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Desde cedo sou um ser do mundo. Irrequieta, inadaptada, sempre buscando, criando e descobrindo novos interesses, novas capacidades... Sempre achei que eu vinha do rio Nilo, mas não esse atual. O rio Nilo ancestral, com toda aquela sabedoria.
Ao mesmo tempo, tenho um referencial viking, minha ascendência vem de lá, do povo nórdico navegador e conquistador dos mares.  Os exemplos  foram as mulheres da minha família, mulheres fortes e guerreiras, que me ensinaram a ter independência na questão do amor e da sexualidade. Me ensinaram também e, principalmente, a ter coragem. 
Somada a essa coragem, eu sempre quis ser feliz. E ser feliz é correr riscos, me aventurar por tudo, cruzando fronteiras, atravessando marés, me misturando a outras águas. Seguindo, acalmando e avançando.  
Meus afluentes foram os a filha e o filho, que me ensinaram a acreditar no potencial de artista inveterada, ao nascerem em uma comunidade alternativa de ideais de uma vida de contracultura. Minha vida com meus filhos, sozinha com eles em sua criação, foi a mais linda experiência da minha vida. Cumprida e realizada. Eles se tornaram pessoas do mais puro quilate.
Em seguida, dois afluentezinhos me ensinaram a seguir em uma nova direção, livre e solta, enfrentando riachos de muita marola. Tudo por meus filhos e netos, luzes da minha vida.

Vivo numa planície, bastante povoada e de vez em quando me enveredo em alguma cachoeira, ah! que prazer que me dá. Vou rumo ao desconhecido, despencando vida afora com a ânsia de uma alma jovem e liberta de amarras, pra pegar impulso; ora vou bem rápido, ora meu ritmo é lento e contemplativo.
Comunidades significativas? Tantas que eu não dou conta, me interesso por tanta coisa e fico danada porque o dia é tão curto. O que gosto de importar são as informações, o conhecimento, a cultura, a história, os idiomas e o que exporto é a transformação de tudo que vou importando, organização das ideias em palavras bem escritas, formatadas, reformatadas, revisitadas e revisadas...
Sou um rio de águas límpidas e em mim muitos vêm matar a sede. Quando chove, é claro... Quando não, eu vou enfrentando as intempéries, já que a vida segue seu curso, desviando, quase secando, encontrando dias de tempestade, de noites sem lua, de extrema poluição, de céu de estrelas, de pedras e cachoeiras e de maravilhosos cenotes....
Meu curso é influenciado por tudo que é bom, porque o que não é bom eu deixo passar. Não me prendo a nada. Sou uma minipeça e pertenço ao maximecanismo universal.
Levo comigo a consciência de estar aqui e agora em movimento, na minha melhor versão, assimilando possibilidades e exercendo esclarecimentos e assistência por onde passo. Todos os dias, vou pensando na chegada, no desaguar, em me unificar com o cosmos, com a certeza do êxtase profundo. Estou preparada pra chegar. Enquanto isso, vou me divertindo, porque o momento agora é de curtir, e muito.Compartilho com todos o meu andar único. E o único com quem tenho o prazer de compartilhar é o meu amor.... Meu amor-erudito, meu amigo, meu companheiro Eucárdio.

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