhões de toneladas, hoje. Aprendi, nesse tempo, sobre plantação, raças, doenças de animais, novilho precoce, gripe aviária, febre aftosa, Bolsa de Chicago, kiwi, brucelose, ervas daninhas, pulverização, produção primária, agricultura familiar, poderia falar sobre esse e outros assuntos agropecuários.   

Agora, assistindo a um programa rural de TV, verifiquei o que já surgiu de novas tecnologias na agricultura. Assim, já temos máquinas potentes, plantadeiras e colheitadeiras enormes, dirigidas virtualmente; drones que fotografam, em nanotecnologia identificando pragas e desperdícios das lavouras, entre outras inovações. No mais, temos sensores que percorrem a criação de gado, monitorando a criação do alto. E mais ordenhadeiras automáticas que tiram o leite rapidamente com máquinas sincronizadas. E assim por diante, em benefício dos grandes produtores rurais e da alta tecnologia agropecuária revertem esses insumos agrícolas. Outro exemplo: num parreiral, se fotografa em miniatura, descobrindo-se como será a colheita da uva e em todos os setores se usam cada vez mais avançadas e novas tecnologias aplicáveis ao mundo rural.

Isso está levando país a produzir mais de 240 milhões de toneladas de produtos agrícolas, enquanto se usa da alta tecnologia, computadorizada para ajudar na plantação, colheita e distribuição dos produtos. Na pecuária, igualmente se tem novas tecnologias que produzem mais leite e derivados e a carne melhor, naturalmente.

Com isso se conclui que o tempo da enxada, do manuseio das tetas da vaca ou do simples trator passou...e quem não se adapta à nova tecnologia vai ficando para trás, como em tudo na vida...

 

 

Mudando ou brincando com as Palavras

Um fato engraçado está ocorrendo nas redes sociais com a mudança de palavras em frases comuns ou especiais. São frases feitas onde são riscadas algumas palavras trocadas para dar significados mais românticos, críticos, reais ou positivos.

Um exemplo: no Natal devemos comprar/estar presente; embalar pacotes/ embalar alguém com abraço; enviar presentes/ enviar boas vibrações; comprar comida/dar comida.

Outra frase trocada: o que a mulher tem a fazer: lavar e ter filhos/amar e passear na rua.

Uma sugestão engraçada partiu da virada do ano em que uma pessoa resolveu remarcar seus passeios: da Disneylândia/ para Itaipulândia; da Europa /para Toledo; de Miami para compras no Paraguai; das Ilhas Gregas para a Ilha dos Lobos; de um Cruzeiro/ para o Lago de Cascavel e do Vaticano pela Igreja Matriz de Foz.

E uma estada na praia ficou assim: P.R.A.I.A: parar, respirar, andar, imaginar, acalmar.

Outra variação que vem ocorrendo na internet é a composição ao lado de dois quadros, por exemplo, um sem namorada, outro com namorada; um com cachorro e outro sem cachorro, tornado-se hilariantes, às vezes, as colocações.

Mais outra frase, em detrimento do aprendizado da Literatura, conclui assim: nunca usei a Iracema (obra de José de Alencar) na minha vida; pra que serve a poesia (?) e não uso análise sintática (regras gramaticais) para fazer compra.

Um texto, tendo como elementos frutas, fala nesses termos, sendo que as frutas estão entre parênteses, visto não poder colocar as figuras no local: de (pepinos) minha vida está cheia; piso seguidamente no (tomate); escorrego na (casca de banana ou na maionese, aí não se trata de fruta), depois é (batata!), choro (as pitangas). Agora quero mais (mamão) com açúcar, e dou uma (banana) pra todos e para os (abacaxis) da vida.

Não é questão de palavras, mas gostei da transposição dessa ideia: se o governo manda colocar nas carteiras de cigarros fotos de pessoas moribundas ou mortas, por que não manda colocar nos pacotes de batata frita fotos de pessoas obesas; nas garrafas de álcool, fotos de pessoas acidentadas; nas contas de água e luz, fotos de sem teto e nos documentos de impostos, as fotos dos políticos corruptos. E aí toda a situação estaria resolvida, né?

Querem mais? Consultem a internet e as redes sociais. Pois, se for para melhorar as coisas, até que vale a pena essa troca ou esse jogo de palavras. Concordam?

 

 

Mulheres em destaque

Antigamente, quase todos os cargos públicos, políticos eram exercidos por homens. De uns tempos para cá, as mulheres têm conquistado seu espaço competindo e exercendo profissões outrora só destinadas ao sexo masculino. Só não concordo com lutadoras de boxes ou de UFC. Futebol até se admite.

Destaquei, em crônica, lá na década de noventa, que as mulheres começaram a freqüentar os quartéis, como soldados, até oficiais, marinheiras e na Aeronáutica. Hoje, elas estão na política ainda que em minoria e estão sendo convocadas a participarem cada vez mais dessa área.

Depois foram, mais adiante conquistando outras atividades, desde caminhoneiras, motoristas, taxistas, até mecânicas entre outras categorias que demandam força e determinação que se poderiam elencar. Estão nas cabinas dos aviões, na boleia de uma motoniveladora, em áreas rurais comandando fazendas, e em muitas outras profissões duras que poderiam ser acrescentadas.

Mas outro fato me chama a atenção nos últimos tempos: as mulheres começaram a chegar o judiciário como juízas, até ministras do STF, promotoras, defensoras públicas, e assim por diante.

Entretanto, mais uma determinante quero encaminhar para consideração de todos, que está se vendo ultimamente, com auxílio das televisões e rádios, que começaram a  mostrar um outro lado da  mulher: o de delegada de polícia. E não são poucas. Basta observar o noticiário policial.

Assim, elas aparecem em entrevistas, geralmente magrinhas esbeltas, pequenas e belas, novas com raras exceções, porém inteligentes, dando conta do recado informando os fatos ocorridos na averiguação de um crime. Certamente, nas investigações se apresentam em igualdade de condições com o elemento masculino. Para serem contratadas ou concursadas igualmente apresentaram conhecimentos e capacidades que as colocaram em seus lugares de destaque na sociedade civil, profissional e ou jurídica.

Em recente pesquisa em 140 países o Brasil está em 124º lugar na questão da comparação dos salários entre homens e mulheres. E outra previsão indica que somente daqui uns 50 anos haverá igualdade entre os dois sexos no País.

Parabéns, a essas mulheres fortes, lutadoras e, de certo modo, destemidas para assumirem os riscos de uma profissão tão ingrata. Não se pode alegar que não há igualdade de condições para todos neste momento. O problema é se elas começarem a ser maioria...

 

 

Multiplicidade de Informações

A gente liga o rádio, a TV e lê jornais recebendo em troca uma enxurrada de informações de todos os tipos. São notícias dados, programas, novelas, séries, filmes de todos os lados.

Especificando mais, são notícias programadas, entrevistas gravadas ou regravadas, sobre economia, política, entretenimento, esportes, leilões, séries rurais ou sertanejas, religiosas, restauração de veículos, febre do ouro, perdidos no Alasca, homens do gelo, aventuras solitárias ou em grupo, cozinha sob pressão, seleção de cantores e grupos musicais, sobrevivência na selva  etecera  e tal.

Na parte de noticiários, vemos de tudo: desde crimes, operações policiais, divórcios, mortes e assassinatos, terremotos, desastres, fofoca da vida de celebridades ou não, fatos engraçados, risos das pegadinhas, programas infantis, shows de comédias, programas ao vivo ou reality shows, sem mais enumerações.

Resta, ainda, citar os canais de vendas de produtos, os canais internacionais, de música ou de notícias, os vídeos, os canais de cinema, as informações sobre prisão de políticos e empresários, animais, acidentes de trânsito, se temos prefeito ou não, sobre vereadores, as variedades, os documentários, os pacotes, isso sem falar nos sucessos musicais de todos os tempos e épocas e qual é o santo do dia.

Mas voltando a um foco menor ou partindo para um mundo mais intimista, você, leitor ou leitora, diante de toda essa avalanche de informações úteis ou inúteis, sabe quem é ou o que se passa com o vizinho de porta, da frente, do lado ou do apartamento próximo; lembra o que almoçou ontem?

E uma pergunta para arrasar: já deu bom dia ao porteiro ao colega, ao vizinho no elevador ou na rua a qualquer pessoa, hoje?

Por ora, me despeço desejando um bom ano novo.

 

 

Não aceitamos dinheiro

Leio uma notícia que me deixa perplexo e, ao mesmo tempo, esperançoso. Trata-se de matéria que afirma que a Suécia, em 2030, acabará com o dinheiro em seu país. Como será isso? A moeda vai acabar? Não teremos mais notas, dívidas, assalto a banco etc?

Não sei se é bem isso, mas, devido ao fato de que naquele País já apenas 20 por cento de toda atividade financeira ser feita em dinheiro vivo, as autoridades acreditam que até aquela data o vil metal deixará de existir. Mas como? Com o uso cada vez maior dos cartões de crédito, aplicativos de celulares e outros meios eletrônicos, se poderá abolir do território a grana viva. Nós já estamos sentindo isso com o Nubank.

Segundo consta, nos Estados Unidos ainda o uso de dinheiro é de 47 por cento nas operações de compra e venda. Então, a Suécia poderá ser o primeiro país do mundo a adotar essa medida extrema de acabar com o dinheiro. Mas igualmente terminarão a economia, os juros, a exploração pela moeda e tantos outros males do capitalismo selvagem? Creio que não.

No entanto, essa informação enseja outras conclusões: que estamos indo para o dito Estado Mundial, que acabará com o feudalismo, a monarquia, os bilionários, os magnatas, a suntuosidade, o dinheiro? Pelo mínimo, se prevê que na implantação desse EM o dinheiro nunca será o idioma universal e a causa de todo o escravagismo mundial, havendo uma só prisão para todos os criminosos do universo?

E esse Estado Mundial, que poderá adotar a democracia pura, quando virá para todo o sempre, eliminando toda essa estrutura arcaica e corrupta da atualidade, visto que todos os regimes impostos até agora não deram resultado favorável ao povo e às instituições.

Já imaginou se não precisássemos carregar mais dinheiro, nem cartões, poderíamos voltar ao tempo da troca, mas isso seria involução? No entanto, as mentes brilhantes dos ecnomocientistas, como dizia o secretário  Luciano Machado, irão inventar um novo tipo de moeda ou de sistema monetário, capaz de eliminar todas essas impurezas do atual modelo financeiro!?

Como diriam os antigos, quem viver, apesar de tudo, verá...

 

 

Não sabemos lidar com muito dinheiro

É com esse argumento acima de que vou trabalhar hoje, afirmando que não sabemos lidar com muito dinheiro, especialmente aquele que foi ganho rapidamente.

Podemos citar vários casos, especialmente daqueles que ganham na loteria uma quantia grande e no fim ou acabam perdendo tudo, ou não sabendo aplicar, aí ficam pobres de novo, sem um tostão, como se diz. É só consultar os noticiários para se ver os resultados.

Dois casos, porém, estão em evidência ultimamente: o primeiro, que até foi um programa de televisão, mostra a Cida, aquela que ganhou há vinte anos o maior prêmio do BBB, ou seja, 500 mil reais. Segundo a reportagem, ela não soube usar o dinheiro, ergueu uma casa, que agora foi ocupada por uma intrusa e está sem dinheiro, vivendo num cubículo em sua cidade com o marido, que é entregador.

Mais um fato foi divulgado também do outro ganhador de um prêmio desses programas de vida ao vivo, “reality show”, que é o Dhomini. Ele, que se portava como uma estrela, hoje, segundo notícia, vive de vender cosméticos e de dar palestras motivacionais, como se isso fosse desimportante. E onde está o dinheiro conquistado no programa?

Portanto, para quem chega perto da fortuna rapidamente, tudo pode acontecer. Veja-se igualmente esses artistas e cantores        que de uma hora para outra conseguem a fama e dinheiro, logo que seguida desaparecem e ficam sem grana ou nas drogas, isso a TV e os jornais mostram diuturnamente reportagens sobre o assunto.

Despreparo ou cobiça, muitas outra cosias podem acontecer. Por isso, cuidado e caldo de galinha, estudo e pesquisa sobre finanças, orientações de pessoas de confiança  valem nesses casos.

Até a próxima riqueza imediata, então...por que se conclui  que não sabemos lidar com muito e inesperado  dinheiro.  Todo mundo, sem exceção... estando à espera do meu...

 

 

O caso Hárpalo na Macedônia

A história conta que Hárpalo, nobre macedônio, que viveu no século IV a.e.c., e chegou a ser tesoureiro de Alexandre, o Grande, sim esse mesmo da Macedônia, locupletou-se com seu cargo, fugindo em 325 com cinco mil talentos, (deveria ser uma fortuna na época) e se refugiou na Grécia, mais precisamente em Atenas por ser cidadão honorário da cidade, num dos casos célebres de desvio de dinheiro público. Então, o grande Alexandre reclamou sua extradição, porém os atenienses negaram. Pouco depois, contudo, foi preso, condenado, teve o resto de sua fortuna sequestrado (setecentos talentos) que foram colocados em depósito no Partenon, que funcionava também como tesouro nacional.

Mas não se sabe como ele conseguiu ainda fugir com metade de seus setecentos talentos restantes e dizem que ajudou Demóstenes, o grande historiador que também foi julgado no caso Hárpalo, a também fugir, passando-lhe 20 talentos, mas depois pediram uma investigação contra ele e Demóstenes foi declarado culpado, por um Tribunal de Heleia, a pagar uma grande soma de multa esofrer o exílio, em Trecena, isso se vê na própria biografia de Demóstenes. Ele foi ferrenho contrário ao rei Filipe e depois a Alexandre, da Macedônia, originando-se as Filípicas, diatribes contra os soberanos. Voltado do exílio Demóstenes continuou sua luta contra a Macedônia, foi preso de novo e suicidou-se no final da vida, em 322.

Quanto a Hárpalo, guardem esse nome, sabe-se que, igualmente condenado, fugiu para Creta, tendo lá falecido pouco depois, em 324, segundo consta, assassinado por um macedônio, com os parcos recursos que sobraram de sua pequena corrupção financeira. Foi tentado reaver os valores mas pouco restou do desvio monetário.

Esses fatos vieram demonstrar a situação política e social da Grécia da época ou o clima reinante nos primeiros tempos da independência de Atenas e sua relação com Esparta e a Macedônia.

Haveria alguma semelhança com alguns fatos que estão ocorrendo no Brasil presentemente, tal como Mensalão e Lava a jato (assim é que se deveria escrever)???

 

 

O Direito de não nascer

Aprofundando as pesquisas no estudo de literatura (comparada), recebo um texto que trata de um assunto polêmico e novo.

Trata-se do caso do menino Nicolas Perruche, da França, que em 2000 , através dos pais, entrou na justiça pleiteando o direito de não ter nascido, e por isso recebeu uma indenização de 500 mil euros, através de sentença do Supremo Tribunal de Justiça francês.

Vamos ao caso: em 1982 a mãe de Nicolas estava grávida e ao fazer exames e tirar uma ecografia pré-natal não foi detectada a rubéola na mãe, depois se soube que o nascimento trouxe problemas no menino que apresentou graves distúrbios neurológicos, com várias doenças, pela não constatação no exame médico.

Assim, os médicos e o radiologista foram condenados e se admitiu, portanto, a possibilidade de não nascer; isto é, se tivesse sido detectada a doença da mãe, ela teria o direito de abortar, não trazendo uma criatura doente ao mundo.

Ao que se sabe e se lê pela Internet, recentemente o Parlamento francês aprovou uma lei  contrariando a vitória legal da família Perruche, e não sei dizer como fiou o caso, pois, se o menino estiver vivo contará  hoje 37 anos.

Mas aí surgiu toda uma discussão: a lei protege o nascituro, ele já tem personalidade jurídica, podendo promover ação representado pelos pais, ou pode ter o direito de não nascer, constatada uma grave doença que pode prejudicar aquele que vai nascer?

Tudo isso trago para exame e discussão, sabendo-se que nesse assunto há muito a fazer e a pesquisar, ou tomar atitudes radicais ou antirreligiosas para proteger quem que vai renascer.

Afinal, existe o direito Individual de não nascer ou de morrer?

 

O meu primeiro dicionário

O meu primeiro dicionário adquirido foi o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, edição de 1958. O maior e mais conhecido dicionário brasileiro do momento.

E vocês acreditam que, naquele ano, eu fiz um pequeno glossário chamado de “ Gauchismos”, no  qual selecionei 820 palavras usadas no Sul e Rio Grande do Sul, retiradas daquele PDLP? Pois vamos aos fatos.

Tinha então 15 anos quando senti a necessidade de ter um léxico de palavras e expressões gaúchas, afinal nascera no RS e convivia com vários conterrâneos se expressando na linguagem própria e precisava entender a minha gente. E não havia em nossa biblioteca nenhuma obra desse gênero.

Resolvi, então, à caneta com tinteiro, pena etc, realizar o intento, que terminei em 3 de novembro daquele ano, escolhendo e copiando 820 palavras regionalistas, com seu significado,  para meu uso, o que depois serviu para fazer meu primeiro livro, “Retalhos dos Pagos”, publicado somente dois anos depois...

Nesse dicionário, procurei registrar e entender as palavras usadas pelos sul-rio-grandenses, visto não existirem ou não estarem à disposição à época os Dicionários  ou Glossários rio-grandenses, tais como dos irmãos Nunes e de Bossle, que só vieram anos após. Embora já em 1898 Romanguera Correa publicara o seu Dicionário gauchesco.

Recentemente, num evento sobre dicionários, em nossa instituição, ao apresentar a minha obra “Neopensatas Evolutivas”, que já são 1800 frases ou axiomas, em ordem alfabética que denominei vocabulário, afirmei que comecei a fazer dicionários aos 15 anos. Estupefação geral! Mas não tinha argumentos comprobatórios. E casualmente estou trabalhando num dicionário gaúcho para um léxico de variações verbais em nossa instituição de pesquisa.

Há poucos dias, ao revirar uma pasta que mantinha escondida debaixo da minha cama, localizei este tal dicionário, que nem lembrava mais de sua existência, com boa caligrafia, em bom estado de conservação, elaborado naquele tempo de ginasiano. Numa caderneta já gasta pelo tempo, escrita a tinta com pena numerada etc. Alguém se lembra?

Agora, tenho em mãos a prova. Quem duvidar, me procure.

 

 

 

 

O motivo de cada um

Com a pandemia (e com a própria vida), as pessoas têm cada qual um motivo ou uma causa para defender as suas ideias, os seus princípios, métodos, motivações.

Assim, especificamente, no caso do Facebook, os amigos adicionados possuem cada qual sua especificidade, especialidade, caraterística, ou como quer que se chame, seu “leimotiv”.

Assim, percebo, fazendo uma análise ligeira e superficial nas redes socias, nas postagens e nos contatos, que uns respondem  ou apoiam as mesmas, outros só clicam, gostam, curtem; outros, raros, comentam.  Constatei, por exemplo, que uns se dedicam a fotografar paisagens, flores, canteiros, por de sol, árvores, natureza, enfim, são os mais ecologistas ou veganos.

Por outro lado, há os que curtem andar de bicicleta ou caminhar, fazer exercícios e postar tudo. Há os que gostam de “fofoquinhas”, digitando em monossílabos ou pequenas frases eivadas de dúvidas e imperfeições jornalísticas e gramaticais. Outros mais são especialistas em datas célebres, postagens dos outros, frases conhecidas ou novas. Outros preconizam o não abandono dos animais, são os preocupados com o direito dos bichos.

Mais uma turma adora postar sobre seus negócios, como a lotérica, a imobiliária, o curso, a palestra,  os ensinamentos e dicas de comportamento, são os comerciantes ou psicólogos de plantão. Outra leva apenas coloca no ar seu perfil, suas “selfies”, sua postura, sua imagem, sua cara, sua família etc.

Alguns mais devotos preferem colocar em dia os ensinamentos bíblicos, religiosos ou orações de agradecimento e de concentração mística. Alguns contam suas atividades, montando no trator ou na máquina de colheita, no seu caminhão ou mesmo automóvel particular, alguém mais deliba um bom café; outros, uma mensagem positiva. Uns defendem seu time de futebol atacando os adversários, não tem como.

Em outros casos, a pessoa oferece pratos e culinária variada para deleite dos cidadãos e associados, são os pretensos “chefs” e gulosos. Há quem goste de vender coisas, alugar, oferecer serviços, divulgar memes ou notícias inverídicas; há o lado radical daqueles que só colocam coisas políticas a seu favor e de seu lado eleitoral, e outros que só atacam a “altera pars”, a outra parte. Alguém mais posta poesias, notícias, eventos, declarações, vídeos, numa infinidade de variedade e diversificação teórica e filosófica. Uns procuram pessoas, comunicam falecimentos, aniversários, casamentos e outras datas festivas e acontecimentos. Finalmente, uma miscelânia digital incontrolável e absurda, crível ou não.

Em conclusão, há de tudo num dia de postagens, assim é a dita “fauna” e “flora” dos “interneteiros”. E eu, você, em que perfil nos concentramos ou nos enquadramos? Estamos na falta de comunicação, na necessidade de dizer, de assunto ou na vontade de nos comunicar e não poder? Fale quem me cita ou me curte, preciso saber da verdade, caros “facebookianos”...

O primeiro automóvel no mundo,

no Brasil e o primeiro acidente

Você conhece os dados do título acima? Então, vamos lá. O primeiro automóvel, ou veículo com três rodas e propulsão a vapor, foi construído em 1771, mas a data mais certa da introdução do automóvel, segundo os americanos, se deu em 1908, quando a Ford Motor Co, dos Estados Unidos, montou  o primeiro exemplar do Tin Lizzie, lata barata, começando o que hoje é a indústria automobilística, com milhões ou bilhões de  veículos.

No entanto, há muitas versões sobre essa primazia. Alguns afirmam que o automóvel começou em 1804, mais outros que foi em 1805, com o motor a gasolina, e ainda outra teoria confirma que foi em 1876/1886 com o famoso carro de Karl Benz, na Alemanha, que depois se transformou na Mercedes Benz, cuja história já contei em crônica anterior (Fiat e Mercedes Benz, 15.06.01).

É o mesmo caso da discussão de quem inventou primeiro o rádio, se foi o brasileiro padre Landell de Moura ou se o italiano Guilermo Marconi e o próprio avião, este reivindicado pelo Brasil por Santos Dumont e pelos Estados Unidos, através dos irmãos Wright.

No entanto, se sabe que o primeiro acidente de automóvel no mundo correu em 1869, quando uma mulher, a cientista irlandesa Mary Ward, dirigia no Reino Unido, a 6 km/h, ao fazer uma curva o carro capotou e a roda passou por cima dela.  O que foi considerado igualmente o primeiro atropelamento de um automóvel.

Nos Estados Unidos, a história registra o primeiro acidente, em 1891, em Ohio, quando o engenheiro James Lembert bateu numa árvore e num poste  com um “buggy”, a 9 km por hora.

Já no Brasil o primeiro veículo motorizado foi introduzido em 1891 por Henrique Santos Dumont, por coincidência o pai de Alberto, e o primeiro acidente com esse mesmo carro, foi que Alberto Santos Dumont (segundo consta, a conferir), ao emprestar ao poeta Olavo Bilac, em 1897, o mesmo certamente, ao ouvir estrelas, não soube travar o carro e foi contra uma árvore. Era seu passageiro outro personagem da literatura e história brasileira, José do Patrocínio. Apenas não houve vítima fatal.

Você saberia dizer qual foi o primeiro automóvel introduzido em sua cidade? E quando aconteceu ali o primeiro acidente?

 

 

O que você sabe sobre o Pé Grande?

Quem assiste um canal de tv com um documentário sobre alguns idosos, barbados, esquisitos, usando aparelhos igualmente esquisitos procurando algo especialmente à noite, sabe do que estamos falando, da busca do dito Pé Grande.

Mas quem é esse personagem ou mito mundial? Também conhecido como Big Foot, nos Estados Unidos e Canadá, e Sasquatch, esse misterioso ser criptológico é uma espécie de macaco, tipo ser humano  primata, com cerca de 2,50 metros de altura, bípede felpudo, com pegadas de 30 a 55 cm, , daí a sua denominação popular de Pé Grande, por causa dessas extremidades gigantes.

Pelo histórico se diz que essa lenda existe desde os tempos dos indígenas, geralmente ocupa florestas e lugares ermos e distantes da civilização, foram relatados fatos noinício do século XX de sua aparição, testemunhas oculares se manifestaram, pesquisas foram feitas, caravanas ou equipes se deslocam de noite para tentar fotografar, manter contato ou mesmo registrar ou capturar esse personagem. Na década de 60, teve até um filme, “O Abominável Homem das Neves”, que tentou reavivar ou popularizar a lenda, mas até hoje ninguém, ao que se sabe, capturou ou documentou um bicho desses.

Somente as pegadas são fotografadas, medidas, pesquisadas, indícios selecionados, sensores são usados para sentir sua presença e no final ele sempre escapa ou não se manifesta. Aparelhos tais como vídeos de visão noturna, radares, magnetômetros e outros sensores são utilizados pelos pesquisadores. Daí a tendência se de considerar que tudo não passa de ilusão popular. No entanto, não se agarrou ou capturou exemplar vivo, pois dizem que ele desaparece instantaneamente.

É o mesmo caso de nosso Saci Pererê, da Mula sem Cabeça, do Negrinho do Pastoreio e outras tantas lendas populares espalhadas pelo mundo. Esses dados foram retirados do livro de Jerome Clark, Enciclopédia do Inexplicável, aparições estranhas ocorrências, fenômenos físicos e intrigantes, página 409 a 421.

Desafio você para me dar maiores dados sobre esse Pé Grande. Vamos nessa?

 

 

O sobrevivente designado

 

 A propósito do lançamento pela Netflix do seriado norte-americano, em 2016,  “Designated Survivor” e, igualmente, de uma série coreana com o mesmo nome, resolvi investigar o assunto.  Nos Estados Unidos, um sobrevivente designado ou sucessor designado (designated successor) é um membro do governo dos Estados Unidos indicado para ficar em um local fisicamente distante, seguro e secreto quando o Presidente e outros líderes do país (p.ex. o vice-presidente e membros do gabinete) estão reunidos num mesmo local, como durante discursos sobre o Estado da União  e cerimônias de posse presidencial. Isso é feito para manter a continuidade do governo no caso de um evento catastrófico que mate muitas pessoas oficiais na linha de sucessão presidencial. Na ocorrência de um evento no qual morram tanto o presidente quanto o vice-presidente, o oficial sobrevivente de mais alto posto na linha, possivelmente o sobrevivente designado, se torna o Presidente em exercício dos Estados Unidos, segundo a lei de sucessão presidencial.

Isso se pode ver na série, quando o ator Kiefer Sutherland (Tom Kirkinan) é empossado como novo presidente dos Estados Unidos depois que um ataque terrorista destrói o Capitólio (congresso americano), onde todos os integrantes do governo, deputados e senadores pereceram. Menos um, e aí está uma trama. E está postada a descoberta da possibilidade que é aventada pela decisão histórica sobre essa prática.

Então, o hábito de nomear um sobrevivente designado originou-se durante a Guerra Fria na década de 1980, em meio ao medo de um ataque nuclear. Somente membros do gabinete que sejam elegíveis para suceder à presidência (isto é, cidadãos naturais acima de 35 anos e natos) são escolhidos como sobreviventes designados, como foi o caso do então secretário do Habitação no filme citado.

O sobrevivente designado recebe segurança e transporte de nível presidencial durante o evento, ao passo que um auxiliar carrega a “nuclear football” (pasta com instruções para um ataque nuclear) consigo. Contudo, ele não recebe instruções sobre o que fazer caso outros sucessores à presidência sejam mortos.

Desde 2005, alguns membros do Congresso também serviram como sobreviventes designados e em 2010, o Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Shaun Donovan, foi o sobrevivente designado, como no filme seriado da Netflix, porém, a Secretária de Estado Hillary Clinton também estava ausente do discurso. Se uma calamidade acontecesse em Washington, Clinton (e não Donovan) se tornaria Presidente em exercício, já que o cargo dela era mais alto na linha de sucessão, se ela sobrevivesse. Nos outros mandatos, não se sabe ou não se informou sobre essa temática, quem foram os sucessores/sobreviventes designados, extra eleição, novos acontecimentos e fatos explicativos.

 

 

 

O sonho de ser diplomata

Na década de 1970/80, quando eu tinha menos de 30 anos, vivi o sonho de ser diplomata. Sim, esse negócio de viajar pelo mundo, conhecer outras terras me fascinou. Para essa atividade, o fato de representar e servir à Pátria em locais distantes e desconhecidos é que deveria ser a meta principal. Na realidade, era mais para viajar por conta do governo.

Na época, junto à UFRGS (com prof. Macedo) havia um setor que permitia a inscrição de interessados em realizar o famoso concurso do Instituto Rio Branco, do Rio de Janeiro anualmente.  IRB era o promotor dos testes e  a aprovação significava a porta de entrada na carreira,  que depois  preparava os futuros diplomatas para suas missões no exterior. Acho que até hoje.

Dito e feito, inscrevi-me e realizei o concurso  duas ou três vezes,  porém em todos eles fui reprovado. Funcionava assim: O IRB simplesmente mandava um telegrama dizendo se o aluno foi aprovado ou não, não dando mais detalhes. Não havia na ocasião nem telefone, nem celular ou internet para troca de informações maiores.

Aproveitando uma viagem que realizei ao Rio de Janeiro, fui até o tal Instituto Rio Branco para  tentar saber o resultado dos meus exames, ou em quais matérias fui reprovado para me preparar melhor. Porém, a orientação era não oferecer detalhes e não houve jeito de ficar conhecendo o segredo do resultado, então me conformei em saber que realmente não tivera nota suficiente para estudar no Instituto. Desisti posteriormente de fazer novamente o exame para diplomacia.

Penso que  foi a questão da língua, pois escolhi o inglês e não era muito bom nesse idioma.  Era muito exigente o currículo e talvez não tivesse recomendação de família ou de nome para entrar nesse grupo. Soube que um colega de nome Renato passou no vestibular e certamente entrou para a carreira, não lembrando seu sobrenome e se  assumiu o encargo.

E assim não se realizou o sonho deste autor de ser Diplomata. De outra forma, tentei, mais ou menos na mesma época, ser comissário de bordo da VARIG, que era uma profissão promissora e interessante, com viagens ao exterior, porém esse é outro assunto que tratarei oportunamente.

 

 

 

Um olhar ao derredor

Num devaneio matinal, olho pela janela (ainda existe tempo para isso?) e não vejo arranha-céus. Milagre! Só o céu azul misturado com nuvens brancas.

Coqueiros balançam na calçada ao passo que um joão-de-barro pousa no fio perto do seu casebre.

O sol bate na parede ladrilhada ao lado, amarelando o outro lado.

A grama embaixo está bem aparada e algumas plantas florescem junto do muro.

Alguns carros passam rápidos que não dá para identificá-los, repassando no outro lado da rua.

Vejo a bandeira do Brasil tremulando na loja da avenida.

Se olho mais adiante, vejo alguns telhados com cor marrom ou da própria  telha,   enquanto a brisa balança uma pequena palmeira folheada de verde.

O som de algum vento faz sibilar a janela, misturando-se com máquinas que passam.

E a dona dessa paisagem me faz silenciar e olhar a natureza em festa.

Ah! Mirar assim a paisagem e não querer sair dela ou querer pintá-la e eternizá-la, sem poder fazê-lo...

E eu aqui olhando essa natureza nesta manhã já quase outonal, com gosto de feriado desautorizado. Motivado.

Neste dia sem assunto, que tal alongar um olhar em derredor de mim mesmo? E tenho desenhado.

 

 

Onde estão os meus ídolos?

Sou de uma geração que só viu televisão na fase de adolescência pra cima, já beirando a fase adulta. E quem eram meus ídolos de rádios, televisão, esporte e cinema? Ih, meio difícil de lembrar, mas vamos lá...

Sou do tempo da Jovem Guarda, portanto ídolos ainda como Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderleia, Martinha, Wanderley Cardoso e Jerry Adriani até hoje persistem mais são todos quase setentões. Luiz Gonzaga, Teixeirinha, Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, outros mais, e os que sobreviveram ainda cantam ou encantam.

Na música sertaneja, que apenas começava, sobressaíam Tonico e Tinoco e outras duplas famosas na Rádio Nacional, já citadas em crônica anterior, tais como Alvarenga e Ranchinho, Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Leo, Zilo e Zalo, as irmãs Galvão, que ainda se apresentam hoje, entre outros.

Na televisão, ver/ouvir Flávio Cavalcanti, Bolinha, o estreante Sílvio Santos, era a moda do momento. Chacrinha estava no auge e a Rede Globo recém iniciava.

No esporte, o top a era a turma da Seleção Brasileira de 70, com Pelé, Garrincha, Zagalo, Didi, Coutinho, Pepe, Gilmar, Nilton Santos no incrível Santos e outros mais; depois é que apareceram Sócrates, Zico,  Ronaldo e no sul Falcão, Claudiomiro, Elias Figueiroa, Larry Pinto de Faria, mais antigo,  na fase áurea do Internacional, e hoje temos um monte de gente nova e nem tanto famosa.

No cinema, era o início das chanchadas brasileiras com Jece Valadão e Vera Fischer, esta ainda hoje reinando, e no exterior as deusas ou deuses eram Elisabeth Taylor, Ingrid Bergman, John Wayne, Tony Perkins, só para citar alguns deles ou delas.

Onde estão esses ídolos de outrora? Os que não deixaram este mundo, ainda resistem, alguns atuantes, outros em declínio, alguns mais em ostracismo.

É  bem como se diz que não se esquecem os primeiros favores da vida. E quais são seus ídolos não lembrados? Alguém se recorda dos citados acima, poderia enumerá-los com seus nomes corretos, então é gente da minha turma e época, parabéns a vocês...

Quanto ao demais, hoje em dia nossos ídolos são trocados, substituídos rapidamente a qualquer hora ou não duram muito. Quem se lembrará deles no futuro?

 

 

Origem do baralho - I

É muito duvidosa a origem do baralho. Embora os  indícios Indiquem que os jogos de cartas teriam surgido na China juntamente com o papel, há outros que apontam uma origem árabe. Outros, europeia.

 Aventa-se que ele surgiu durante a dinastia Tang, entre os anos de 618 e 907, mas não é possível indicar a época em que isso aconteceu com maior precisão. Inicialmente, os baralhos eram compostos por peças produzidas em osso ou marfim. Somente quando o papel se tornou mais acessível, a partir do primeiro milênio, é que as cartas propriamente ditas começaram a ser fabricadas com papel.

 O primeiro registro histórico inequívoco da utilização do baralho que se tem notícia data de 1294, durante o império de Kublai Khan, quando dois chineses foram presos pela prática de jogos de azar que envolviam cartas.

Sabe-se, por outro lado, que foi introduzido na Europa, durante o século XIV e, a partir do século XV, o desenvolvimento dos processos de impressão e de fabricação de papel propiciou a popularização do baralho em vários países do mundo.

Há quem acredite que o baralho foi inventado, de outra maneira, pelo pintor francês Jacquemin Gringonneur, sob encomenda do rei Carlos VI de França, no século XIV. Gringonneur desenvolveu as cartas do jogo de forma que representassem a divisão da sociedade francesa através de seus naipes, sendo copas o clero; espadas a nobreza; paus os camponeses; ouros a burguesia.

Na França, durante as invasões árabes à Península Itálica, entre uma batalha e outra, os mouros se distraíam com Naib, um jogo de cartas que, aos poucos, acabou ganhando popularidade em quase toda Europa e do qual deriva a palavra “naipe”.

No entanto, conforme o baralho foi sendo difundindo, recebeu traços próprios da cultura e costumes de cada povo. Regiões que hoje correspondem à Alemanha, à Suíça, à Espanha e ao Leste Europeu, por exemplo, utilizavam baralhos com quantidades de cartas e naipes totalmente diferentes entre si.

A partir do século XVI, contudo, o baralho adotado pelos franceses começou a se destacar e a servir de referência para as outras nações em razão do seu desenho simples que facilitava a fluidez dos jogos. Ele continha 52 cartas e utilizava os mesmos naipes dos árabes, mas com uma mudança de nomenclatura: as moedas viraram ouros, os bastões tornaram-se paus e as taças viraram copas, enquanto as espadas mantiveram o nome original.

Uma das poucas diferenças relevantes entre o baralho francês do século XVI e o que usamos hoje é a adoção da língua inglesa para denominar o Rei (King), a Dama (Queen) e o Valete (Jack).

Em meados do século XV, surgiu em Portugal um tipo de baralho, cuja origem se desconhece e cujo desenho passou a ser conhecido por baralho português. Ele se espalhou pelo Oriente, levado pelos navios portugueses, sendo mais tarde imitado e adaptado à sua própria cultura, por japoneses, indonésios e indianos. O padrão português acabou por se extinguir em finais do século XIX, em detrimento do padrão francês, universalmente aceito na atualidade. (continua)

(Fontes: ludopoli.com.br; postal crosster.com.br e hypeness.com.br)

 

 

A origem e história do Baralho II

Continuando com a história das cartas do baralho, já falamos sobre sua possível origem,  tipos de baralhos especialmente no continente europeu. Confirmamos que o mais utilizado nos países de língua portuguesa tem 52 cartas, distribuídas em 4 grupos - também chamados de naipes - os quais têm 13 cartas de valores diferentes. Os nomes dos naipes em português (mas não os símbolos) são similares aos usados no baralho espanhol de quarenta cartas. São eles espadas (♠), paus (ou arvore) (♣), copas (♥) e ouros (♦), embora sejam usados os símbolos franceses. Apesar da existência antiga, as cartas do baralho português só foram fabricadas em Portugal a partir de 1769, quando foi criada a Real Fábrica de Cartas de Jogar de Lisboa, anexa à Impressão Régia.

Os significados específicos às cartas com figuras, representando personalidades históricas e bíblicas, desde muito, são: Rei de Ouros - Júlio César, geralmente com um machado que simboliza as legiões romanas; Rei de Espadas - o rei israelita Davi; Rei de Copas - o rei Carlos Magno; Rei de Paus - Alexandre, o Grande; Dama de Ouros - Raquel, esposa de Jacó; Dama de Espadas - A deusa grega Atena; Dama de Copas - Judite, personagem bíblica; Dama de Paus - Elizabeth I de Inglaterra; Valete de Ouros - Heitor, Príncipe de Troia; Valete de Espadas - Napoleão Bonaparte, imperador francês; ou Holger Danske, Rei Dinamarquês; Valete de Copas - Dante Alighieri, escritor italiano; ou  La Hire (Étienne de Vignolles); Valete de Paus - Sir Lancelot.

A carta que tem a frente com maior liberdade de criação é o coringa ou joker, que representaria os palhaços dos jograis realizados nos castelos medievais, o que vamos comentar a seguir.

O naipe jogos de baralho é um retângulo de papel grosso, cartolina, cartão ou plástico, com um lado estampado com diversas cores e símbolos (geralmente número e naipes) chamado de face e o outro estampado num padrão comum a todas as cartas de cada baralho de modo que se esconda o valor da face (continua)

 

O baralho em diferentes partes do mundo III

 Já falamos sobre  a introdução do baralho na Europa. Hoje, discorreremos sobre o uso em alguns países, como na  Índia, apesar da proximidade com a China, o baralho indiano tinha características completamente diferentes. Ele era formado por 120 cartas de formato redondo separados em dez naipes, sendo que cada um deles representava uma divindade da mitologia hindu. Tinham, portanto, uma forte conotação religiosa, ao contrário dos baralhos de outros povos.

No Oriente Médio, há controvérsias se o baralho utilizado lá foi uma derivação do chinês. De todo modo, foi na Pérsia, atual Irã, onde o baralho começou a ganhar os traços semelhantes aos do que usamos atualmente. As cartas eram divididas em quatro grupos, cada qual representando objetos do cotidiano: espadas, moedas, bastões e taças.

No Japão, quando os navegadores portugueses ali chegaram, em meados do século XVI, levaram consigo o baralho de 48 cartas que então era usado no país da Península Ibérica. Esse padrão se propagou rapidamente no território nipônico até o ano de 1633, quando o Japão rompeu abruptamente o contato com outros países. A partir de então, qualquer traço cultural estrangeiro passou a ser ilegal, o que decretou o fim da utilização do baralho português.

Contudo, o jogo já havia se incorporado de tal maneira aos hábitos japoneses, que um novo tipo de baralho foi criado. O Hanafuda, que é composto por 48 cartas divididas em 12 naipes, cada qual correspondendo a um dos meses do ano e representado por um tipo de flor típica do Japão. O nome Hanafuda também se refere ao jogo praticado com esse tipo de baralho. (continua)

 

 

O surgimento do Coringa nos baralhos -  IV

Em prosseguimento à análise do baralho,  verifica-se que a carta do coringa somente foi introduzida nos baralhos nos meados do século XIX por influência de um jogo alemão chamado Euchre, derivado do Juckerspiel, no qual ela ocupava o topo da hierarquia. Imigrantes alemães que se instalaram no estado da Pensilvânia, nos EUA, acabaram levando o Euchre e, consequentemente, o Coringa para a América do Norte, onde a carta ganhou popularidade rápida.

A quantidade de cartas mais comum, e que é utilizada em vários jogos, é a que que compõe o baralho inglês de 52 cartas (o qual podem ser acrescentados uma ou duas cartas chamadas jokers ou, no Brasil, coringas), divididas nos quatro naipes franceses, com cada naipe contendo cartas numeradas de 2 a 10, o Ás, e as cartas figuradas valete, dama e rei.

A inclusão do Joker (Coringa, em inglês) abriu as portas para a criação de variantes em uma infinidade de jogos e caiu no gosto dos praticantes do carteado. Os baralhos utilizados pelos soldados durante a Guerra Civil norte-americana (1861-1965) já contavam com o Coringa, e esse passou a ser o padrão da maioria dos baralhos produzidos desde então.

Vale ressaltar que o papel do Coringa varia de acordo com cada jogo. Em alguns, ele pode substituir qualquer carta; em outros, é a carta de menor valor e muitas vezes simplesmente é excluído do baralho, entre outras possibilidades.

Na evolução dos jogos de cartas, embora o baralho tenha sido usado desde o seu surgimento em jogos de azar, truques e trapaças, também têm sido uma fonte de passatempo e diversão para a humanidade há pelo menos um milênio. As cartas se tornaram uma espécie de linguagem universal, capaz de agregar pessoas de diferentes origens, crenças, costumes e classes sociais.

Desde os inocentes Rouba Monte e Mico, que aprendemos na infância, passando pelas animadas partidas de Truco, tão populares entre os universitários, até os jogos praticados nos cassinos, como Poker e Blackjack, e os jogos mais tradicionais, como Buraco (Canastra) e Tranca, há uma infinidade de modalidades com regras e objetivos diferentes. Sempre há um jogo ideal para cada ocasião, independentemente do local ou do número de pessoas reunidas.

E os chineses que inventaram o baralho certamente nunca imaginariam que um dia seria possível jogar cartas com adversários que estão a milhares de quilômetros de distância. Hoje, basta um computador ou um smartphone com acesso à internet e pronto! Pode não ser tão divertido quanto uma partida convencional, mas também ajuda a driblar o tédio, o que muita gente faz com o jogo de pôquer.

Quanto a nós, brasileiros, pode-se dizer que existe uma verdadeira paixão nacional pelo baralho. Nossa natureza comunicativa e descontraída faz com que os jogos de cartas se tornem um pretexto para reunir os amigos, colocar a conversa em dia e quebrar o gelo quando necessário, especialmente entre idosos e nos fins de semanas familiares.

E o baralho de tarô de Marselha, o que é? O Tarô de Marselha, também conhecido pela designação francesa Tarot de Marseille, é um baralho de cartas clássico e um dos mais conhecidos. É um padrão a partir do qual todos os baralhos de tarô derivam dos muitos existentes para, especialmente, consultas. Trata-se de um jogo de 78 cartas, distribuídas em dois grupos: arcanos maiores e arcanos menores. Tarô, cartas ciganas, egípcias, de adivinhação, de estudo do subconsciente ou do sortilégio podemos comentar em outra oportunidade...

(Fontes: ludopoli.com.br; postal crosster.com.br e hypeness.com.br)

 

 

 

Os meus professores universitários

 

Um dia desses acordei com a lembrança e o desejo de falar dos meus professores universitários, dos dois cursos que fiz, afora as especializações e freqüência como aluno especial da Universidade Federal.

No Curso de Jornalismo, por exemplo, tive professores como Silvio Duncan. Otávio Brochado da Rocha, Santos Vidarte, Ernesto Correa, Gabriel Borges Fortes, e os outros que me perdoem se não lembrei dos nomes inteiros.

Já no Curso de Direito, que frequentei por sete anos, anoto e lembro os nomes de famosos doutores, tais como José Neri da Silveira, Athos Gusmão Carneiro, estes dois foram ministros do STF, mais Paulo Brossard de Souza Pinto que foi deputado e ministro da Justiça e depois do STF e seu substituto Honório Severo, Clóvis Couto e Silva, Paulo Alberto Pasqualini, sobrinho de Alberto.

Destaco ainda mestres como estes na Especialização, feita na Unirriter: Charles Kiefer, Regina Silveira e Antônio Sanseverino.

Terminei o meu curso de direito na comemoração dos 75 anos da Faculdade da UFRGS, com orgulho e tenho entre os colegas alguns juízes de direito como Felipe Brasil, Armínio José Abreu de Lima, Antônio Jardim e outro mais antigo, José Nedel. Alguns chegaram a ser desembargadores.

E assim segue a vida até porque fiz ano retrasado no Mestrado na Unila, duas disciplinas de Literatura Comparada. E viva a Universidade Federal. Ensino público gratuito pra todos.                                   

 

 

Os passarinhos voltaram

Quando eu morei na Duque de Caxias, em Porto Alegre, escrevi sobre os passarinhos que contavam na minha janela de manhã, até originando a crônica intitulada “Amanhecer na minha terra (Cornucópia de Palavras, 2014, p 153) . Ali  eu dizia que o vento balançava as folhas das árvores que formavam um matinho no fundo do apartamento, onde cantavam os acordadores  da madrugada.

Hoje, me mudando para uma vila residencial, cercado de árvores, praticamente em baixo de grandes e frondosas copas, voltei a ouvir o canto ou chirleio de vários pássaros ao alvorecer.

Antes, na madrugada os galos da vizinhança anunciam o amanhecer na minha terra. Depois, começa o estridente gorjeio de vários tipos de aves, alguns como o bem-te-vi, o sabiá, o tico-tico identifico, porém outros não conheço ou não sei nomear.

No entanto, é uma festa matinal acordando todos os dias à mesma hora, ouço os passarinhos trocando mensagens de bom dia no meu pátio praticamente, pois as árvores cedem suas copas nos terrenos de minhas duas casas de esquina quase na minha janela.

Ah! Alegria que nos dá ouvir esses elementos da natureza saudando o novo dia que surge, ainda com convite para cantar apesar de todos os obstáculos e problemas do Brasil.

Ora, o que têm a ver os pássaros com nossos assuntos humanos? Ora,  são produtos e habitantes da mesma terra e do mesmo planeta que está com variados e inúmeros problemas de sobrevivência. Vamos ouvir pássaros, enquanto for tempo. Até porque se eles sucumbirem nós também iremos às cucuias...

mundo...

 

 

Os vinhos da campanha gaúcha

 

Assisti, por acaso, dia desses, uma degustação de vinhos produzidos na zona de campanha do Rio Grande do Sul. Foram seis ou sete tipos do extrato da videira, produzidos por oito vinícolas daquela região de campos gaúcha, através do cultivo extensivo de videiras. Diferente da zona da Serra que costuma cultivar a uva em parreiras altas.

            Tudo começou na década de 70. E eu me senti orgulhoso de ter participado desse início, quando, como assessor de imprensa do então secretário da Agricultura, lá por 72/73, nós acompanhamos a chegada das primeiras videiras, vinda da Califórnia, de madrugada, de avião e levadas para Santana do Livramento pela “National Destillers”. Fazendo coberturas, textos, fotos, filmes para a imprensa, a fim de divulgar a nova região vitivinícola rio-grandense. 

O que difere da região vinícola da Serra? Os vinhos são praticamente iguais, de mesma qualidade, claro com suas variedades regionais, e até existem empresas que produzem a uva na campanha e as industrializam em vinho na serra gaúcha até porque ainda não existe estrutura na região sul para a transformação. Isso que a Serra já tem mais de cem anos de tradição e a campanha, 40 anos.

Solo diferente, tipo de cultivo diferenciado, apresenta essa nova produção de vinhos do RS a implantação de uma nova região vinícola com emprego de mão de obra local e regionalização da indústria. Esperamos que traga progresso ao Rio Grande do Sul.

 

 

 

Palavras africanas  e indígenas herdadas pelo português - I

 Eis algumas palavras em africano que herdamos, principalmente do quimbundo, língua do povo banto: bagunça – confusão, falta de ordem; banzé – festa popular, algazarra, gritaria;  batucar – dançar o batuque, tamborilar;  beleléu – desaparecimento, malogro, ir ao beleléu - morrer;  berimbau – instrumento musical;  biboca – sanga ou barranco acentuado, casebre, lugar; bunda - nádegas;  cachaça – bebida, aguardente;  cachimbo – utensílio para fumar, tabaco; caçula,- de kasule, último filho, o mais novo filho; cafofo – lugar onde escravos ficavam, terreno ou buraco;  cafuné,- afago, carícia;  calango – de kalanga, lagarto ou canto popular;  camundongo – de okamundongo, rato, roedor;  candomblé – rito, religião, liturgia;  canga – peça de madeira, ganga;  cangaço – bagaço de uva, peças;  capanga – de kappanga, bolsa, homem de confiança;  capenga – coxo, manco; carimbo -de kirimbu,  peça de metal, marca;  catinga – cheiro desagradável; chimpanzé - de kimpenze, primata, macaco;  cochilar -  dormir de leve;  dengue – enfermidade, doença ou melindre;  fungar – inspirar;  fuzuê - folia, alegria;  minhoca – anelídeo, ideias absurdas;  moleque -  menino novo, trocista; titica – excremento de ave, pessoa desprezível. (Fonte: G1, Dicas de Português, Sérgio Nogueira)

Das línguas indígenas, tomamos algumas palavras, como: acajá - ou cajá, é o fruto da cajazeira do Tupi Guarani: acã-já = o fruto de caroço cheio, graúdo; fruto que é todo caroço; Aracaju – do Tupi-Guarani: ará = papagaio; caju (akaiu) = cajueiro dos papagaios, também pode significar tempo, época do caju; babaçu - do Tupi-Guarani: ibá-guaçu = fruto grande; baiacu - é como são chamadas diversas espécies de peixes que “incham” quando se sentem ameaçados, do Tupi-Guarani: grafia antiga maiacu de mbaé-acu = a coisa quente, venenosa, por causa do seu fel; barbatimão – do Tupi-Guarani: bar por ibira = árvore; aba-r-emó = aba-t-emó = pênis; a árvore do órgão genital do homem; boitatá – gênio que protege o campo e as matas dos incêndios; cobra-de-fogo., do tupi-guarani: m(baé) – coisa; tatá – fogo; coisa de fogo;  buriti – do Tupi-Guarani: mbur = alimento; iti = árvore alta; = árvore alta de alimento ou de vida; butantã – do Tupi-Guarani: bu (ibi) = terra; tatã (atã, tantã) = muito duro; caatinga, do Tupi-Guarani: caá-t-enga = o mato ralo; cacau – Do Náhuatle: cacauatl = caroço; caiçara – do Tupi-Guarani: caá-içara = a cerca de ramos;  caipira – do Tupi-Guarani: caaipura = de dentro do mato. Nome que os índios do interior de São Paulo deram aos colonizadores;  capim – do Tupi-Guarani: caá=folha; pií=fino, delgado; capivara – do Tupi-Guarani: “kapii’ guara” - comedor de capim; capoeira – do Tupi-Guarani: co-poera = roça velha;  carioca – do Tupi-Guarani: kari`= branco; oka = casa. Casa do branco; catuaba –  do Tupi-Guarani: caá = planta, folha, mato + tuã = taludo + ibá = árvore; cipó – do Tupi-Guarani: ici-fila; pó-fileira,nome genérico de todas as plantas de hastes finas e flexíveis que servem para atar; plantas trepadeiras que pendem das árvores.

 

 

 

 

 

Palavras africanas  e indígenas herdadas pelo português - II

E continuamos a designação de termos indígenas, atrelados à nossa linguagem: copacabana - de origem quéchua, significa “olhando o lago”, a palavra original é kupa kawana;  Curitiba - do Tupi-Guarani: Curi = pinhão; Tiba = lugar;  curumim – palavra de origem tupi, e designa, de modo geral, as crianças indígenas; cutia – do Tupi-Guarani: a-coti = indivíduo que se assenta para comer;  Erechim – cidade do Rio Grande do Sul – do Kaingáng (Jê) erê-xim – campo pequeno; gariroba – do Tupi Guarani guara-iroba = o indivíduo amargo, palmeira, coco amargoso; gororoba: do Tupi-Guarani: guara – árvore; roba – amargo; guri – do Tupi-Guarani: guri – terno, brando, termo muito usado no Sul do Brasil, para criança do sexo masculino; igarapé – do Tupi-Guarani: ir-r´apé = caminho d’água; Iguatemi – palavra de origem Tupi que significa rio ondulante; irapuã: mel redondo (ira = mel, apu`a = redondo, esférico), permite interpretação como “cacho de abelha”, também usado para designar algumas abelhas; jabuti – do Tupi-Guarani: j-abu-ti=o que nada respira; jacaré, do Tupi-Guarani: jaeça-caré = o que olha de banda;  jenipapo - do Tupi-Guarani: iá-nipaba-fruto de esfregar;  Jericoacoara - do Tupi-Guarani: îurukûá tartaruga-marinha / kûara – toca = toca das tartarugas;  jururu - do Tupi-Guarani: juru-ru = pescoço pendido, triste, abatido, chateado, desiludido; macuco – do Tupi-Guarani: maa=mbaé-coisa ; cucu =comer muito, ave brasileira, tinamídea (Tinamus solitarius), muito apreciada por sua carne saborosa, tem o tamanho de uma galinha e vive solitária, encontrável nas matas de todo o país; maloca – do Tupi-Guarani: moro-oca = casa de gente, casa de residência fixa, onde o indígena vive em comum; Maracanã – do Tupi-Guarani: paracau-aná - pagagaios juntos; mingau – do Tupi-Guarani: mi-caú = feito de papas; mocotó – do Tupi-Guarani: mo-coto = faz que jogue, mutirão – do Tupi-Guarani: pitibõ, popitibõ, picorõ = ajudar ; Oiapoque – do Tupi-Guarani: oia-poc = o que explode ao abrir-se, nome de uma cidade município e de um rio que banha o estado do Amapá; paca – do Tupi-Guarani: paca = ficar alerta; paçoca – do Tupi-Guarani: paçoca = coisa pilada; Pajé – do Tupi-Guarani: pajé = profeta, pessoa encarregada de realizar rituais e cerimônias religiosas nas tribos indígenas; pamonha – do Tupi-Guarani: apá-mimõia = envolvido e cozido;pereba –  do Tupi-Guarani: pere`wa = ferida. Ferida cutânea; perereca  – do Tupi-Guarani: perereca = andar às tontas; pipoca –  do Tupi-Guarani: pi(ra)- pele; poca-rebentar; a pele rebentada; piranha –  do Tupi-Guarani: pirá-anhã = peixe diabo; pitanga –  do Tupi-Guarani: pi (ra) – tanga – pele tenra;  quati – do Tupi-Guarani: cuá-cintura; ti-nariz; que se deita para dormir, esconde o focinho na barriga como defesa; Sapucaí –  do Tupi-Guarani: sapucaia-i = rio do galo ou rio que grita; saúva  – do Tupi Guarani iça-aíba=a formiga má, que destrói as plantas; sucuri – do Tupi-Guarani: suú-curi = morde depressa; tamanduá – do Tupi-Guarani: ta-monduá = o caçador de formiga; taturana –  do Tupi-Guarani: tata = fogo + rana = semelhante, espécie de larva recoberta com uma felpa que produz sensação de dor em quem a toca; tiririca – do Tupi-Guarani: Tiririca – arrastar-se, espécie de erva daninha comumente encontrada nos açudes e que se propaga rapidamente;  tucano – do Tupi-Guarani: tu-can : que bate forte;  urubu –  do Tupi-Guarani: uru – ave grande; bu – negro. (fonte: EBC). Até breve...  

Influência árabe em “al” no português”

Nós aprendemos que a língua portuguesa se formou praticamente do latim e do grego, mas teve outras contribuições, como dos idiomas indígenas, do árabe, do inglês, do francês, entre outras.  A influência árabe se deu pelo fato de que Portugal, ao tempo de antigamente, foi dominado pelos muçulmanos, por 400 anos, até 1500, especialmente no sul quando eles tomaram terras da península ibérica e introduziram essa fala. Apesar desse tempo que durou a presença árabe em Portugal, tal influência se refere essencialmente ao léxico, pelo que não podemos falar de algo estrutural, e sim das expressões árabes na formação do calão português, a chamada “gíria dos rufiões“, que no período da inquisição terá tido grande incremento através da utilização de expressões e termos incorporados pelos mouriscos e cripto-muçulmanos, que, segundo estudos, chega a 18 mil palavras no total.

Assim, apenas começadas em Al, temos algumas derivações arábicas, com sua forma original e significados: alambique, de “al-anbiq” com sentido de caldeira, vaso de beira erguida. Aqui é utilizado como aparelho de destilação de cana de açúcar; alcaguete, de “al-qaguad”, manteve o sentido original de espião, dedo duro, cáften.

Alcorão, de “al-kuran” é  igual a leitura que se pode fazer, mas é utilizado para designar o Corão, o livro sagrado que foi ditado a Maomé pelo anjo Gabriel; alfândega, de “al-fundak”, armazém, hospedaria, alojamento de mercadorias, que se transformou em posto de controle; algarismo, de “al-khuarizmi”, caracteres ou números arábicos; algemas, de” al-djaama”, instrumento de ferro, pulseiras, aqui designados os aparatos policiais para  prender pelos pulsos, prisão moral, cadeia; álcool, de ”al-kohol”, bebida alcoólica, cachaça, etanol etc; alcatrão, de “al-katran”, mistura do cigarro obtida da destilação de madeira e carvão.

Alcatra, sim, vem do árabe “al-qatra”, pedaço, mas pra nós é o pedaço nobre da carne bovina, fim do lombo; alcova, do mesmo idioma “al-quba”, cúpula, também do espanhol, usado como pequeno quarto de dormir, provém da cúpula arredondada; aldrava, de “al-draba”, peça de madeira, ferro ou bronze, em forma de argola, usado na fechadura. É a batida de porta; algoz, que vem de  “al-goz” mesmo, mantém o sentido de executor, provindo da tribo que fornecia mão-de-obra para execuções.

Almanaque, de “al-munaki”, lugar onde os nômades mandavam ajoelhar os camelos, enquanto isso os árabes trocavam informações, conhecimentos, donde surgiu então o almanaque, como livro de fatos e pequenas notícias, calendário; alquimia, de “ al-qumeia”, pedra filosofal,  como a arte de decompor a química e alvará, de “albarat”, licença para uma atividade, mas para nós é a liberação de prisão ou de valores nos tribunais.

E assim por diante se formou a nossa língua portuguesa, com certeza, agradecendo ao prof. Deonísio da Silva, pelo livro “De Onde vêm as Palavras” e ao próprio Dicionário Houaiss, que nos ofereceram a etimologia.

 

 

 

 

Palavras mal-usadas do português

Consultando alguns sites e outros acessos ao Youtub, verifico  que alguns deles comentam sobre a Língua Portuguesa. E num deles consta o uso errado ou indevido, mau emprego de algumas palavras portuguesas. Assim, vou praticar um texto com essas expressões, brincando com as frases para se tornar mais agradável o escrito.

Dessa maneira, não vou usar palavras supérfulas (supérfluas) para não estragar o texto. Nem usarei palavras madastras ou padastras (isto é, madastras ou padrastas) para não confundir o ledor (leitor).

De outra forma, não existe táubua de salvação( i.e. tábua) para justificar esses erros que são erros mesmos. Nem precisa usar bicarbonarto de sódio (bicarbonato) para desinfetar a situação.

Dependendo da metereologia (meteorologia), o tempo não ajudar para escrever bem. E não há perca (perda) de tempo em se buscar a origem de  certas expressões lusas ou lusitanas que diferem das brasileiras para acertar as ementas (emendas). Estas são correções; aquelas, judiciais.

Vamos, elegantemente,  nos enterter (entreter) nessa junção de termos esganadores (enganadores) para não cair no descrépito (descrédito) do pessoal.

E não adianta ganhar bilhões (biliões, êpa, ambas são corretas) nem milhões que esse negócio de escrever bem é dedicação e prática. Nem precisa morar numa solarengo para ser feliz, basta sua casa própia ( própria) em qualquer birosca e circunstância.

E para assinar nem é necessário usar rúbrica (rubrica) mas sim apenas uma assinatura usual e rápida.  Att. e Obrigado.

 

              

Palavras que mudaram o sentido

No decorrer dos anos e séculos, algumas palavras trocaram de sentido, de acordo com a etimologia e a própria evolução da língua portuguesa.

Temos, por exemplo, algumas delas: anedota, no sentido original do grego é algo não publicado; hoje, quer dizer uma pilhéria, ou piada.

Armário no sentido antigo é um local de depósito de armas, daí derivou para o móvel onde se guardam roupas ou mercadorias.

Assassino no sentido árabe antigo é um bebedor de axixe, na região xiíta, e agora se chama o próprio  matador.

Restaurante no tempo antigo era apenas um local que restaurava o ânimo, por exemplo, com uma sopa de carne e hoje se generalizou como comedor, local de refeições.

Já carregador era apenas quem carregava as malas, hoje pela informática e telefonia é o mantenedor da bateria dos aparelhos.

Por outro lado, preservativo era o que preservava, agora é usado como sinônimo de anticoncepcional.

Emboscada significava antigamente alguém se esconder no bosque, agora se usa para qualquer surpresa ou ataque de surpresa.

Célula até bem como tempo era somente uma pequena cela, hoje pela ciência é um conjunto de unidade microscópica estrutural e etc.

Formidável era algo terrível, forte, pavoroso; agora se pode dizer de algo maravilhoso.

E sofisticado então dizia apenas de alguma coisa iludida, falsa, agora se fala em algo destacado, fino.

Sabe de mais algumas palavras usadas impropriamente ou em outro sentido hoje em dia? Cite-as.

Percalço é hoje considerado prejuízo, porém no tempo de antanho percalço era o mesmo que lucro, ganho, reverteu portanto o sentido.

E piscina então era apenas um lago de peixes, em Roma, e quem  não gosta hoje de tomar um banho numa piscina?

 

 

Perguntas  historiográficas - I

Literatura era, antigamente, abstração?

A História é apropriação do real, da verdade e da justiça?

Tanto a História como a literatura são filhas da memória?

O antropocentrismo leva à passagem da criatura para o criador?

Você acredita que  a Literatura torna as pessoas melhores?

A História está mais longe da especulação filosófica do que da subjetivação  literária?

A História está subordinada à criação dos estados nacionais?

Precisamos ter mais uma visão holística do conhecimento?

A História pode ser considerada uma ciência ao mesmo tempo objetiva e artística?

A crítica literária sempre teve dependência dos estudos filosóficos?

Você sabe o que é debate epifenomênico?

Literatura é sinônimo de erudição?

A ausência é também História?

E a História de quem não venceu ou não triunfou já lhe contaram?

Você conhece as novelas os Cachorros do Paraíso e o Mar de Lentilhas?

A metaficção historiográfica tem ligação com o presente?

O passado recente não é passado, é presente?

Você sabe a diferença entre intelectual orgânico e comprometido?

 Você considera que o lugar no intelectual é na Wikipédia ou na Enciclopédia?

O escritor e político argentino Sarmiento acessou o poder pelas letras maiúsculas?

Você estuda ou estudou História num livro ”engessado”?

Tal como no conto oral, você é meu amigo ou é amigo da onça?

Leia mais e responda se for capaz, capaz!

Perguntas histórico-literárias

Você entende o efeito de real de Roland Barth?

Na diversidade da linguagem  do passado, qual a diferença entre romance e epopeia?

A epopeia atende a uma ideologia e o romance  se contrapõe à ideologia dominante das estruturas sociais?

O historiador pode ser um bom romancista?

Você sabe o que é sintagma narrativo?

A máquina da guerra do sentido está sempre armada?

O que significa em latim historia “rerum gestarum” (acontecimentos) em oposição a historia “res gestae”?

Você sabe que desde a Antiguidade o real (não o dinheiro) está ao lado da História?

Há ruptura entre a verossimilhança antiga e o realismo moderno?

Qual a cidadania estética do romance  histórico?

O romance histórico tem quem repetir o tempo presente?

Existe é a verdade, histórica  ou não, na abordagem de um romance?

Qual a diferença entre romance histórico e romance de temática histórica?

E qual a diferença entre romance histórico e romance não ficcional?

Você sabia que a Proclamação da República não mudou a função das elites que comandam o Brasil até hoje?

Machado de Assis e Eça de Queiroz eram amigos?

Você sabe a diferença entre notação, denotação e anotação?

Você sabe qual é a ideologia de nosso tempo atual?

 

 

 

Conceitos  e indagações históricas

Toda a narrativa ocidental tem pormenores iniciais, ao lado da descrição real.

Toda tentativa de criar uma realidade é um discurso do discurso.

A suavidade da morte que bate à nossa porta é uma unidade indivisível.

São as regras genéricas que fazem a lei.

Os realistas têm uma referência obsessiva ao concreto.

O determinismo sempre justifica o comportamento do personagem.

A palavra não pode se desviar da ideologia.

O romance não comporta heróis, porém pode valer-se eventualmente de procedimentos épicos.

A  narrativa não ficcional teve foros de cidadania estética, entre altos e baixos.

A metaficcção é autorreflexão, apropriando-se de acontecimentos e procedimentos históricos.

A literatura histórica não comporta a crônica pura e simples dos fatos?

O texto ficcional é mais degustável e mais completo que o texto histórico?

O personagem Santiago de Machado de Assis não foi identificado como o Otelo, de Shakspeaere?

A literatura histórica não aparece como um irrisório e magnífico teatro de ilusão?

Os prêmios Nobel de Literatura que o Brasil não teve são o que afastam os brasileiros dos estudos de literatura latino-americana, em comparação como o resto da América de língua espanhola que já tem vários prêmios.?

 O bom romance resulta  da compreensão do relacionamento entre o passado histórico e o tempo presente? M.W.

O passatempo no tempo passado é uma teorização de metaficção historiográfica?

Enfim, qual é a relação entre Literatura e História?

 

 

 

Pessoas que gostam de afrontar o perigo

Admiro as pessoas que se jogam em aventuras em busca da chamada adrenalina. Cito especialmente alguns casos de criaturas que não temem o perigo e praticam ou realizam atos temerosos e excitantes, não só nos esportes.

Por exemplo, atirar-se de um penhasco em busca da água lá embaixo, sempre traz perigo. Para mim, até se lançar de um trampolim a uma piscina lá em baixo é um sufoco.

Jogar-se num decrescente escorregador, gangorra ou tobogã é esporte perigoso, que já fiz uns atrás e hoje não faço mais.

Está certo que não tenho medo de alturas/aventuras, tanto assim que um dia passei de um apartamento a outro por uma área de serviço, mas aí foi a necessidade de abrir a porta de um imóvel que me fez aventurar.

Apenas, quando criança, descia uma ladeira, agarrado numa folha de coqueiro, porém isso é de leve.

Poderia enumerar outros jogos, esportes ou aventuras praticadas por pessoas destemidas ou sem nexo ou noção, como se fala, mas deixo a cada uma analisar as suas possibilidades.

Quanto mais andar ou experimentar as alturas ou as emoções de uma roda gigante, especialmente aquelas que caem abruptamente ou deixam vocês nas alturas, representa enfrentamento do perigo.

Eu, quando subi ou desci as escadas internas da Torre de Pisa, na Itália, já tive receio, imaginem participar dessas grotescas aventuras sem pestanejar ou apertar o coração.

Então, vamos nos aventurar/jogar em esportes de adrenalina? Ou ficamos assim como assim da mesma maneira: você de lá e eu de cá...e ribeirão passa no meio.

 

 

 

Por causa de um dia...

Este fato conto porque o passei numa audiência com uma cliente, que me pediu para fazer uma audiência tendo em vista que a sua advogada fora dispensada no processo e então lá fui eu, lépido e faceiro, na Justiça do Trabalho, realizar dita audiência.

Em chegando na sala da Meritíssima, logo foram me dizendo que a juíza ia arquivar o processo, então me propuseram um acordo mínimo, nem vou dizer o valor para não desanimar. Com a alegação seguinte: que a procuradora anterior, não se dando conta, tinha ajuizado a ação um dia depois de passados os dois anos de demissão da cliente, sendo, portanto, passível de decretação de prescrição com as consequências jurídicas e trabalhistas.

Na explicação, feita pelo representante ou vogal dos trabalhadores, foi dito que havia discordância de um dia nos documentos apresentados: na Carteira do Trabalho constava uma data, por exemplo, dia 6, e no documento de rescisão ou demissão estava registrado o  dia 7, portanto um dia depois, por isso não haveria apelação.

Em vista disso, e que havia um dia a mais do que dois anos, de demora para adentrar à justiça, a digna julgadora iria aplicar a prescrição, arquivando o processo.

Não querendo prolongar a discussão, para se saber qual documento teria mais valor, até que se poderia adotar uma tese jurídica  para provar o contrário, a validade da entrada em juízo dentro do prazo, resolvemos aceitar o acordo ainda que meio em desacordo com a cliente. Porém, fora ultrapassado um dia para utilização do direito de reivindicar.

Prova de que um dia é importante na vida, num documento, mas especialmente numa demanda trabalhista na rescisão contratual. Assim, como uma vírgula e um e  são decisivos, às vezes, em qualquer decisão judicial e mesmo no dia a dia.     

Cuidado, em consequência, com as sutilizas da gramática, caros fiéis leitores.  Aqui, das leis de prescrições...                

 

 

 

 

Porque a soja é a soja

Em meados da década de 70, a produção de soja no Rio Grande do Sul,  e em consequência no Brasil, começou a ser incentivada e foi aumentando anualmente até chegar hoje a 100 milhões de toneladas. Originária da China, essa leguminosa passou a ser um complemento às lavouras do Brasil concorrendo com o trigo, havendo campanhas do Governo do Estado para aumentar  a produção, lembro de um para dois milhões de toneladas, até 5 milhões,  e assim por diante, hoje deve estar muito além disso, em 16 milhões de ton.

Como uma cultura nova a imprensa começou a registrar a palavra como o soja, alguns diziam a soja. Então, para encontrar uma solução, resolvi fazer uma pesquisa técnica e bibliográfica sobre essa planta. Fiz um extenso trabalho, que depois foi publicado pela imprensa quando então se chegou à conclusão de que a palavra correta é feminina, hoje até registrada nos dicionários, como a soja. O soja é igualmente um produto agrícola, o feijão-soja, rasteiro diferente dessa oleaginosa que hoje toma conta de muitas lavouras brasileiras.

A propósito, depois disso, da publicação do meu artigo e da pesquisa, a palavra se tornou feminina e hoje todo mundo chama soja e a soja, com raras exceções.

Assim como elaborei outra pesquisa na mesma época sobre  a origem das exposições agropecuárias no Rio Grande do Sul, às vésperas da primeira exposição internacional de animais (EXPOINTER), em Esteio, que hoje já está consagrada, em sua trigésima edição, se realiza anualmente no RS. Sobre essa exposição também teria muitas histórias para contar pois participei desde a sua primeira mostra, até minha aposentadoria no serviço público. Hoje, registro a alegria e a satisfação de ter contribuído para a fixação da palavra soja, como a leguminosa que tanta riqueza tem trazido ao País, especialmente pela sua exportação.

 

Principais sobrenomes portugueses e italianos

De tanto ouvir e falar nomes e sobrenomes portugueses ou brasileiros e italianos,  sempre tive a curiosidade de saber quais os mais usados em nossa comunidade. E achei um site que o fez por mim, destacando os seguintes brasileiros, ou melhor, portugueses: Silva, quem não conhece um nada sabe de brasilidade; Santos é outro muito usado inclusive o  Santi de meu avô materno foi transformado em; Oliveira lembra uma planta; Souza pra cá, Souza pra lá é muito utilizado; Pereira então nem se fala, lembrando da fruta; Ferreira, que não é ferreiro; Costa, de costas ou sem costas é muito registrado; Rodrigues, quem não conhece um?; Almeida tem pra todo lado; Nascimento mas não morte é muito citado; Alves,  que vem certamente de alvo; Carvalho que lembra  a planta; Araujo e Ribeiro, igualmente bem descritos.

Na parte dos italianos, registrei os mais citados: Rossi, e aí vem Rosso e até meu De Rosso; Bernardi, de Bernardos da vida; De Luca ou disso e daquilo; Lombardi tem muita gente; Fontana conheço alguns; Ferrari, famosíssimos; Esposito até que é pouco citado; Brindisi e Roman dois muitos comuns, das respectivas cidades italianas; Ricci ou Risi certamente conhecidos; Lancelotti, pouco lembrado; Savoia,  de muitas gerações; Gonzaga, até pensei que era português; Covatti e assim por diante, vivam os gringos.

Quem quiser citar outras raças e famílias esteja à voante. Aqui não se usa preconceito nem distinção de classes, sobrenomes ou religiões. E até breve.

 

Provérbios portugueses - I

No meu livro Palavras de Urdidura (1997) escrevi várias crônicas sobre adágios portugueses e açorianos, que, afinal, são nossos também. Agora, compulsando um dicionário de provérbios portugueses, anotei alguns que não conhecia para informação a meus poucos e prezados leitores.  Provérbios são anexins, máximas, axiomas, apotegmas, parêmias, apodos, ditados, refrões, brocardos, gnomas, escólios, pensatas, enfim. Vamos lá, pois, pois aos prolóquios.com algumas explicações ou dúvidas entre parênteses...

Com a letra A, temos os seguintes: A chuva não quebra osso (quebra o que mesmo?). A culpa ficou solteira (entenderam?). Amanhã também é dia (certo, hoje, amanhã e sempre). A mulher e a sardinha mais pequeninha (qual a relação?). Antes desejado do que aborrecido. A rico não devas, a pobre não prometas (isso é vero).  As ações ficam com quem as pratica. As cadelas apressadas têm os cachorros tortos (ou cachorrinhos). Até o lavar dos cestos é vindima. A terceira é de voz. Atrás do tempo, tempo vem.

No B e adiante, temos: Barriga cheia, pé dormente (que relação tem um com outro?). Boca calada faz boa sopa. Cá e lá más fadas há.  Candeia (mesmo que vela) que vai adiante é que ilumina. Casamento e mortalha no céu se talha. Com papas e bolos se enganam os tolos. Depois de eu comer não faltam colheres. Depressa e bem não faz mal a ninguém. Dinheiro não deita cheiro. Dia de favor, véspera de ingratidão. Do pão de nosso compadre, grande fatia ao afilhado.

Outros mais: Esta vida são dois dias (quer quer dizer mesmo?). Gaivota em terra, sinal de mau tempo. Gordura é formosura (só antigamente). Há casos que podem mais que as leis. Homem na praça, mulher em casa (o velho machismo). Migalha também é pão. Muita parra (igual a parreira) pouca uva. Mulher honrada não tem ouvidos (tem o que mesmo?). Não diga bota para perdigota (o que é isso, filhote de perdiz?. Não há bela sem senão nem feia sem sua graça. Não há duas sem três (que conta mal feita). Nem o pai morra nem a gente almoça é muito fatídico).

E assim por diante.

 

 

Provérbios portugueses – II

Continuando em nossas apreciações sobre adágios de Portugal, uso o Dicionário Prático de Provérbios, de Gabriela e Mattias Funk (edição Cosmos, 2008, 548 páginas) para citar esses outros provérbios lusitanos, que se aproximam ou se assemelham aos nossos  ou não os conheço. Ressalvadas as devidas imbricações (superposições) e com algumas explicações entre parênteses:

O diabo nem sempre está atrás da porta (onde estará, então?). O medo é que guarda a vinha (mesmo que videira). O ótimo do inimigo é bom (será mesmo?). Os trabalhos nascem debaixo dos pés (onde mais poderiam nascer?). Patrão fora dia santo na loja. Pobrete mas alegrete (não é a nossa cidade fronteiriça). Por bem fazer, mal haver. Quando não há até o rei perde (não há o quê?) Quando se fala na albarda (a sela das bestas) aparece logo o burro (aparecem as orelhas, o burro aparece, esse é o nosso).

Quem come e guarda duas vezes põe a mesa (é a poupança do pobre?). Quem dá o mogango (o mesmo que abóbora-moranga) não se empacha (sobrecarrega, enche, não se empanturra) nas pevides (sementes da abóbora). Quem diz a verdade, não janta cá hoje (ou não merece castigo?). Quem faz o que pode o mais não é obrigado. Quem joga cartas não vigia patas. Quem não pode, arreia. Quem não sabe é como que não vê. Quem se sente não é filho da gente. Quem não te conhece que te compre. Quem nem rouba nem herda, não tem senão merda (com perdão do palavrão).

 Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte. Quem quer ir à festa tem que suar pela testa. Quem serra debaixo cai-lhe farelo nos olhos. Quem tem unhas é que toca a viola. Quem trabalha na baleia, come torresmos à ceia (ou será na boleia?). Roma e Pavia não se fizeram num dia (é para colocar a cidade portuguesa na frase). Sol na eira (nem eira nem beira), chuva no nabal (de nabos). Um burro carregado de livros é doutor (mas burro não é burro mesmo?). Uns comem os figos, a outros lhe rebenta-lhe a boca. Velhos são os trapos. Vozes do burro não chegam aos céus.

Quem tiver mais que me escreva ou, melhor, emailize.

 

 

Quem foi Artur Arão?

Tenho comigo quatro livros singulares: a coleção da vida e trajetória de Artur Arão, escrita por Ludovico Meneghello e editada pela Sulina, há algumas décadas. Trata-se da agitada existência de Artur Alberto de Mello, que foi cognominado simplesmente por Artur Arão, nasceu nas Missões (Giruá) e começou uma saga para vingar a morte de seu pai, Pedro, Líder político gaúcho e foi biografado com os seguintes volumes: Eu sou Artur Arão,  Artur Arão, o Vingador, Artur Arão na Guerra do Chaco e a Volta de Artur Arão, publicados pela editora Sulina.

Guardo esses quatro exemplares (que posso vender, se houver uma oferta boa) que contam a vida desse herói rio-grandense, iniciando sua aventura  nômade, perseguindo e matando os assassinos de seu pai, policiais militares, um a um,  em longas e insistentes jornadas, isso na década de 30.

Como tive contato com essas obras? Por dois motivos: conheci o Meneghello, quando trabalhei na Corsan e ele foi chefe de Unidade em Nova Prata ou Veranópolis. E também tive contatos com o orientador e prefaciador dos livros, Luiz Carlos  Barbosa Lessa, que, igualmente, foi assessor na empresa estadual.

Através de demoradas campereadas ou cavalgadas, Artur efetuou notívagas tocaias, foi eliminando todos os que facilitaram  a morte de seu pai, com lances aventureiros e de dramaticidade.

E como Meneghello conheceu Arão? Ludovico era soldado na região missioneira, mais precisamente em Santo Ângelo  e, por causa de uma indisciplina, foi mandado para a prisão e Artur Arão, que ali fora aprisionado, permitiu que os dois passassem longo tempo junto e, desse modo,  Meneghello começou a conversar a anotar o papo com o dito vingador.

No quarto livro, “A Volta”, é descrito o retorno de Artur Arão e sua tragédia, numa carreirada, onde o gaúcho valente foi morto por um deficiente físico, fato surpreendente. Porém, ficou registrada na história e na memória a lenda desse gaúcho em toda a região nordeste do Rio Grande do Sul.

Soube que iriam fazer um filme sobre essa epopeia, parece que devido a direitos autorais da família de Meneghello, o fato não se realizou. Alguém poderia falar sobre isso?

E, para você, na leitura dessa história, Artur Arão seria herói ou bandido?

 

 

Quem foi Simon Bolívar

Nós estudamos na história latino-americana que Simon Bolívar foi o libertador de vários países da América, das colônias espanholas, mas pouco sabemos ou sabíamos de sua vida. Pois agora com a Netflix, acabo de assistir ao seriado com 60 partes sobre a vida do famoso Libertador.

Ele, que se chamava Simon José Antônio de La Santíssima Trindad Bolívar Palacyos Ponte-Andrade y Blanco, nasceu em 1783, na Venezuela, de família abastada. Foi mandado para a Espanha jovem, onde conviveu com a civilização europeia e se casou com uma espanhola retornando à Venezuela, em 1806 e aí começou a guerrear para trazer liberdade aos países da  América do Sul, contra os realistas espanhóis.

Sempre desejando dar liberdade aos países de dominação espanhola, primeiro foi a Granada ou Gran Colômbia, depois foi a lutar no Peru, na Bolívia, Venezuela, até no Panamá, declarando a independência de algumas delas.

Foi nomeado presidente da Colômbia de 1810 a 1830, exercendo o cargo, até sua morte, porém era considerado presidente em outros países, onde tentou impor a constituição bolivariana. Foi até considerado como ditador, ele que queria a liberdade do jugo espanhol e aplicação da constituição.

 Depois de sufocar uma rebelião e ter encontrado outro amor de sua vida Manuela Saenz, com ela conviveu até o fim de sua breve, porém agitada existência, quando, depois de sofrer um atentado e já  doente, cedeu seu lugar ao general  Sucre e com 48 anos morreu de tuberculose, quando renunciou ao governo e ia descansar na Venezuela. Porém não podendo entrar em sua terra, resolveu então ir a Europa, mas teve seu caminho cortado pela doença e desgosto, desprezado, pobre, pois gastou toda sua fortuna nas guerras e não ficou nem com seus bens naturais venezuelanos que foram confiscados por Paez. Herói de muitas pátrias, terminou seus dias abandonado pelos seus antigos companheiros e quase só, sendo reconhecido como o Libertador das Américas pelo mundo inteiro.

 

 

Questionamentos históricos

Você sabe a diferença entre história total e história estrutural?

A base filosófica de uma história é o relativismo cultural?

O que é considerado imutável pode ser uma construção social?

O que seria o lirismo absoluto?

A mente não reflete a validade?

Qual a diferença da história vista de cima pela vista de baixo?

O fotógrafo não apresenta reflexão da realidade, mas a representação dessa realidade?

Essa realidade é um constructo?

Há oposição entre os acontecimentos e as estruturas históricas?

a história total é possível ou será fragmentada?

O que é unidade textual e duplo discurso?

Foi mesmo Aristóteles quem disse que o historiador só pode falar do que aconteceu e o poeta do que poderia acontecer?

A história da ficção é a ficção da história, Jose Saramago?

O que é relação da intertextualidade?

O que é vestígio textualizado do passado?

A história nova vai substituir a história tradicional?

Quem são os assassinos da memória?

 

 

 

“Reco”por um dia

Para quem não sabe e não é do tempo antigo, “reco”´é o mesmo que soldado raso, a base da carreira militar, o militar recém-incorporado. Porém temos outros denominativos, tal como recruta, meganha, galucho, bisonho e tantos outros. Por este motivo, esta crônica vai contar a minha vida como militar ou um dia na caserna.

Estando na época de me alistar para o serviço militar obrigatório, como cidadão brasileiro, o fiz em Santa Maria,  RS, pois estudava em Vale Vêneto, ali perto e, portanto, subordinado militarmente à Guarnição da cidade universitária.

No entanto, quando chegou o tempo de cumprir o serviço militar, estava estudando em Ijuí, então fui ao quartel da cidade para me apresentar a fim de cumprir o tempo de serviço à pátria. Eu achava que, em me incorporando ao exército, teria facilidade de trabalhar em serviço executivo e poderia sair melhor preparado para a vida, especialmente para um bom emprego, dado meu desempenho intelectual. Porém, principalmente, eu pretendia melhorar meu aspecto/desempenho físico, pois era magro, fraco e desengonçado, embora com boa saúde.

Chegando o dia da apresentação, lá fui ao quartel e já me designaram a companhia que iria servir, e era para voltar no dia seguinte para assumir o posto de soldado raso, ou “reco”, como dizem no sul. Não me lembro se cortaram meu cabelo “à escovinha” como era  comum à época.

Em chegando o outro dia,  nos colocaram na fila já para a distribuição das tarefas e dos grupos e, supreendentemente, o comando informou que aqueles que tivessem estudando no segundo grau (e eu estava no primeiro ano comercial) trouxesse uma comprovação da frequência às aulas. Dito e efeito, pensando que era para melhorar a presença nas tropas, fiz o atestado, visto que eu mesmo trabalhava na secretaria da escola e apresentei o documento às autoridades.

Qual não foi a minha surpresa, no outro dia, quando nos informaram que, devido a excesso de contingente, como se diz, quem estudava, segundo uma nova disposição do Exército, não precisava servir o exército, provando que estava estudando.

Surpresa ou não, fui dispensado e me considero militar por um dia, me perguntando se seria melhor não ter levado o atestado, talvez eu tivesse seguido a carreira militar; bom ou ruim, só o tempo diria...

 

 

Loucuras de Reis e Rainhas de Portugal

Do livro Vida Louca de Reis e Rainhas de Portugal, de Orlando

Leite, Raquel Oliveira e Sonia Trigueiro, retirei algumas façanhas

das realezas portuguesas que passo a relatar. O primeiro deles é

D Afonso Henriques, que foi o consolidador do país luso de 1185

e que teve vários amantes e filhos bastardos como era com um à

época entre os castelos.

Mas vou me fixar em D Pedro I, não o do Brasil, que é o mesmo

Pedro IV, que foi ele depois em Portugal, e Inês de Castro, e

sobre o que sabemos sobre esse fato histórico. Sim, que esse rei

que viveu 47anos, de 1320 a 1367, governando apenas 10 anos,

assumiu publicamente seu amor por Inês de Castro, que depois

foi assassinada, teve outra peculiaridade, como de proibir os

advogados em seu reino exercerem a profissão.

Isso posto, resolveu ele proibir os seus trabalhos, ainda mais que

eram pessoas sem faculdade, que depois foram frequentando, e

eram chamados de vozeiros, pois defendiam os outros, com

suas vozes, esse rei proibiu a profissão e seus defensores,

porque, segundo ele, os ditos advogados prolongavam os feitos

com malícias e demandas exageradas. Mera coincidência...

Mas a história conta que ele perseguiu os matadores de sua

amada Inês, e os assassinou publicamente, tirando-lhes seus

corações. E outras tantas maldades fez com seus inimigos,

casando-se depois mais uma vez e continuando a história dos

reis e rainhas de Portugal.

E existem muitas outras histórias relatadas nesse livro

engraçadas, violentas, escabrosas mas, sobretudo, românticas.

 

 

Revisitando a Guerra do Paraguai

A gente estudou na História Geral e está escrito nos livros que a Guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1864 e 1870 foi promovida porque o ditador Solano Lopez, queria conquistar novas terras e ter uma saída para o mar (Atlântico). E foi formada então a Tríplice Aliança, unindo Argentina, Brasil e  Uruguai, contra o pequeno país, que tinha à época cerca de 800 mil habitantes. O Paraguai, que tinha conseguido um notável desenvolvimento no governo de Francia, quando a família Lopez tomou o poder começou a derrocada.

Não precisa dizer que o vizinho país paraguaio foi derrotado, embora tivesse obtido algumas vitórias em pequenas batalhas, porém Argentina e Uruguai saíram do conflito, quando seus interesses foram satisfeitos, sobrando para o Brasil concluir a operação.

Assim, depois de algumas batalhas famosas como a do Riachuelo, Tuiuti, Humaitá, Itororó, Avaí, Angostura e Lomas Valentina,  chegou o exército brasileiro, comandado pelo Duque de Caxias,  até assunção, obrigando  Francisco Solano Lopez a fugir para o norte, defendo-se dos soldados brasileiros. Então, em 1870, no Cerro Corá quando houve uma batalha final, com a defesa paraguaia sendo feita pelos soldados mulheres e até crianças de 15 anos, o então considerado ditador foi morto, com várias enredos mostrados pelo vencedor, o Brasil. E isso não me informaram nem os livros registram, só o Google hoje assinala...

Mas o que poucos sabem, ou  ninguém disse, é que mais de 500 mil soldados ou habitantes do Paraguai foram mortos, portando mais de 60 por cento da população, restando só mulheres e crianças e alguns velhos soldados para  a defesa final de Lopez. Quando foram praticadas verdadeiras barbaridades.

Então, as tropas do conde d’Eu e outros militares brasileiros terminaram o serviço matando o criador da guerra, praticamente exterminando a população paraguaia, que não conseguiu se recuperar até hoje.

E sabia que só no tempo de Getúlio Vargas foi perdoada a dívida que o Paraguai assumiu com o Brasil pela derrota e que agora, com a Itaipu, começou uma nova era de cooperação e esquecimento entre os dois países?

A construção da ponte na década de 60, entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, já agilizou o fato, que vai ser repetido e ampliado com a construção da segunda ponte, entre Brasil e Paraguai?

É este o lado da verdadeira história?

                         

 

Rio Apa e Ducatti, dois personagens

Estava mexendo em minhas coisas quando me vieram à mente dois nomes: W.Rio Apa, que na realidade foi Wilson Galvão Rio Apa, poeta, jornalista e literato paranaense e Carlos Ducatti, esse cruzaltense, que se intitulou oriundo do planeta Orion e foi personagem em Porto Alegre,  destacado em livro por J.L. Previdi.

Tive o prazer de conhecer os dois, e vou falar deles neste texto. W Apa conheci em Pinheira, SC, onde ele se homiziou já vetusto, de barbas brancas, um ermitão,  na década de 1990 e  tivemos longos papos poéticos e literários, trocamos livros, até escrevi algo a seu respeito,  e reli sua história hoje, ele que foi parente de ministros de Estado. Viajou dois anos em navio, foi jornalista,  formou-se em direito, mas viveu até os 91 anos em Santa Catarina, onde deixou longa folha de livros  publicados, até foi homenageado pelo escritor Cristóvão Tezza, que conviveu com ele na década de 70.

Já Carlos Ducatti, depois Karlos Duat, conheci em Porto Alegre, nos encontros do Instituto Cultural Português, ele que lançou dois livros à  época, “Vibrações Poéticas” e  “Estudos e Comentários”, era parapsicólogo, extraterrestre, criador do Clube Nova Era, cientista, tinha conceitos técnicos avançados sobre vários assuntos. Usava barba, era  magro, morava no Menino Deus e sempre estava em discussões paralelas. Tinha umas dicas sobre paradoxos, que apresentava e  a gente pouco entendia dos assuntos que ele tratava, pois afinal ele era de outro mundo e  deixou este, em 2016.

Vale uma investigação e exploração sobre os dois, visto que hoje tudo está na Internet.  Sugiro umas consultas especiais.

Dois personagens brasileiros, modernos, atuais, já falecidos, que folgo em ter conhecido e convivido com eles, pois deixaram lições de sabedoria e pesquisa, exemplo de intelectualidade e convivência para todos nós.

 

 

 

 

Sete palavras difíceis da Língua Portuguesa

Já falei e escrevi sobre vários assuntos, palavras, novas, portuguesas, algarvianas, galegas entre outras. Hoje, volto a me referir a algumas palavras da língua portuguesa consideradas  pouco usadas ou com significados difíceis ou complicados. Vamos lá: filáucia quer dizer amor a si, também pode ser sinônimo de  orgulho exagerado, amor próprio, presunção, bazófia, gabamento etc.

Odiento, pela própria origem da expressão, indica alguém cheio de ódio, de rancor. Já se falo em putrefato mostra o que é podre, que está em decomposição.

Por outro lado, quem não vive de quimera?  Que além de um ser mitológico que dizer  imaginação, fantasia, utopia. Muito usada pelos poetas, especialmente românticos, para rimar com primavera. De outra forma, beneplácito oriundo de bem, significa autorização ou consentimento.

Cunctatório, êta palavra difícil, acho que raramente utilizada nos leva ao que é  vagaroso, que delonga, que adia,  contemporizador

Desasnado indica quem é ducado, instruído, vem do verbo desasnar, o mesmo que  ensinar.

Portanto, bom proveito com essas expressões desasnadas e tudo o mais. Até outra breve intervenção perfunctória. Mas essa não vou definir, explicar, deixo para os leitores se virarem....através do calepino...tenho um artigo a respeito.

 

Sobre memórias

 

Deixando de lado os pesquisadores e estudiosos da memória, como Broca, Penfield, Lefrève, Sherington, Yates, até nosso Isquierdo (recentemente falecido), basta observar e viver para de se tirar conclusões sobre a memória e a falta dela. Definindo, então, a memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Também se conhece como o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas.

Posso acrescentar, ainda, os dois semestres de mestrado na UNILA sobre Memória, Esquecimento e História, feitos em 2019.

Sabemos que ela (a memória) se divide em principal, se básica e auxiliar, se complementar. Ou ainda de curta e longa duração, até alguém fala em média e de procedimentos, que não pode ser verbalizar. Existindo ainda outras variações, que não cabe aqui analisar e citar.

Contudo, basta se perguntar o que você fez dia 11 de setembro de 2011 ou o que comeu ontem de meio dia, para se distinguir entre memória curta e longa. É tradicional e sabido que, na maioria das vezes, lembramos mais do que passou, inclusive na nossa infância, do que de tempos atrás onde eu estava, por exemplo, dia 20 de dezembro de 2020. Em que ano foi realizada sua primeira formatura? E como se chamava seu bisavô?

Eu lembro seguido de um dia que atravessei o rio na colônia, de carroça, chovendo e o rio cheio. Mas não recordo o que vesti na noite de Natal de 1988, nem no ano passado. Assim, sucessivamente, se compararmos a antiga memória e a nova vamos ver as diferenças e arquivar ou esquecer as lembranças.

Você lembra onde estava em 22 de novembro de 1963? Ontem e anteontem onde você estava? O que você comeu no seu aniversário de 1999 e domingo retrasado qual foi o prato consumido? Você recorda o nome da sua primeira professora? E qual foi seu último amigo encontrado dias atrás? Quem é o presidente de Myamar, deposto esta semana? E quem vai ser o próximo responsável pela Copa do Mundo de 2022, no Qatar?

 Perguntas que têm respostas diferentes e improváveis, mas que determinam seu nível de guardar datas, fatos, pessoas e coisas, isto é, o poder de sua memória.

Portanto, vamos usar e consumir mais Ginko Biloba, vitamina 4K, Ômega 3, frutas e verduras para ampliar e manter a memória em dia. Vamos estimular o cérebro com pensamentos positivos para não sofrer de amnésia geral. O que eu falai mesmo, há pouco? Me desculpem, por favor...

 

 

 

Somos apenas números

Nasci em 6 de janeiro de 19..; meu registro civil é  número  1236574 ; minha identidade ´2 549149765; meu registro de alistamento ou dispensa do serviço militar é 132100; Meu CPF é 06507710004; meu registro de casamento é fenomenal: 078971255 20191120048292569; moro na rua tal número 996; meu CEP é 85853260; minha conta bancária principal é 0428 110 3505;  estudo desde 1950; meu diploma de Jornalismo está registrado  na Faculdade sob n.2604, folhas 90, em 2 de agosto de 1969 e no MEC sob nº 664, folhas 167, processo 16-69,em 2 de outubro de 1969;; e o de Direito sob n. 565, folhas 142, processo 8951, em 6 de abril de em 1976; em 2019 estou na Unila matriculado sob n. 2019101000014038; meu telefone celular  é 45 991255452; já escrevi 27 livros.

Mas não me sigam nem me tente enganar, pois troquei um ou dois números em cada documento. Você saberia onde?

E quais são os seus números?

 

 

Io sono in vacanza

De noite, quando sonhava, vi em minha frente um cartaz, ou papel, com a palavra “vacanza”. E vários significados que não consegui avistar, pois acordei.

Consultando um dicionário italiano, se verifica que “vacanza”, assim escrito, é o mesmo que feriado, e no plural “vacanze”, igual a férias.

Nem vou discutir a origem da palavra, que é latina de “vacuus”, espaço vazio, porém em português “vacância” é a condição ou estado do que uma coisa ou espaço /tempo não está ocupado, preenchido. Vacância de um cargo é o espaço de tempo em que este cargo não é preenchido.

De outra forma, no direito, existe a herança vacante ou jacente, que é aquela não reclamada pelos herdeiros dentro do prazo legal, após as diligências legais, vindo de vagar, que pode até significar estar em férias, isto é, ficar em  vazio, vago, sem ocupação, no sentido de trabalho. Vamos lá, pois, aprender e entender a origem das palavras, todas providas da raiz “vacuus”, vazio. E vagância pode ser entendida igualmente como desocupação, vadiagem, mas aí é demais.

Já em terminologia jurídica existe outra expressão clássica chamada de ”vacância da lei”, que é o espaço entre a publicação e a vigência de uma lei, para conhecimento e assimilação de seu conteúdo e finalidade, quando existe o vácuo legal. Vem do latim “vacatio legis”, que tem, logicamente, o mesmo sentido.

Existem, ainda, em português as palavras vacatura (que não tem nada a ver com vaca), vagância e vagatura, todas com o mesmo significado.

E, como disse no título, estou em férias carnavalescas por uns dias. Até breve.

 

 

 

Sou o que sou: mais água e química

Você sabia que nosso corpo humano tem 60 por cento de água e os seguintes minerais:  temos 65% de oxigênio, o elemento químico  de número atômico 8, gasoso, incolor, inodoro, insípido mas indispensável à vida humana; de carbono temos 18,5 %.,  que é  elemento n. 6, cristalino, capaz de  formar cadeias de átomos;  9,5% de hidrogênio, o primeiro elemento químico incolor e que participa de uma série de elementos; mais  3.3% de nitrogênio, o elemento n 7, que participa de outros elementos e assim por diante? Se der mais de 100% o erro não é meu.

Em menor percentagem, o corpo humano registra: 1,5% de cálcio; 1% de fósforo (não o que acende fogo); potássio, com 04%; enxofre com 0,35%, e que era utilizado até para colorir cabelo na Idade Média; cloro, em 0,2%; sódio, em 02% e magnésio, em 01 por cento. Alguém me contestou com relação aos cem por cento, mas temos que reclamar a quem postou sobre as percentagens.

Ainda se compõe mais de iodo, ferro (que eu tenho em demasia), zinco, entre outros elementos. E que a gente tem que repor, às vezes.

Diante de tudo isso, que somos nós? Apenas elementos químicos agregados, que a terra vai comer, como se diz.

Portanto, muito cuidado com nossas opiniões, ações e comportamentos.

O que vale é a alma, o espírito, a essência universal e imortal. O resto, como se viu, não passa de elementos químicos descartáveis da natureza.

 

 

 

Sou um escritor plumitivo?

Estava eu pesquisando uns dicionários onde mais dicionários existem (Holociclo), quando me deparei com essa palavra: plumitivo. Não é primitivo. Já se aguçou a minha curiosidade e saí a investigar o que significa o termo.

Fui lá nos antigos léxicos portugueses e veja o que achei: O Dicionário de Simões da Fonseca diz que plumitivo é o escritor ou jornalista, que vive da pena. Já me agradou. Porém outro dicionário português define que plumitivo é o escritor ou jornalista sem mérito. Vem de plumeter, tomar notas, mais de pluma, pena de escrever. E tem mais essas expressões: plumoso, plumão e plumagem. Até aí as coisas começaram a se complicar.

Vi no Aurélio e ele define plumitivo como depreciativo de jornalista; escritor, plumista, que usa a pena. Menos mal, porém ficou meio chato ou cabreiro.

Já no Vocabulário ortográfico português de data antiga está registrado que plumitivo é o escritor público, notário, ou escritor incipiente. Igualmente não gostei.

Fui no Sacconi, que é um dicionário mais recente, e ele consigna como plumitivo o pejorativo de jornalista ou escritor ordinário. E destaca que o termo é anglicismo de plumitif,

acrescentando que o plumitivo não é um profissional medíocre, ao contrário é apenas um ignaro, formado por uma dessas escolas de jornalês que proliferam por aí. Então pedi para me incluir fora dessa, como se diz.

E vou parar por aí para não aprofundar o assunto e ficar mais confuso, permanecendo ainda com a expressão de que sou sim um jornalista ou escritor primitivo, plumitivo, com perdão da palavra mal acabada ou pesquisada do nosso distinto dicionário etimológico luso-brasileiro.

Com plumitivas sudações...

Trava-língua e aliteração

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Quem nunca se deparou com essa frase ou foi provocado (a) alguma vez para pronunciar essa expressão ao tempo de criança, sem errar? Quem nunca foi desafiado (a) a torcer a língua com uma expressão difícil?

Pois saiba que isso se chama trava-língua, que é uma espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente, como: gato escondido com rabo de fora tá mais escondido que rabo escondido com gato de fora. Ou se a liga me ligasse, eu ligava a liga, mas como a liga não me liga eu não ligo a liga.

E ainda mais: olha o sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro; o sapo batendo papo e o papo soltando o vento. Ou esta:  O que é que Cacá quer? Cacá quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer qualquer caqui.

Já a aliteração é um apoio rítmico de repetição de fonemas em palavras opostas simetricamente, em sons de consoantes semelhantes, segundo o livro de Roseanah França, “Práticas da boa escrita”, Scriptoria, 2020, p. 73.

Exemplos clássicos: o rato roeu a roupa do rei de Roma; três pratos de trigo para três tigres; belos beiços bebendo em beijos breves. E o doce perguntou pro doce... Sabia que o sabiá...Pinga a pia, pia o pinto etc.

Mais ou menos se comparam essas duas figuras de linguagem, ou melhor dizendo, ambas são recursos para ampliar o significado de um texto literário ou de uma frase, oferecendo maior expressividade, sonoridade e musicalidade. E, na melhor das hipóteses, servem para melhorar a pronunciação das palavras, num treino vocabular simpático, agradável, divertido.

No entanto, a mais complexa e complicada expressão desse gênero é a do “mafagafos”(no sentido de abrigo de malandros ou animal), exposta acima¸ em toda sua extensão e particularidades, que muito travou muito a língua de nossa infância. Bom divertimento.

 

 

Tudo por causa de um diário

Vocês querem saber por que eu fui aconselhado a sair do seminário, quando tinha 17 anos? Pois bem, a história foi assim, pode-se dizer, tudo por causa de um diário.

Corria o ano de 1961, quando houve a tal legalidade no Rio Grande do Sul, em que Leonel Brizola se colocou a favor da assunção de João Goulart na presidência da República contra os militares que não aceitavam a sua posse querendo impor um outro vice ou um membro do Exército para exercer o Poder.

Estudantes de um seminário, no Interior do RS, nós fomos enviados, de madrugada, para nossas casas, pois se temia que, se o comunismo vencesse, nós seríamos os primeiros a sofrer as consequências: presos ou mortos.

Quando acabou a dita Legalidade, nós pudemos voltar ao colégio, aí algo aconteceu. Eu fui chamado e aconselhado a ir embora, deixar o seminário, por causa de um diário, sim, durante a minha ausência alguém me dedou e recolheram um pequeno diário que eu conservava escondido e no meio da minha papelada escolar…

Não tive dúvidas, aceitei a decisão e tive que me retirar daquele colégio, ficando uma noite isolado, num quarto, até me colocarem no ônibus que me traria de volta a casa. Resultado: não tinha a vocação necessária para ser padre.

E o que continha esse diário? Apenas poesias românticas e de revolta e versos especiais próprios de um jovem, recém-saído da adolescência. Questionando algumas coisas do mundo  ou da própria existência.

Foi boa essa retirada? Claro, se não acontecesse tal fato,  eu não estaria aqui contando essa estória privilegiada  para vocês. Bom proveito, sortudos. 

 

 

Um casal bibliófilo

Conheci o português António Filipe Sampaio Soares e a brasileira Santa Inèze Domingues da Rocha, quando, na década de oitenta, trabalhei com eles na produção de jornais e livros, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ele, natural de Esposende, Portugal, escritor e psicanalista, viveu na África, foi professor convidado da PUC-RS e depois em Campina Grande, PB, é autor de vários livros de poesia, contos, crônicas e análise literária. Ela, natural de Quaraí, RS, licenciada e mestre em Letras, exerceu atividade na Secretaria de Educação do RS, mas sempre se interessou por literatura e livros e com Antonio fundaram a criaram tanto o Instituto Cultural Português como a Editora Caravela, a ponto de eles unirem bens e valores pessoais, transformando suas residências em estantes de livros e movimentada redação de jornais.

Acompanhei-os atuando junto com eles no jornal Cidade Baixa, Editora Caravela, e suplementos alternativos como Jornal Açoriano e Caravela, e tantas outras atividades literossociais. Não vou falar de suas obras pois ambos têm produção literária vasta e de diversas categorias. Mas vou me fixar em duas produções, ou três, ou seja, a Editora Caravela, da qual até fui sócio minoritário uma época, e que já editou inúmeros autores do RS, e sempre traz antologias ou coletâneas novas de poetas e escritores gaúchos, colocando-os em destaque e publicando seus inéditos trabalhos. Outra grande obra do casal é o Jornal RS Letras, um dos únicos periódicos remanescentes e teimosamente sendo publicado, no qual participei na década de noventa como redator e jornalista responsável, que inclui suplementos literários ou o açoriano, promovendo cultura das ilhas oceânicas (Açores) no Brasil. E, ultimamente, a revista Caosótica, que inclui o chamado grupo dos 15 renascidos, uns teimosos que lutam pela cultura sul-rio-grandense e nacional.

Mas o maior destaque é a instituição que promove Portugal, o ICP, que é a menina dos olhos do casal, pois traz a cultura portuguesa e seus descendentes promovendo intercâmbio cultural com entidades luso-brasileiras, tal a dedicação que um dos seus imóveis foi transformado em sede do órgão cultural. E mais ainda tanto é a união desse casal em prol da cultura e dos livros, que eles resolveram compartilhar suas vidas, unindo-as legalmente há pouco tempo.

Minha homenagem aos dois mais dedicados aos livros e à comunidade que conheço, tal como o nosso Nelson Fachinellli, criador de várias instituições culturais, e outros suas vidas são uma exemplo de  altruísmo e  voluntariado em benefício dos outros e dos livros.

A essas duas personalidades, ambos agora aposentados e servindo com seus recursos próprios à cultura gaúcha e brasileira, ímpares da literatura rio-grandense, brasileira e portuguesa, meu reconhecimento e amizade. Até porque os dois são sinônimos de doação, ajuda, cultura, despreendimento, patrocínio, apoio, patronagem, parceira etc etc

 

 

 

Um fenômeno empresarial

                   ou porque me orgulho de minha terra

Quando criança eu estudei com  os filhos de Pedro Brayr, que morava em Santo Augusto, entre os quais .... (salvo engano)   que é pai do homenageado por este texto. O que tem a ver isso tudo?

Agora, passando por Porto Alegre, vi inúmeras lojas ou Farmácias São João espalhadas pela cidade. E pelo interior. E dizem que é a oitava maior rede de boticas do País. E aís as minhas conjeturas começaram.

Pergunto eu a um funcionário quem é o dono disso tudo  e ele responde: Pedro Henrique Brair. E se fosse multinacional ninguém saberia que é o dono. E me indago será se é o rapaz que tinha uma farmácia na minha terra? Sim, ele mesmo e aí fico sabendo que em 1973 ele se mudou a Iraí, onde trabalhou em sua primeira loja  farmacêutica, depois foi a  Campo Novo, e então se firmou em Santo Augusto com a Drogafar que depois foi chamada de São João. Porque o santo é o padroeiro da cidade natal. E agora, o que acontece, perguntei e me disseram que ele se mudou para Passo Fundo onde instalou uma distribuidora e conta hoje com mais de 800 lojas espalhadas certamente pelo Brasil inteiro com 12 mil  servidores. Um fenômeno. Questionei um funcionário se é bom trabalhar ali e ele me confirmou que o dono é uma pessoa simples  e não tem nada que se queixar com relação ao emprego. Foi crescendo e hoje e é este espetáculo de sucesso. E estamos falados!

Com orgulho, destaco esse fato porque, em mais uma coincidência, me criei ao lado de seu avô Pedro e de seus filhos que foram meus colegas nos primeiros estudos em minha terra.

E viva o emprendedorismo e as Farmácias São João. Porque, certamente, uma evolução dessas só pode ser um fenômeno empresarial, de trabalho  e dedicação, que orgulha a nossa cidade e nosso Estado. Orgulho, portanto, de ser santo-augustense...

 

 

Um livro inexistente ou será inédito?

 

Quando começou a febre, em 2012, da publicação de livros pela Internet,  o chamado e-book, fiquei conhecendo uma empresa que realizava essa operação.  Chamava-se “Emooby” e se dizia da Ilha da Madeira, em pleno Atlântico, pertencente a Portugal. Entusiasmado com a ideia de lançar pioneiramente um livro pela rede internacional, entrei em contato com essa organização. Reuni o que tinha de crônicas escritas, como sempre publicadas ou não, desde meu último livro, o  “Saudações  Sintagmáticas” e enviei o pedido de inscrição e publicação ao dito e-mail. Dito e feito, me responderam. Enviei o original com capa simples e tudo, paguei uma pequena taxa que eles diziam ser para a criptografia e aguardei os resultados da leitura e da venda  do referido livro.  Que tinha umas 50 crônicas, com mais ou menos 100 páginas de texto.

Justificava à época a publicação com os seguintes termos mais ou menos, resumindo: “estas crônicas, escolhidas entre as muitas feitas, publicadas ou não, representam uma seleção ou coleção da textos, feitos de 2007 até hoje (2012). É mais uma tentativa do autor de reunir (por isso o título de Crônicas Re-Unidas), provando sua unidade, linearidade, circularidade, projeção de assuntos mais ou menos lógicos, científicos, pesquisísticos, sempre com um tom de humor e benemerência. A busca de uma finalidade de ajudar, esclarecer está ínsita em cada texto, feito com correção, certeza e definição de temas, baseados sempre em pesquisa e seguindo, às vezes, a própria orientação dos fatos, notícias e acontecimentos que precedem ou antecedem aos textos. É o jornalista-cronista, baseando-se nas realidades do dia a dia, inspirando-se nos fatos do quotidiano para elaborar a matéria enxuta informativa e, sobretudo, educativa. As crônicas não têm sequência nem lógica temporal, cronológica, ou alfabética, seguem o rumo mais ou menos conforme os assuntos tratados ou seriados, se isso ocorre, sendo muitas divididas em vários capítulos ou partes”.

O ruim disso tudo é que não fiquei com nenhuma cópia do referido material, até porque troquei ou consertei meu computador e perdi muitos arquivos. Ah, até não achei mais também um “pendrive” com vários textos e arquivos, certamente este livro estava entre eles.

E assim que vi publicado no site o livro, enviei um pedido de aquisição de alguns exemplares, porém não obtive resposta, ainda bem que nada paguei da encomenda. Estou aguardando até hoje. Mais um tempo é o site passou a não responder mais, putz, saiu do ar, hoje não dá para abrir o arquivo. E assim mi fu, como se diz.

Fiquei sem o original, sem uma cópia e sem o livro. Ele apenas consta na Internet, em alguns sites e na minha bibliografia como um projeto inacabado, um livro inexistente, porém registrado como exemplar e unidade bibliográfica. Portanto, cuidado quando tratarem pelas redes sociais de negócios com desconhecidos...E se alguém souber como recuperá-lo, me ajude, por favor...

Nota: a capa do livro está acima, com o devido respeito aos leitores. Foi o que restou dessa empreitada.

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Uma aventura peruana

 

Quando viajei, na década de 1980, pela América do Sul, o início dessa aventura se deu em Lima, no Peru. Já relatado em outra oportunidade, num livro, que está inédito, conto este fato hoje digno de lembrança e destaque.

No voo do Rio de Janeiro a Lima, foi que conheci, porque sentou ao meu lado no avião, um jovem esportista peruano, quem voltava a seu país. Conversa vai, conversa vem, ficamos amigos e batemos um longo papo na longa travessia da madrugada do voo.

Chegando no aeroporto, ele me perguntou se eu tinha lugar onde ficar e dizendo que não, me convidou para ficar em sua casa. Lembro só que ficava no bairro Miraflores, ou Santo Isidro, um local residencial distante do centro da Capital.

Dito e feito, me hospedei lá, sendo tratado como se fosse da família, me deram café da manhã e no outro dia de manhã ele me levou  no seu fusquinha ao centro da cidade, lá me deixando, ele foi à faculdade de direito,  e me largou  no local, onde visitei algumas atrações turísticas da cidade peruana, como a praça San Martin, o Palácio de Tagle, a catedral, onde está o corpo de Francisco Pizzaro, o Museu da Inquisição, a avenida Arequipa, as ruas de Lima, a biblioteca, a porta do Pacífico,  e quase fui a Machu Pichu, o que me arrependo até hoje. Não faltou convite.

Voltei à noite e fiquei mais um dia conhecendo a cidade, até ele me convidou para uma festinha à noite, porém, como estava cansado e viajaria no dia seguinte, de madrugada, recusei.

No dia seguinte, então, pedindo um taxi para me levar ao aeroporto de novo e apenas me levantei nem despedi do pessoal, que ficou dormindo, e segui meu roteiro, sem nada dever ou pagar  à família de cujo nome nem lembro mais, até depois escrevi agradecendo mais uma vez a cortesia e a hospitalidade.

Assim até hoje não entendo e me pergunto porque recebi esta confiança e fidalguia de um desconhecido, estrangeiro, que me recebeu em sua casa, sem nenhuma cerimônia, me abrindo as suas portas e me deixando à vontade em sua residência. Sei que era filho de advogado, talvez o pacto inicial de simpatia mútua seja este fato que estabeleceu e  formou a sinceridade e a simplicidade que me acolheram em seu país e em sua casa.  Pelo que sou grato até hoje.

 Depois, segui minha aventura, embevecido, pelo resto do mundo, com passagem por Bogotá, Panamá, México, Miami, Washington, Nova Iorque e após Europa, de trem, o que posso contar em outra oportunidade.

 

 

Uma viagem que foi uma aventura

Imaginem quarenta anos atrás viajar sem internet, sem computador, sem telefone celular, e mais importante, sem reserva de hospedagem, e as  facilidades de hoje em dia. Pois foi assim que Eucárdio realizou essa aventura por vários países da América do Sul, do Norte e da Europa, em 30 dias, apenas contando com uma passagem aérea, uma máquina de escrever, portátil, uma máquina fotográfica e muita vontade jovem de  aventura. E ainda era ao tempo do empréstimo compulsório, que  os mais antigos sabem o que era isso.

Assim, começou o roteiro turístico em Lima onde encontra um amigo que o hospeda em sua residência, Bogotá, depois Panamá, México, Miami, Nova Iorque, Washington, direto  a Londres, onde curtiu longamente essa cidade, viajando por terra, mar e ar, conforme o subtítulo, isto, é em trechos de trem, de ônibus, de navio  e de avião a outros países europeus. Mais um pouco estava em Paris, depois Alemanha, um cruzeiro em Mainz pelo Reno, Frankfurt, enfim, Viena, Genebra, passando por Insbruck, Berna, Milão, Nápoles, Foggia, Pescara, Ancona, Pádua, Vicenza, lá se dirigindo a terra de seus avós Velo D’Astico, e Schio, em inesquecíveis roteiros de trem, pelo Eurailpass, ainda seguido de Roma para terminar em Madrid e Lisboa... Essa viagem teve um sabor especial, a contragosto pelo seu fim inesperado, pois foi em ritmo de festa no trem de Roma e Madri, numa noite inteira, com viajantes jovens do mundo inteiro cantando e tomando vinho, numa confraternização internacional. Depois, reportando tudo de forma jornalística. 

Nesta coleção de crônicas que forma o livro, Eucárdio mistura turismo com informação, diversão e fatos inusitados acontecidos, tudo isso escrito em forma de crônica, como é a especialidade do autor, ao correr da pena, como se diz, enviando as matérias pelo correios, transcritas num jornal e depois publicadas. Algumas até se perderam... Carregando erva mate, imagine entrar nos Estados Unidos com esse produto, depois vem a história do visto na Inglaterra, viajar com economia com traveller checks e sem reserva de hotéis, hospedar-se em pensões, ou quartos sem Airbin, ou internet para enviar as matérias.

Essa a grande aventura desse viajante inveterado, porém não envelhecida, contando suas aventuras no dia a dia de uma longa permanência em países diferentes, com línguas desiguais, moedas distintas, nem havia ainda a União Europeia, porém com o mesmo desejo de conhecer, sentir e vivenciar o país visitado. Esse é o verdadeiro turismo cultural, vivido pelo escritor.

Por Terra, Mar e Ar ainda encerra com duas reportagens sobre assuntos vividos e pesquisados durante a viagem e um fim de roteiro inesperado e determinativo do fim da aventura: um roubo de uma mala, em Roma. Devendo o autor desistir de uma estada na Universidade de Peruggia, onde já estava inscrito para um curso de italiano. Esse roubo, sua antecedências e  suas consequências, está contado em matéria especial, do jornal Atualidades, na coluna Muito Antes Pelo Contrário, como crônicas complementares publicadas em outro jornal.

Embora com atraso, curtam essa curiosa e magnífica viagem ao passado que continua presente e contemporânea na lembrança do seu cronista. E  de todos que  se aventuram pelo mundo das viagens internacionais.

 

 

Vá prá Busingen am Hochrhein!

Recebo do compadre Ivan uma postagem que me deixou intrigado e fui provocado a fazer dela uma crônica. E saiu isso aí:

Existe na Suíça um pequeno enclave (fui verificar e quer dizer terreno ou território encravado  em outro) o tal de Busingen am Hochrhein (êta nome difícil), uma pequena cidade com 1.400 habitantes e que tem uma história curiosa.

Tudo começou lá por 1090 quando se fixaram na Suíça (ainda tem acento) alguns alemães,  e depois com o tempo o território passou por várias mãos e episódios e isso você pode conferir no Doctor Google, até que em 1918 foi feito  um plebiscito e os moradores preferiram ficar como pertencentes ao governo suíço, embora sendo parte do estado alemão de Baden Wurtenberg (outra palavra difícil).

E aqui pra nós dizem até que na Segunda Guerra Mundial alguns alemães construíram casas no local para fugirem caso seu território (o alemão) fosse invadido pelo inimigo, mas não sei se deu tempo...

Se deu para entender, Busingen não sei o quê (igualmente tem acento), outrora chamado de “Bosinga” é uma cidadezinha alemã que está encravada (isto é dentro do terreno suíço), portanto pertencente ou mais perto daquele país do que dos “deutchs”.

Dá para entender essa dupla cidadania? A quem está subordinado o local, quem recebe os impostos, gostaria de saber, porém, acho que só vivendo lá dar para se inteirar como funciona de fato esse enclave.

Portanto, se desejar xingar alguém, mande-o passar, passear ou viver em Büsingen am Hochrhein. E boa viagem. Putzgril...

                          

 

Vamos tocar teremim?

 

Ouvindo uma orquestra, fiquei conhecendo o teremim. Mas o que é isso?

Não é temerim? Ou temeriam alguma coisa? Não, é teremim mesmo sem ter em mim confiança de que estou falando novidade.

Fui buscar o dicionário e nem existe essa palavra. Então, vamos ao Doutor Google, que nos informa ser teremim um instrumento musical, totalmente eletrônico, de utilização recente, mas já descoberto ou inventado em 1928 pelo russo Leon Theremin, donde seu nome deriva.

E mais é definido como insólito instrumento semelhante ao som de uma guitarra havaiana, é formado por duas hastes de metal,  que percebem a posição da mão do músico, soando ao toque de amplitude ou frequência a ora nem sei explicar, só ouvindo mesmo para entender o som do teremim.

É quase um instrumento que se toca sem pressionar as mãos, apenas com o tique da energia da pessoa. Dá para acreditar? E como se explicar isso?

Basta consultar a internet e aparecem vários tipos de aparelhos com todas as explicações possíveis e técnicas sobre o seu uso e funcionamento, portanto à disposição de qualquer leitor afeiçoado ao acesso às redes sociais e à Internet.

Portanto, som na caixa e vamos tilintar com o teremim, apenas com as mãos? E alguém sabe de algum tocador desse instrumento em nosso meio?

 

 

Vamos tomar kombuchá?

Nós estamos acostumados a conhecer e ver novidades em todo o mundo em todos os campos, especialmente nos ditos complementos alimentares ou denominados complexos vitamínicos.

Uma nova bebida está começando a tomar conta do costume brasileiro, depois de percorrer uma longa caminhada pela história. É o famoso kombuchá, essa bebida fermentada oriunda da China, e lá conhecida como o elixir da vida ou da saúde. Ela é obtida pela fermentação do chá preto ou verde e outras infusões ricas em cafeína, e açúcar, ficando após o trato uma bebida gaseificada, repleta de vitaminas, enzimas, probióticos e ácidos que trazem muitos benefícios à saúde ajudando a regenerar a flora intestinal  tendo ainda propriedades antivirais e antibacterianas..

 Considerado como antioxidante, se diz que ela ataca os radicais livres, melhorando o trato digestivo. Tem a capacidade energizante, através do ferro, liberado durante a fermentação.

As vitaminas do chá protegem as células, ele atua nas doenças inflamatórias, depressão, do sistema imunitário. Auxilia na prevenção das lesões nas articulações, através do colágeno. E ainda se diz que pode atuar no emagrecimento. E assim seguem as indicações e qualidades do produto.

Uma especialista afirmou ser o chá portador de Vitamina C e do Completo B entre outras propriedades. Com tanta divulgação, trata-se realmente de um novo produto revigorante da saúde ou é mais um paliativo ou vitamínico enganador?

Um documentário ou notícia de TV mostrou, inclusive, como se faz o chá, e uma empresa do Brasil está comercializando o produto para distribuição aos interessados na aquisição e consumo.

Convido-te a tomar um chá, ou melhor, um kombuchá, em algum lugar do mundo...Ou se alguém souber onde se toma o chá em Foz do Iguaçu me avise que desejo experimentá-lo. Com bom proveito para todos.

 

 

 

Você conhece Louise Andreas Salomé?

Quem assistiu, como eu, o filme “Lou” ficou sabendo de fatos dessa personagem quase desconhecida. Nascida na Rússia, em 1861, cedo ela foi estudar na Suíça, depois se mudou para a Alemanha, onde teve sua vida atribulada, entremeada com escritores famosos ou nem tanto à época, como Friedrich Niestzsche, Rainer  Maria Rilke, Paulo Rée, e até com Sigmund Freud ela teve contato. Com os dois primeiros ela formou a tríade chamada de “comunidade Winterplan” que viajou muito pela Itália discutindo filosofia e poesia.

Mas desde sempre era uma mulher livre, à ocasião e que desejava fazer o que queria, apesar do controle de sua mãe. Ela teve casos com esses poetas, tendo casado com um estudioso de linguística Fredrich Carl Andreas, com quem teve uma filha, porém manteve segredo tornado-a sua secretária em sua fase final de vida.  E teve também relação com Ernest Pfeifer, a quem confiou sua biografia no final de sua atribulada vida, sendo um dos personagens do filme.

Ela viveu até os 74 anos em 1937, quando deixou esta vida. Em sua jornada,  participou  de alguns fatos interessantes em sua vida, como sendo a primeira mulher a ser formada em filosofia e teologia, numa Universidade alemã. Escreveu alguns livros tal como “A Humanidade da mulher”, Reflexões sobre o problema do amor, Jesus e os judeus”, entre outros, sempre discutindo filosofia com seus colegas ou candidatos  maridos.

Nietzsche reconhece que seu livro “Ecce Homo” teve influência da Louise, pois o mesmo era meio que apaixonado por ela. Com relação a Freud e sua filha Anna, em troca de correspondências, os fatos evidenciaram momentos quem que a permuta de pensamentos era muito considerada  em suas obras.

Por tudo isso, Lou como ficou conhecida no filme como uma das grandes personagens femininas do século passado, em muitos aspectos, pioneira ou com tendências feministas, tanto assim, sempre que assediada, que não queria se casar. Considerada poeta, romancista, filósofa, psiquiatra, suas obras ainda não são conhecidas no Brasil, mas agora começa a ser estudada e comentada depois do filme referido no início.

 

 

Você sabe o significado dessas

palavras, dicionarizadas ou não?

Vamos lá, você sabe o que significa muitas palavras, mas parou para pensar em outras expressões não dicionarizadas e de difícil entendimento? Eis algumas delas: diacáuse, ou será diáclase com prefixo de queima, do mesmo ramo de diacinese, ou diaclose, vem da genética, da prófase da meiótica, entendeu, muito menos eu! Mas no léxico é definido como subfase inicial da meiose, caracterizada pelo deslizamento de cromatoides, que se encontram entrelaçados em processo de permutação.

Alopecia, de raposa, é a ausência de pelos, está dicionarizada. Perda temporária ou definitiva, total ou parcial dos pelos. Sinônimo de calvície.

Calinoplastia, de freio, caliginoso, , escuro, tenebroso. Cirurgia reparadora do freio da língua.

Calistenia, de  força, vigor, ginástica para o bem-estar, dicionarizada. Significa método ou conjunto de exercícios  físicos, sem uso de aparelhos, para dar força e vigor ao corpo.

Creofagia, de creo, carne, que come carne, ou mania de comer carne. Dicionarizada.

Critossemia, parte da semântica que estuda os verdadeiros sentidos das expressões ocultas, linguagem cifrada etc.

Diacinesia, mau movimento, é a dificuldade de exercitar movimentos voluntários, dicionarizada.

Disopia, de vista, confusão, é a visão defeituosa, dicionarizada.

Dismimia, de gesto, dificuldade de expressar-se por gestos, dicionarizada.

Estetofonômetro, de som, da mesma raiz de estetoscópio, aquele aparelho que o médico usa para testar auscultar os órgãos da pessoa, medida do som.

 Laparotomia, laparectomia, flanco, para fora, cirurgia do abdômen, da mesma raiz de laparoscopia, dicionarizada

Traquicromática, de fortes cores, não dicionarizada.

Traquelectomia, ou traqueotomia, cirurgia de retirada do útero, dicionarizada.

E assim por diante, querem mais? 

 

 

 

Você sabe quem foi Vicenzo Galilei?

 Segundo o dicionário do Renascimento Italiano (Zahar Editores, RJ) Vicenzo Galilei foi um influente teórico musical do final do século XVI, ele que nasceu em 1520 e morreu em 1591, passou a maior parte de sua juventude em Toscana, aprendendo a tocar alaúde em Veneza com Zarlino e depois foi para Roma a fim de instruir-se em música grega com Girolamo Mei.

Estudou música clássica e moura em Messina e Marselha, na França. Voltou a Pisa para casar com a filha de uma família nobre tendo seu primogênito sido uma pessoa ilustre,que vocês vão saber ao final. (Daí sua importância para merecer esta crônica).Escreveu um livro Dialogo dela musica antica e dela moderna”, em que diverge da teoria de Zarlino, seu professor. Fez parte da Academia della Crusca e do grupo Camerattta fiorentina. Como compositor, escreveu dois livros de madrigal, mas produziu muitas óperas e outros tipos de música.

Sabia que existiu outro Galilei, Alessandro, célebre arquiteto italiano, que viveu mais tarde de 1691 a 1736, e que construiu várias obras importantes em Roma e em outras cidades? Será outro membro importante da família Galilei?

Mas, afinal, quem é Vicenzo Galilei? É simplesmente o pai do nada menos nada mais de Galileu Galilei, o famoso cientista, astrônomo, matemático, físico e filósofo italiano. Que todo mundo conhece e sabe de sua vida, de 1564 a 1642, como descobridor do telescópio e autor do livro “Diálogo sobre os Grandes Sistemas do Universo”, resumindo que suas teorias e descobertas influenciaram enormemente o desenvolvimento da revolução científica mundial.

Foi julgado pela Igreja por sua teoria mas sua vida representa que o  fizeram  um herói da ciência contra  autoridade papal e religiosa, pois levado ao tribunal da Inquisição,  obrigado a retratar-se e a refrear seu ímpeto para qualquer outra heresia, afirmou a  célebre frase :”E pur se muove”, entretanto, se move, ao ter que rejeitar a teoria copérnica sobre os movimentos da terra, terminando sua vida, cego, aos 78 aos.

Concluindo, alguém se lembra ou cita os outros Galilei?                               

 

 

 

                                                                                                                    Vou fazer minhas pedaladas

Já disseram que Dilma fez, Lula fez, Fernando Henrique fez, os governadores fazem, os prefeitos fazem. Todo mundo faz. Por que eu não posso fazer?

Sim, agora cheguei à conclusão que também posso fazer pedaladas. Além das de imposto de renda, alguém me ensina, por favor, como realizá-las?

Posso praticar pedaladas em dívidas, mas como? Pedindo emprestado dinheiro e só pagando ano que vem.

E no IPVA, no IPTU posso fazer pedaladas deixando parta o próximo exercício o seu pagamento?

E meu salário pode sofrer pedaladas? Aliás, estamos sofrendo já no Rio e no Rio Grande do Sul, pois estamos recebendo em parcelas, depois do dia cinco, ou atrasadas, isso não é pedalada? E não existe a lei trabalhista?

Onde mais posso concretar pedaladas, nas compras do mercado ou do mercadinho, abrindo uma caderneta como nos tempos de antigamente?

Pode ser num contrato de aluguel, ser possível essa operação ilegal, anticonstitucional, morando e não pagando o valor fixado mensalmente?

Posso fazer numa conta bancária especial, deixando de pagar os juros, ou abatendo o saldo em suaves prestações?

Tudo isso, e mais algumas operações financeiras, talvez eu possa fazer para compensar o que outros fazem,  o que os governantes praticam entrando no tal de “jeitinho brasileiro” mas para nós existe a lei. E o Código do Consumidor.  Já está havendo a  síndrome das pedaladas, sim, vou fazer um estudo para pesquisar essa neodoença.

Alguém vem em minha ajuda? Vou concluir, sim, vou entrar no rol do “fala mas faz”,  já comprei uma bicicleta, para dar as minhas pedalas salutares, pelo mínimo uma vez por semana. Até lá, caros e (leitores)...Alguém me acompanha? Ou me condena?

 

 

 

Vou morar no Milharado

É Milharado e não milharal, ou milharada, estou falando, que aí seria num pacato lugarzinho do interior. Porém, vou residir em Milharado, que é uma freguesia do Concelho de Mafra, em Portugal.

Falo em Milharado porque acordei hoje com o Acordo do Milharado na mente. E Quotidiana mente será o título de um novo livros de crônicas que estou a  escrever. Vou investigar melhor, porém acho que é preferível ficar com essa corografia portuguesa, que já mereceu uma série de crônicas.

Milharado tem apenas  7 mil habitantes, portanto, digna de ser vivida e habitada e fica perto de Lisboa, com mais razão,  cerca da capital portuguesa , como queria Saramago com o cerco de Lisboa.

O que mais conta é que Milharado pertence ao município de Mafra, que aí é outra história: lembra de D. João VI, pois  ele, segundo Laurentino Gomes, em 1808, lá no fim do século XVIII e começo do XIX vivia em Mafra no Palácio-convento construído em 1750 por ele mesmo, que continha apenas 300 celas onde viviam frades e monges em companhia do Rei recém-empossado. E a dona Carlota Joaquina, essa residia no Palácio de Queluz, segundo a  história, pois os dois parece que não se davam bem. E era comum à época, rei pra cá rainha pra lá, isto, em palácios diferentes.

E logo em 1808, com a fuga e vinda do Rei ao Brasil, o Palácio de Mafra ficou à deriva, sendo reocupado com seu retorno em 1812, serviu ainda a alguns monarcas e hoje é uma atração turística de Portugal. Dizem até que nosso D. Pedro I (D. João IV lá) morreu ali.

E o acordo do Milharado onde fica? Fica perto de Venda do Pinheiro, Brejo da Roussada, Póvoa da Galega, Rólia, Presinheira, Semineira, Tituária, Vale de São Gião e Vale de Canas, entre outros. Acho melhor ficar com o acordo no milharal. Por que falo isso, é porque tudo tem relação: história, fatos, sonhos, desejos, tudo converge para pesquisas, saberes  e acontecimentos que nos rodeiam e nos interligam.

Portanto, Brasil e Portugal têm ente si estreita e antiga relação, pois, pois..

E eu, você, o mundo, Milharado, temos tudo a ver, vamos nos mudar  então para lá, lá tem moradias a 17 mil euros, segundo a Internet.

Alguém me acompanha?

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